
Tomadas com um modesto aparato digital, as mais de 1.200 fotografias realizadas pelo caminho catalogam diversos motivos dos cenários naturais ocupados por Guimarães Rosa. O acervo foi refinado para a seleção das 29 imagens integrantes da mostra O Sertão do Lugar, promovida pelo Centro Cultural da Prefeitura do Campus de São Carlos da USP. A meta da exposição é propor um diálogo mutuamente enriquecedor entre palavra e imagem, ao mesmo tempo em que destaca a necessidade de se conhecer e preservar o que resta das veredas do grande sertão, para melhor compreendê-lo e apreciá-lo.
Segundo Melo, o objetivo da exposição é familiarizar o público com os cenários do Cerrado mineiro, um ecossistema que está em franca extinção, e disseminar a beleza das palavras de Guimarães Rosa. A mostra também pretende destacar a forte presença das ciências naturais – entre elas, a geologia, a zoologia, a botânica e a meteorologia – na composição de Corpo de Baile. “Nesse livro monumental, que estudei durante o doutorado, as qualidades dos elementos da natureza terrena espelham os atributos mitológicos dos sete planetas da cosmologia platônica”, afirma o fotógrafo. “A mensagem da alegoria de Rosa é: conhecer o mundo sensível (das sensações) é o ponto de partida para o conhecimento do mundo inteligível (das ideias). Nesse sentido, é muito oportuno que a exposição esteja montada num recinto vizinho a um observatório astronômico.”
Esta é a primeira exposição de Érico Melo, que mantém dois sites com exposições virtuais. Um deles é Geraes2010 (www.flickr.com/geraes), com 200 fotos da expedição realizada pelo fotógrafo a Minas Gerais, em maio de 2010. O outro é Goyazes e Tocantins (www.flickr.com/palmaseporai), com mais de 500 fotos do Cerrado de Goiás e do Tocantins.
E-mail: cultura.prefeitura@sc.usp.br