Filhas da agente penitenciaria e costureira Maria Santana, as irmãs nasceram em São Luís do Maranhão, de uma família de origem quilombola da região de Viana, cidade natal de Maria.

A infância pobre trouxe às irmãs a responsabilidade de lutar contra a dura realidade da mulher negra no Brasil, e serem a primeira geração a se formar na faculdade – e foi o que fizeram, anos antes de sequer pensarem em trabalhar como modelos.

Assim, Yaci e Yara contrariaram a lógica que marca a maioria absoluta das trajetórias no universo da moda, no qual as modelos começam a trabalhar ainda adolescentes: somente já devidamente formadas em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Maranhão, já com 30 anos foi que as duas, depois de tanto ouvirem que deveriam tentar a carreira, decidiram arriscar os primeiros passos no mundo da moda. Segundo as irmãs, é justamente a origem quilombola que lhes deu os traços fortes e beleza da cor de suas peles, assim como a força para hoje se destacarem como modelos na passarela, nas revistas, e também para a questão da representatividade na indústria.

Em setembro do ano passado, Yaci e Yara estamparam sua primeira capa, para a revista Marie Claire na qual, além de mostrar coleções internacionais que chegaram ao Brasil, também falaram sobre justamente a representatividade e suas trajetórias de vida e como modelos.

As duas capas da edição de setembro da revista Marie Claire.

Feministas, as irmãs têm nas escritoras Djamila Ribeiro e Chimananda Ngozi Adichie, assim como na ex-primeira dama dos EUA, Michelle Obama, referências para suas lutas, como mulheres negras, pela força, a elegância, o talento, que as duas agora também exibem nas passarelas e revistas do mundo.