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Um acervo no lugar certo.
"Os museus estão entre os locais que nos proporcionam a mais elevada ideia do homem", disse o escritor francês André Malraux. No Museu da Imprensa, plantado nos jardins do Imprensa Nacional, o pensamento de Malraux se ilumina, pois vemos a relação de diálogo entre o homem e a tecnologia. Esta relação bipolar dialoga para produzir suportes à informação impressa. Como resultado, o visitante vê não só o desenvolvimento das artes gráficas, mas seus engenhos de reprodução manuais, elétricos, automáticos, computadorizados e, como resultado, a evolução da imprensa e a memória de homens ilustres que a promoveram.
Pela tradição de pioneirismos tecnológicos da Imprensa Nacional, o Museu da Imprensa não poderia estar em outro lugar. Em 13 de maio de 2013 completou 31 anos, seduzindo estudantes, professores, jornalistas e turistas. Não é para menos. O Museu da Imprensa é considerado o oitavo mais importante no gênero do mundo. Recebe oito mil visitas a cada ano.
Em sua área de 680 metros quadrados, encontram-se cerca de 600 peças e documentos raros. Alguns, únicos. Várias peças tem esse caráter.
É o caso do primeiro clichê feito no Brasil. Dito assim, mostra a importância para o jornalismo. Mas a peça vai além. Trata-se, de fato, do primeiro mapa produzido no Brasil. Mostra a planta da então cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que exigiu quatro anos para a sua produção. É uma peça em cobre. Sua execução começou em 1808, por ordem do príncipe regente Dom João, logo após sua chegada ao Brasil. Para o trabalho, ele recrutou os melhor gravador e desenhistas da época.
Outra valiosa peça é o Prelo Machado de Assis, de origem inglesa e fabricado em 1833. Trata-se de uma máquina de impressão tipográfica para produção de jornais. Uma curiosidade: ela funcionou na Imprensa Nacional até o ano de 1940.
A fama dessa peça tem razão de ser. É que ela foi o instrumento de trabalho do célebre escritor Machado de Assis que, simultaneamente aos primeiros passos na literatura, foi servidor da Imprensa Nacional, entre 1856 e 1858. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo na impressora. Seu chefe a partir de 1857, foi outro grande nome da literatura brasileira, o escritor Manuel Antônio de Almeida, um dos precursores do realismo e do romance urbano no Brasil.
Machado de Assis é patrono da Imprensa Nacional, desde 13 de janeiro de 1997. Ele voltaria a trabalhar no órgão em 8 de abril de 1867, na função de assessor do diretor do Diário Oficial, que ocupou até 6 de janeiro de 1874.
Acervo Rico e Variado
Além das peças famosas, o Museu da Imprensa oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer um tórculo (impressora antiga, de fins do século XVIII), rotativas, brasões, florões, mobiliário e documentos. Entre os documentos, há, por exemplo, um exemplar original do Diário Oficial de 14 de maio de 1888, que publicou a Lei nº 3.353, de 13 de maio daquele ano, declarando extinta a escravidão no Brasil.
Desde 4 de julho de 2001, repousam nos jardins do museu os restos mortais de Hipólito José da Costa, patrono da imprensa brasileira. O jornalista fundou, em Londres, em 1° de junho de 1808, o jornal Correio Braziliense ou Armazém Literário, que circulou até dezembro de 1822.
Anualmente, essa instituição museológica promove o Concurso Museu da Imprensa de Desenho, Redação, Poesia e Monografia, que já chegou a décima quinta edição. É uma realização da Imprensa Nacional que atrai estudantes de todo o país.