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O Museu Casa Quissamã está sediado na antiga sede da Fazenda de Quissamã, símbolo nobiliário da região e residência de um dos mais influentes homens de seu tempo, José Carneiro da Silva, Barão e Visconde com Honras de Grandeza de Araruama. Centro produtor, base econômica e política da capital do Império, a Casa Quissamã integra um dos registros iconográficos mais importantes sobre o século XIX: o livro “Brazil pittoresco”, primeira obra de viajantes publicada na América Latina, em 1861.
As litografias que compõem a obra foram feitas a partir de fotografias tiradas por Victor Frond, hospede em Quissamã, com texto de Charles Ribeyrolles. Na inauguração do museu, em 2006, a reconstituição dessa memória foi materializada pela encenação da visita do Imperador D. Pedro II à fazenda em 1847, assim como por dramatizações ligadas à memória dos escravos, em torno de um centenário Baobá. Visitação mediada e educação patrimonial O Museu Casa Quissamã caracteriza-se como um espaço voltado à valorização, preservação e educação patrimonial da região. Da varanda, situada no corpo central da casa, o visitante é convidado a observar a aléia de palmeiras imperiais e a refletir sobre conceitos como tempo, permanência, memória e patrimônio.
O mobiliário dos cômodos, os objetos, os retratos e as fotografias da família procuram recriar o clima, os usos e os costumes da época áurea da fazenda que hospedou o imperador. Fechando o circuito, um memorial com a árvore genealógica da família; biografias e fotos; imagens do que restou de suas fazendas espalhadas pela região. Histórico Espaço Físico: prédio, território e entorno A Casa da Fazenda de Quissamã, iniciada em 1826, e o torreão, datado de 1842, são tudo o que restou do maior complexo produtivo do ciclo do açúcar, berço da povoação local. Desapareceram o engenho, a serraria, o hospital, o armazém, as senzalas e os dois sobrados com quarenta e oito quartos, demolidos na primeira metade do século XX. Construída em partido bandeirista paulista, tem piso elevado, paredes em painéis de madeira e adobe, torreão lateral em alvenaria de pedra recife, em três níveis.
O acesso à varanda é feito por escadaria central em cantaria com parapeito em balaústres e gradis de ferro; as colunas e lambrequins no beiral recebem adornos; o forro, em arco, forma almofadas de desenho desencontrado e rosáceas no centro; o telhado amplo; as janelas e as portas externas em verga de arco abatido. A tentativa de reconstituição das partes demolidas, feita por Eurico Calvente, concluiu pela predominância dos espaços íntimos em relação aos de serviços e social. A restauração, baseada em minucioso levantamento iconográfico, manteve as características de época. As únicas intervenções ocorridas nos espaços justificaram-se pela necessidade de adaptar o prédio ao uso público, como banheiros; rampas de acesso para deficientes físicos e idosos; cafeteria. Instituição: trajetória e natureza jurídica José Caetano Carneiro da Silva, Barão e Visconde de Quissamã, herdou de seus pais, a Casa da Fazenda Quissamã. Juntamente com outros familiares, fundou, em 1877, a Cia. Engenho Central de Quissamã, a primeira do gênero na América do Sul. A centralização de todo seu capital em cooperativa para a produção e venda do açúcar deixou-os vulneráveis, sobretudo depois do fim do trabalho escravo. Falidos, suas terras passaram para a propriedade do Engenho Central. Foi o que aconteceu com o último proprietário da Fazenda de Quissamã, filho de José Carneiro da Silva, na década de 50. A Companhia, interessada apenas no plantio da cana de açúcar, não via utilidade nas edificações, demolindo o que necessitava de reparo. Assim como diversas outras propriedades imponentes construídas no século XIX na região, e que foram adquiridas com suas terras pela Cia.
Engenho Central de Quissamã, o que restou do solar ficou abandonado durante várias décadas. Recentemente foi adquirido pela Prefeitura Municipal de Quissamã, restaurada e transformada no Museu Casa Quissamã, futura sede do Parque Municipal que utilizará o trecho local do canal Campos-Macaé como área de lazer. Acervo É composto por peças originais e réplicas do século XIX que formam um recorte da produtiva e pujante vida no interior do Rio de Janeiro. São quadros, móveis, peças sacras, fotografias e peças de indumentária. Referências CALVENTE, Eurico Antônio. Arquitetura e Tradição Familiar Um estudo das transformações de plantas de fazendas construídas no século XIX em Quissamã, Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ/FAU/PROARQ, 2001. Dissertação de Mestrado em Arquitetura. Não Publicada. RIBEYROLLES, Charles. Brasil Pitoresco. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1980, 2 vol.: Il. Por Victor Frond
fcultura.quissama@gmail.com