Individual de Laura Freitas no Espaço Cultural
Correios Niterói reúne investigações em torno do ovo.
A exposição vai de 17 de agosto a 19 de outubro
com curadoria de Fernanda Pequeno.
O Espaço Cultural Correios Niterói recebe “Quando nascer (ou morrer) não é umaescolha”, terceira exposição individual de Laura Freitas. Na mostra, a artista explora assimbologias e apreensões imagéticas do ovo. Ao todo serão expostas cerca de oitoobras, entre desenhos, esculturas e pequenas instalações, nas quais desenhos emcarvão sobre papéis rasgados e costurados com linha de algodão se unem a cascas deovo quebradas e reconstruídas com atadura gessada e costura. Há, ainda, a sérierecente “Tu és pó”, na qual a artista quebra o carvão negro e as cascas de ovos brancos atévirarempó. A exposição tem inauguração aberta ao público no dia 17 de agosto, às15h, e segue em cartaz até 19 de outubro.
Laura Freitas, que vive e trabalha em Niterói, possui longa trajetória em costura atravésda produção autoral de roupas femininas e, desde 2013, vem se dedicando integralmenteà produção artística. Em seu trabalho, ela investiga as diversas possibilidades do tecercomo um fazer que liga, dá forma e corpo; um fazer que sutura, prende e liberta. Em seuprocesso artístico, a linha e a agulha não se limitam ao tecido, desafiam matérias rígidase/ou frágeis, percorrendo diferentes caminhos. O ovo tem sido uma matéria reincidenteem seus trabalhos em propostas de reflexão sobre nascimento-vida-morte, sobre a
vulnerabilidade, a fragilidade, erros e imperfeições, sobre proteção e correr riscos.
“Há um constante destruir e reconstruir, que melancolicamente persisto como tentativade preservação, no refazer das cascas através de gesso, ataduras, agulha e linha. Osdesenhos aparecem como esboços das possibilidades de caminhos e aberturas”, diz aartista. De acordo com a curadora Fernanda Pequeno, “nos trabalhos de Laura, asvulnerabilidades do ovo são exploradas, assim como seu caráter de abrigo e proteção,mas também de ameaça. Afinal, viver é pisar em ovos o tempo inteiro”.
Laura Freitas
Vive e trabalha em Niterói, RJ. Graduada em Educação Artística pela UniversidadeEstácio de Sá, iniciou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em2013, participando de cursos ministrados por João Carlos Goldberg, Franz Manata eIole de Freitas, entre outros. Em 2016, realizou a individual(RE)colher-se, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, Niterói (RJ), e participouda mostra dos alunos na EAV do Parque Lage. Em 2017, participou das coletivasBanquete 60 e Rebento, no Espaço MárciaXClayton (RJ), além de mostras pela EIXOArte Contemporânea, que apresentou performance na Fábrica Bhering (RJ). Em 2018,integrou as coletivas Serendipity, na C.Galeria(RJ), e Paralela EIXO-Deslocamentos, naGaleria Reserva Cultural, em Niterói (RJ). Em 2019, realizou a individual “Falo por um
Fio”, na Galeria Candido Portinari na UERJ (RJ).
Fernanda Pequeno
Nascida no Rio de Janeiro, em 1983, é professora adjunta de história da arte no Institutode Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde atuou como coordenadorade exposições do Departamento Cultural, de 2016 a 2018. É Doutora em Artes Visuaispelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes daUniversidade Federal do Rio de Janeiro, com período sanduíche no Chelsea CollegeofArts (UniversityoftheArts), Londres. É membro da equipe editorial das RevistasConcinnitas e Arte ConTexto. Autora de “Lygia Pape e Hélio Oiticica: conversações e
fricções poéticas” (Apicuri, 2013). Atua regularmente como curadora desde 2009. Entresuas curadorias destacam-se: Possibilidades do ateliê contemporâneo (Funarte/EAVParque Lage, 2009), Vida Longa ao Vila Longuinhos! (Museu Murilo La Greca, 2009),Escuta da imagem (Ibeu, 2011), Play (Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea,2013-14), Nós (Caixa Cultural, 2016-17), Panelas de Pressão também sibilam (CentroMunicipal de Arte Hélio Oiticica, 2017), Bruto (Galeria Candido Portinari, 2018),Imagem-experiência (A Mesa, 2018), Falo por um Fio (Galeria Candido Portinari,
2019), entre outras.
EXPOSIÇÕES EM CARTAZ NO ESPAÇO CULTURAL CORREIOS NITEROI
Humanidades - Rodrigo Pedrosa
Até 31 de agosto
A exposição do artista plástico Rodrigo Pedrosa, tem por objetivo provocar o questionamento a cerca das contradições e das incongruências da natureza humana. Pedrosa procura deslocar contextos e pontos de vista para se debruçar sobre questões que tratam da condição humana: a solidão, o medo, a autodestruição. O espectro imagético de suas obras percebe, coleta, contrapõe, propõe, instiga e confronta estas ideias.
Fragmentação do Ser - Isabella Marinho
Até 14 de setembro
Isabella Marinho expõe 16 trabalhos entre desenhos, pintura e objetos que resultaram de uma associação de ritmos e grafismos fluentes, ora utilizando materiais como carvão, ora lançando mão de técnicas como utilização de resíduos e colagens. As obras propõem ao expectador questionar o eu fragmentado e a sociedade dividida.
Assim como aqueles que buscam - Nadia Aguilera
Até 21 de setembro
A artista faz uso de uma técnica mista na qual o desenho, a pintura e a colagem estão a serviço de um jogo de passagens, de maneira tal, que poderíamos relacioná-lo a vivência de um sonho ou de uma recordação. A exposição apresenta 35 obras em que objetos e imagens aparecem em meio a arquiteturas urbanas idealizadas, enquanto personagens, por não terem com o que se relacionar concretamente, passam a fazer parte de momentos nos quais algo parece estar sempre prestes a acontecer.
Vestígios – Marciah Rommes
Até 19 de outubro
A mostra "Vestígios" é resultado de pesquisa da artista que desenvolveu um tipo de polímero que se tornou matéria prima para o desenvolvimento de peças ricas em texturas e formas. As obras criadas se apresentam como registros de memórias, narrativas poéticas que levantavam discussões e reflexões sobre tempo e memória. Um afetivo poético e estético capaz de nos transportar para além da construção formal.
Carvão – Dudu Garcia
Até 19 de outubro
A exposição “Carvão” utiliza esta matéria-prima como elemento pictórico em duas salas expositivas no andar térreo do Espaço Cultural Correios Niterói. São quadros em trípticos e dípticos de grandes dimensões nas quais o carvão e a iluminação especial criam relevos e superfícies. Ao utilizar um dos mais poluentes combustíveis fósseis do mundo, a partir da Revolução Industrial, Dudu Garcia faz uma alusão à transformação da sociedade e à própria ilusão de desenvolvimento.
SERVIÇO
Exposição individual
Título: Quando nascer (ou morrer) não é uma escolha
Artista: Laura Freitas
Curadoria: Fernanda Pequeno
Local: Espaço Cultural Correios Niterói – sala I - 1ºpavimento
Endereço: Av. Visconde do Rio Branco, 481 - Centro, Niterói - RJ
Inauguração: 17 de agosto 2019, às 15h
Período: 19 de agosto a 19 de outubro de 2019
Visitação: segunda a sábado, das 11h às 18h (exceto feriados)
Entrada franca
Classificação etária: Livre