TEXTO DE MOSTRA NO MUSEU WARHOL SOBRE “CONFLITO DO ORIENTE MÉDIO” GERA POLÊMICA
O Museu Andy Warhol em Pittsburgh, Pensilvânia, atraiu críticas por um texto no muro que caracterizava o 7 de Outubro como “o início do conflito no Médio Oriente” e não mencionava diretamente a Palestina Ocupada ou os contínuos ataques de Israel a Gaza.
A etiqueta, que chamou a atenção nas redes sociais após um envio anônimo à página do Instagram “Change the Museum”, foi instalado semanas após o ataque do Hamas a Israel e acompanha os Dez Retratos de Judeus do Século XX (1980), de Andy Warhol. A série de 10 serigrafias de figuras históricas judaicas, selecionadas pelo galerista de Warhol Ronald Feldman, inclui retratos de Albert Einstein, Sigmund Freud, Martin Buber e da ex-primeira-ministra israelense Golda Meir.
A polêmica sobre o texto surge em meio à notícia de que o ex-curador-chefe do museu, Aaron Levi Garvey, que co-assinou o selo junto com o diretor Patrick Moore, não está mais no cargo depois de menos de um ano, conforme noticiado por um jornal da cidade. O nome de Levi Garvey foi removido do site do Museu Warhol, embora a instituição não tenha emitido nenhuma declaração pública.
Em entrevista ao site Hyperallergic, um funcionário que falou sob condição de anonimato explicou que as etiquetas de cada impressão individual foram instaladas apenas alguns dias antes da exposição Invisível: Obras de Coleções Permanentes ter sido exibida no início de novembro passado. Eles especificaram que a etiqueta da parede acompanhava originalmente a exposição sem os nomes de Moore e Levi Garvey, mas foi posteriormente alterada para incluí-los depois que vários membros da equipe reclamaram que a declaração parecia falar pelo museu como um todo.
O texto conecta a série de retratos de Warhol ao quinto aniversário do tiroteio em massa de outubro de 2018 na sinagoga Árvore da Vida, que matou 11 membros da comunidade judaica da cidade, e ao “impacto global da guerra no Oriente Médio”.
Um segundo membro da equipe, que também solicitou anonimato, disse que o texto era “uma medida amplamente impopular, e pessoas em todos os departamentos estavam deixando claro que não concordavam com isso e queriam que a exposição fosse editada, se não removida”.
“Nossos supervisores, os supervisores de segurança e nossos representantes sindicais disseram repetidamente aos superiores [do museu] que a exibição desta exposição poderia comprometer a segurança tanto do pessoal quanto do acervo”, continuou o trabalhador. “Nada foi feito”.
via: dasartes
