Artista perde luta para o cancro aos 72 anos. Deixa obra espalhada pelo mundo.
Dizia que era um artista, porque era a forma de englobar tudo o que fazia. Não sendo especificamente coisa nenhuma, abraçava todas as formas de arte, a pintura, a escultura, a fotografia, o vídeo, o desenho e até o som.
Vivia em Portugal, mas trabalhava no mundo. Julião Sarmento, o mais internacional dos nomes da arte contemporânea portuguesa, o criador que dizia que "a inspiração é uma treta" e que explorava os temas do voyeurismo, do erotismo, do sexo e do desejo como poucos, morreu esta terça-feira, aos 72 anos, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, vítima de doença oncológica.
Em nota de pesar, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa destacou a "modernidade provocante" das suas obras e a sua "presença ímpar" neste tempo, enquanto a ministra da Cultura, Graça Fonseca, enalteceu o seu "trabalho sobre o corpo e o desejo, num erotismo simbólico e subtil que era o grande motor da sua criatividade".
Nascido em Lisboa a 4 de novembro de 1948, Julião Sarmento frequentou o curso de arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, iniciando a carreira nos anos 70.
Tem obras espalhadas pelo mundo e no ano passado tinha lançado o livro ‘Café Bissau’.
Fonte: CM Jornal