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Armadilha para Capturar Sonhos-2023-08-16 - Guia das Artes
“Armadilha para Capturar Sonhos”
Evento encerrado
“Armadilha para Capturar Sonhos”
Quando aconteceu
Quarta, 16 Agosto até Domingo, 22 Outubro
Local
Farol Santander - Porto Alegre
Rua Sete de Setembro, 1.028
Conteúdo

 

A exposição “Armadilha para Capturar Sonhos”, com abertura nesta quarta-feira, dia 16, reúne 63 pinturas em grandes formatos de um dos maiores artistas do Brasil

Manifestos, ideias e liberdade criativa estão presentes na exposição “Armadilha para Capturar Sonhos”, de Siron Franco, com visitação aberta, a partir desta quarta-feira, dia 16, às 10h, no Farol Santander Porto Alegre (Sete de Setembro, 1028). O visitante irá percorrer 50 anos de produção artística por meio de 63 pinturas, produzidas entre 1973 e 2023, em grandes formatos de um dos maiores artistas do Brasil. 

A exposição está organizada em sete núcleos ou aproximações temáticas – Cosmos, Segredos, Mitos, Homem, Biomas, Violência e Césio. Gabriel Pérez- Barreiro detalha que a curadoria foi feita a partir da coleção particular de Justo Werlang e está organizada por eixos temáticos que se aproximam e estão interconectados. Todos os núcleos apresentam um breve vídeo com o próprio artista comentando cada um dos temas e seu processo de trabalho.

Para o curador, um conceito importante no trabalho Siron é a liberdade. “Siron é um ser livre, a relação dele com a pintura é livre, a relação do espectador com o trabalho dele é livre. A liberdade também no pintar, no estilo, no assunto, na técnica, nos tamanhos das telas, na forma de trabalhar. Realmente é um exercício de quem sabe o que é a liberdade”.

Pérez-Barreiro acrescenta, que desde os anos 1970, o trabalho de Siron tem abordado de forma sistemática quase todas as questões que são dominantes na arte brasileira e internacional, como catástrofe ambiental, discriminação, violência, injustiça, corrupção, raça. Muitas das obras que fazem parte da exposição serão mostradas pela primeira vez ao público, como “A Grande Rede”, realizada neste ano. 

Para falar de sua pintura, Siron transita pelo passado vivido em Goiânia, sua herança familiar, viagens e acontecimentos diversos, como frases ou ideias, que o tocaram de alguma forma. O artista relata que suas telas podem nascer de uma reportagem, como a série Fábulas de Horror, realizada a partir do que ele assistiu na televisão sobre a Uganda. Ou a partir de informações ou imagens que vão resultar em uma terceira imagem, como um desenlace da emoção vivenciada, imperando o impulso e a necessidade de criar. 

A linguagem visual do artista oscila entre a figuração e as abstrações. Suas pinturas são constituídas de muitas camadas que se sobrepõem, escondidas pela camada mais superficial e visível aos olhos do espectador.

A exposição é uma oportunidade para o público porto-alegrense revisitar a obra de Siron Franco que, há 22 anos, não tinha um conjunto tão representativo de seu trabalho apresentado no Rio Grande do Sul. A última individual aconteceu em 2001, no extinto Centro Cultural Aplub, com a série de objetos escultóricos (“Casulos”). Em 1999, o artista ganhou retrospectiva no Margs.

Também será exibido o documentário Siron. “Tempo Sobre Tela”, dirigido por André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos. 

Siron Franco

Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte (nascido Gessiron Alves Franco, em Goiás Velho, Goiás, em 1947), Siron Franco tem uma produção artística de predominância pictórica, em que mescla ora num vocabulário surrealista, ora com abstrações ainda passíveis de identificação alegórica, comentários críticos sobre problemas sociais e personagens da cultura pop e do cerrado goiano.

A série mais conhecida do artista, e que desencadeia uma mudança paradigmática em sua produção, é o conjunto de obras ligadas ao acidente radioativo do Césio 137, em Goiânia, em setembro de 1987. Como resultado de seu estado de indignação pela demora no atendimento aos contaminados e na contenção dos danos causados pela radiação, o artista produz telas, desenhos e esculturas em que há uma economia de elementos de fundo e um destaque às pontuais imagens que funcionam como alegorias a tragédia radioativa, principalmente, o uso do amarelo fosforescente em menção à letalidade da substância e da terra retirada diretamente do entorno da cidade de Goiânia.  Após esse evento trágico, sua produção toma um rumo de militância política. 

Serviço: 

Farol Santander (Rua Sete de Setembro, 1.028), em Porto Alegre
Visitação, até 22 de outubro, de terça a quarta, das 10h às 19h, e aos domingos e feriados, das 11h às 18h. 
Ingressos a R$ 17 (inteira) e R$ 8,50 (meia) no site do Farol Santander e na bilheteria do local

 

Fonte: Correio do Povo

 

Apresentar a exposição Armadilha para Capturar Sonhos é uma homenagem que o Farol Santander presta ao artista plástico goiano Siron Franco, por seus 75 anos de vida e cinco décadas de trabalho e, também, ao ofício do colecionismo, uma prática que beneficia a todos nós, admiradores da arte, pela disciplina da organização, seleção, acúmulo e classificação de dezenas de obras que contam, através de imagens, a experiência de vida do autor e seu contexto no qual também somos partícipes. Reunindo 63 pinturas, e com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro, a exposição encanta por nos fazer navegar pelos vários mundos que o artista transita, tanto na figuração quanto na abstração, mas sempre com o propósito de chamar a atenção para temas sempre importantes para refletirmos. Na pessoa do homenageado Siron Franco, cumprimentamos artistas e colecionadores pela excelência de criar e acumular beleza e símbolos que atravessam os tempos, nos lembrando da contínua obrigação de conscientização pelo bem do mundo.

