Will Barcellos gostava de rabiscar tudo o que via pela frente quando criança, mas cresceu sem muito contato com a arte, até que um amigo de sua tia lhe arrumou uma bolsa de estudos na Sociedade Brasileira de Belas Artes (SBBA), no Rio de Janeiro. Foi lá que ele viu pela primeira vez uma obra criada a partir de vários pontinhos.
Ele mal pôde acreditar que a imagem de uma mulher deitada na pedra tinha sido criada daquela forma, e passou semanas indo ver a obra na SBBA. A necessidade de trabalhar e ganhar dinheiro o afastou da veia artística por vários anos, mas o talento de Will continuava à espera do momento em que poderia se soltar.
Só em 2013, quando comprou o próprio apartamento e decidiu criar quadros para decorá-lo, que “um gigante acordou dentro dele”. Segundo Will, ele não consegue mais passar um só dia sem pintar. Seu trabalho se fundamenta na combinação de dois estilos, o pontilhismo e aquarela – café, nanquim e “qualquer líquido que tenha cor e dê vontade de jogar no papel” vira material.
Os primeiros a verem os trabalhos foram os amigos, depois a coisa foi crescendo. Ele venceu um concurso internacional, fez exposições no Brasil e levou a arte até a Alemanha. Muitos de seus modelos são amigos e familiares, mas ele também anda muito bem ao desenhar paisagens e prédios. Falar sobre a qualidade de sua arte é desnecessário: basta ver com seus próprios olhos.