
O vasto universo de Arthur Bispo do Rosário é retratado na exposição a partir de 20 obras - objetos, estandartes, miniaturas e bordados - que permitem ao público entender a profunda e complexa personalidade deste artista. “Através de uma simples cadeira, incorporada no universo artístico de um dos mais expressivos artistas brasileiros do século XX, a arte traz a mais pungente resposta à loucura cometida pela sociedade brasileira em todos os espaços manicomiais do país”, comenta Luiz Gustavo Carvalho.
Arthur Bispo do Rosário passou a maior parte da sua vida internado na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. Defendendo os seus trabalhos com obstinação, pois via como missão catalogar ‘todo o material existente na Terra dos Homens’ para salvá-lo no dia do Juízo Final, ele guardava na sua cela objetos, muitas vezes bordados com fios desfiados a partir dos uniformes azuis do hospício, em um ato de subversão e lucidez contra a prisão manicomial. Apesar de nunca ter se considerado como um artista, a obra de Arthur Bispo do Rosário integrou algumas das mais importantes exposições em âmbito mundial, tais como a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza, além de ter sido exibida no Museu Jeu de Paume (Paris) e no Museu de Arte Moderna de Nova York (EUA).