Maitê Leite Vice-presidente Executiva Institucional Santander

 

 

Siron Franco é um dos mais reconhecidos artistas brasileiros contemporâneos. Sua carreira abrange mais de cinquenta anos de intensa produção, durante os quais ele se envolveu com algumas das questões mais profundas sobre arte, vida e sociedade. O título da mostra, Armadilha para Capturar Sonhos, foi extraído de uma das obras aqui expostas. Nele, temos dois aspectos que definem grande parte da prática de Siron: a ideia de que a arte pode funcionar como um dispositivo para seduzir e capturar a atenção, e a noção de que nossos sonhos, esperanças e medos mais íntimos podem estar contidos em uma imagem pintada. A linguagem visual de Siron oscila entre a figuração, na qual as imagens são claramente apresentadas, e a abstração, na qual a pintura não representa objetos do mundo, mas cria uma impressão e uma energia gerais. Suas pinturas são, com frequência, compostas a partir de muitas camadas construídas ao longo do tempo, de modo que o que vemos é apenas a versão mais recente de uma pintura que passou por diversas transformações antes de ser vista. Ao longo de mais de cinco décadas, Siron se envolveu com algumas das questões mais candentes da sociedade brasileira: injustiça, racismo, a importância das culturas indígenas, ecologia e violência. Suas obras não são ilustrações desses problemas e não propõem soluções simples. Pelo contrário, elas nos mostram a complexidade emocional e a densidade da existência humana, criando empatia e compreensão por meio de imagens visuais que podem ressoar de forma espiritual e emocional com o espectador. Todas as obras desta exposição são provenientes de uma coleção particular em Porto Alegre, o que nos permite a possibilidade de ver uma seleção abrangente de sua extensa carreira, reunida por um apoiador de longa data do artista.

Gabriel Pérez-Barreiro Curador

 

 

MITOS

Nos seus primeiros trabalhos, Siron estava fascinado por mitologia e textos sagrados. Temas como Adão e Eva, a Madona ou histórias de poder e abuso comoviam o artista em grande medida. Nesta seção, vemos algumas dessas imagens, criadas com um poder perturbador, usando distorção e caricatura para representar a corrupção moral. Pouco tempo depois, ele também se interessou pela mitologia indígena e pela forma como as culturas nativas têm usado a criação de marcas para contar narrativas desde a pré-história.

SEGREDOS

As pinturas de Siron, com frequência, escondem tanto quanto revelam. Seu processo de pintar muitas camadas, efetivamente criando e destruindo imagens na mesma tela, significa que nunca saberemos o que está sob a superfície. O conceito de segredo nasce dessa estratificação, cobertura e transparência. Em vez de criar imagens que nos entregam tudo em um único momento, essas pinturas parecem nos pedir para nos relacionarmos com elas da mesma forma como faríamos com outra pessoa, sabendo que a imagem superficial é apenas um ponto de partida, cobrindo e revelando muitas verdades e experiências mais profundas.

VIOLÊNCIA

Desde muito cedo, Siron ficou fascinado e repelido pela violência que observava em sua comunidade. A desumanidade do homem para com seu semelhante é um tópico rico na arte, e Siron recupera esse interesse ao usar imagens para retratar a crueldade e a indiferença. Com frequência, ele é inspirado por cenas de violência que vê na televisão ou lê no jornal e, muitas vezes, se manifesta publicamente para denunciar a falta de resposta política para proteger as muitas vítimas da violência no Brasil e em outros lugares.

HOMEM

A figura humana tem sido um tema central no trabalho artístico de Siron. Os rostos e corpos que ele retrata geralmente não são de uma pessoa específica, mas servem para representar diferentes aspectos da humanidade de uma maneira metafórica. Vemos situações de diálogo, alienação, figuras perdidas e figuras conectadas. Os rostos e corpos são representados em linguagens visuais muito diferentes, mas o que eles têm em comum é a preocupação com o lugar da humanidade no mundo.

COSMOS

Nestes trabalhos, vemos conjuntos de marcas que parecem criar constelações ou mapas. Não temos certeza de sua escala: podem ser estrelas no céu ou células em um microscópio. O que elas sugerem são campos de energia pulsantes, pontos de luz que conduzem o olhar sobre a superfície. Não há nenhum “sujeito” ostensivo nestas pinturas, a não ser o movimento da tinta, e do olho, sobre a superfície, criando uma espécie de “mapa mental” de sensações.

BIOMAS

A preocupação de Siron com o meio ambiente é uma constante em seu trabalho e em sua vida desde a infância. Os animais que aparecem em sua obra são, muitas vezes, representações simbólicas da crueldade e da indiferença a que são frequentemente submetidos. Na década de 1980, ele começou a representar peles de animais tanto como uma crítica ao vaidoso uso de casacos de pele, quanto como um dispositivo visual para criar padrões ricos, fascinantes e sedutores. A possibilidade e a impossibilidade de comunicação entre animais e humanos é algo que preocupa Siron tanto de forma existencial quanto política.

 

Fonte: Catálogo Oficial

* Os horários podem variar em função de férias e feriados. Recomendamos ligar antes para verificar.
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