Considerada um dos maiores nomes da arte brasileira no século XX, Tomie Ohtake dedicou sua vida ao abstracionismo. A mostra “Cor e Corpo”, inédita na Bahia, traz gravuras, esculturas e pinturas que revelam a maestria dos seus mais de 60 anos de produção ininterrupta.
Formas orgânicas e fluidas somam-se a curvas e cores, em obras que perpassam por diversos períodos criativos da artista. Sob a curadoria de Carolina De Angelis e Paulo Miyada, a exposição reúne esculturas, pinturas e, entre as gravuras, serigrafia, litografia e gravuras em metal. Comum a todas elas, a nomeação “Sem Título”, opção que evidencia o anseio de Tomie Ohtake em promover a reflexão e livre associação do observador.
Apesar de não trabalhar uma temática específica, sendo a própria expressão plástica visual o tema que permeia toda sua obra, é possível destacar no trabalho da artista características que remetem a formas da natureza, elementos humanos, marítimos e cósmicos, ou ainda associadas à progressividade do crescimento e fecundação.
Entre as gravuras, a exposição exalta a diversidade de obras que vão desde as mais antigas, dos seus primeiros anos de trabalho, com contornos irregulares, até as mais recentes, delicadamente programadas, com linhas finas sobrepostas. Popularizadas por meio de obras públicas da artista expostas em diversas capitais pelo mundo, as esculturas são estruturas metálicas fielmente reproduzidas em maior dimensão. Já entre as pinturas, figuras sinestésicas que encerram analogias corpóreas e orgânicas.
“Tomie Ohtake - Cor e Corpo” é a terceira mostra da artista na capital baiana, que recebeu exposições suas apenas em 2009 e 2013.
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