RIO — Seguindo uma tendência de valorização dos artistas latino-americanos no mercado internacional de arte, a Phillips, tradicional casa londrina de leilões, anunciou que não irá mais dedicar vendas exclusivas a obras de arte latino-americanas, passando a incluí-las em seu catálogo de arte do século XX e de obras contemporâneas. Segundo a vice-presidente da Phillips, Kaeli Deane, o movimento é "resultado de um olhar sobre a exposições institucionais, sobre o que as galerias estão fazendo e o que os colecionadores querem". A iniciativa acontece após a Sotheby’s ter feito o mesmo movimento ano passado.
No ano passado, as vendas de arte latino-americana em maio e novembro representaram, respectivamente, US$ 4,27 milhões e US$ 4,25 milhões. Entre 2016 e 2017, o departamento de arte latina da Phillips cresceu rapidamente e a casa começou a testar artistas da região em seus leilões contemporâneos em Nova York. Todas as pinturas da cubana-americana Carmen Herrera e duas obras de brasileiros (uma composição minimalista da suíça-brasileira Mira Schendel e um Parangolé de Hélio Oiticica) atingiram preços recordes para os artistas.
Na semana passada, a Coleção Patricia Phelps de Cisneros anunciou a doação de 200 obras de artistas latinos a instituições internacionais, incluindo o MoMA (Nova York) e Reina Sofía (Madri), em mais uma evidência da integração da arte latina ao recorte geral contemporâneo.
"Não é que os colecionadores internacionais de repente se interessaram por arte da América Latina. É que estão acontecendo mais exposições destes artistas e mais deles estão sendo incorporados nas principais galerias. E muitos colecionadores estão sendo educados a ver que certos artistas destes podem preencher colunas em suas coleções", destacou Kaeli à publicação "The Art Newspapper".
Por: O Globo