O Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS) apresenta gratuitamente, a partir do dia 05 de fevereiro, a exposição coletiva “A invenção do herói”, com curadoria de Allan Yzumizawa, que reúne cerca de 20 trabalhos, pertencentes ao acervo da instituição, de 12 artistas contemporâneos. “Esta exposição demonstra a importância da constituição do acervo do MACS pelo Fábio Magalhães, importante curador do Brasil. E dando continuidade a esse exímio trabalho, inicia os trabalhos do Allan em nossa instituição, jovem curador sorocabano que teve muito talento e sensibilidade para, a partir da obra de Ellen Braga, criar uma narrativa entre as peças do nosso acervo, muitas inéditas, que ainda não foram expostas ao público”, explica Silvia Stecca, presidente do museu.
A coletiva, primeira exposição do museu sob nova diretoria, discute os paradigmas relacionados à construção da figura do herói na contemporaneidade por meio de trabalhos de arte realizados em técnicas como pintura, xilogravuras, instalações, intervenções, objetos, arte-sonora, entre outras. “A variedade de técnicas e linguagens contidas nos trabalhos apresentados, indica a multiplicidade e a riqueza contida no acervo do MACS”, explica o curador sobre sua primeira exposição no MACS.
Com obras dos artistas Alex Flemming, Antonio Henrique Amaral, Elen Braga, Fabíola Chiminazzo, J. Borges, José Roberto Aguilar, Laerte Ramos, Marina Caram, Nelson Leirner, Pedro Lopes, Teresa Berlinck e Walton Hoffmann, “A Invenção do Herói” fala da figura heróica, o arquétipo que conjura uma quantidade de virtudes em um indivíduo com o objetivo de superar algum problema comum da sociedade. “Para os gregos, o herói situa-se no intermediário entre seres mortais e deuses (ao exemplo de Hércules e Perseus) configurando-se como um ser semi-divino. Sua figura geralmente emerge em momentos de crises sociais, sendo desta forma, personagens indispensáveis para a elaboração de narrativas, histórias e mitologias – é desse modo que o corpo do herói, torna-se a própria mensagem”, explica Yzumizawa.
Para Pedro Lopes, que terá sua tela “Painel XX – 1980-2001 – Be, was, being Yby Soroc – nas portas do III Milênio” exposta na mostra, “o herói é aquele que transcende a limitação humana. O meu herói é Johann Sebastian Bach, cuja música é de uma imensidão que vai muito além de seu tempo”. Já para Alex Flemming, que vive em Berlim, e apresentará dois trabalhos na exposição – “Turkey 57”(2000) e “Israel 52” (2001) – o exemplo máximo de herói é o Padre Lancelloti, aquele que protege os mais desvalidos e luta por eles contra os poderosos”, conta. “Eu tenho a honra de estar com meus trabalhos nesta mostra, junto com os 11 outros artistas”, explicou.
Segundo Fabíola Chiminazzo, que vive em Dubai, e terá a instalação “70×7” exposta na mostra, pensar em heróis é pensar em coragem. “Coragem, do latim coraticum ou a bravura que vem do coração. E essa tal coragem é tão sutil quando o batimento cardíaco, sempre presente, mas totalmente oculto pelo mundo mental e narcísico em que nos encontramos. Olhar para si mesmo é o exercício da coragem, uma escolha diária e difícil. Encarar a própria sombra e o medo nos torna pouco a pouco heróis. Sêneca, o filósofo estoico de onde selecionei as frases para esta instalação, reflete sobre os limites do homem diante da natureza e sobre como enxergar as oportunidades e momentos que a vida nos proporciona e escolher agir com coragem, sabedoria, justiça e equilíbrio”, conta.
“A invenção do herói”, segundo Yzumizawa, não se prontifica apresentar e apontar para estas figuras, mas convida cada espectador a refletir sobre seu contexto no que diz respeito à elaboração de seus próprios heróis ou heroínas.
Regras de segurança
Para ter acesso à exposição, o público precisa respeitar os protocolos de segurança, que incluem uso de máscara e distanciamento entre as pessoas nas dependências internas do espaço.
Exposição “A Invenção do Herói”
Quando? A partir de 05 de fevereiro.
Horários de funcionamento: Quarta a sexta-feira, das 14h às 19h. Sábados e domingos, das 10h às 14h.
Onde? MACS – Avenida Dr. Afonso Vergueiro, 280, Centro.
Entrada Gratuita
Fonte: Crio.Art