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O Parque Estadual do Monge está localizado no município da Lapa, a aproximadamente 3 km da sede, na transição do Primeiro para o Segundo Planalto paranaense, coordenadas geográficas 49º41’ de Longitude Oeste e 25º47’ de Latitude Sul.
Desde os meados do século XIX até as primeiras décadas do século XX, os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul eram percorridos por indivíduos conhecidos pelos sertanejos como “monges”.
Entre os “monges”, três tiveram uma passagem mais significativa pela região da Lapa e de outras terras do Paraná e de Santa Catarina. O primeiro, João Maria d’Agostini, imigrante italiano que viera ao Brasil em 1844, teria sido realmente um frei da ordem de Santo Agostinho, pois houvera pregado na Matriz da Lapa em 1845. Em sua prática apostólica,costumava percorrer os estados do sul, a fim de despertar nos homens a prática do bem,orientando e receitando ervas medicinais às pessoas que o procuravam, deixando cruzes nos caminhos por onde passava. Pela sua prática, os caboclos atribuíam-lhe curas milagrosas, denominando-o de “São João Maria”. Sua morte esteve envolta em mistérios e nunca se soube como ou onde havia morrido.
Após o seu desaparecimento, ficou a expectativa de seus devotos de que um dia o “monge” voltaria à região, surgindo então, o segundo “monge” personificado em Anastás Marcaf, que havia chegado à Lapa em 1894 com as tropas de Gumercindo Saraiva, durante a Revolução Federalista. Como havia conhecido pessoalmente João Maria d’Agostini, acabou agregando o modo de vida do antigo “monge”, intitulando-se “João Maria de Jesus”. Como um homem pacífico, não interferia nas práticas religiosas da região, adotando uma orientação religiosa pessoal. Dos três “monges” que passaram pela Lapa, foi o que conseguiu deixar maior influência na população sertaneja. Morreu em Santa Catarina em 1906.
Já o terceiro “monge”, Miguel Lucena de Boaventura, apareceu num momento de tensão política e social provocado pelo Contestado. Através de seu carisma, acabaria atraindo simpatizantes, descontentes com o regime governamental da época, injustiçados, perseguidos, desajustados, desempregados, foragidos da lei, dando-lhes instrução militar, armando-os com espadas, facões, pica-paus e garruchas. Seus seguidores eram conhecidos como “pelados” e seus adversários como “peludos”.
A memória do “monge”, aliada ao misticismo e fanatismo, seria ainda invocada pelos remanescentes “fanáticos” em vários conflitos bélicos até que o último reduto de esistência cabocla fosse vencido. Como saldo, a morte de milhares de pessoas, entre oficiais, soldados e sertanejos, talvez fosse evitada se o governo da época tivesse ouvido as vozes daqueles que clamavam por terra e assistência social - ideais desvinculados do fanatismo religioso, que conduz outras milhares de vidas à extinção.
O Parque Estadual do Monge recebeu este nome por possuir uma gruta que teria sido abrigo de um monge ermitão, entre 1847 e 1855. O monge chamado João Maria D'Agostini se dedicou ao estudo de plantas da região, fazendo orações públicas e medicando enfermos, tornam-se assim, um líder religioso.
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