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Arte têxtil: 5 artistas mulheres que utilizam tecidos e técnicas para criar grandes obras de arte - Guia das Artes
Arte têxtil: 5 artistas mulheres que utilizam tecidos e técnicas para criar grandes obras de arte
Arte têxtil: 5 artistas mulheres que utilizam tecidos e técnicas para criar grandes obras de arte
inserido em 2021-03-29 18:41:30
Conteúdo

 

As técnicas têxteis e o bordado, a costura, o macramé, o crochê e tudo mais que forma e adorna tecidos sempre foram importantes instrumentos para a feitura não só de roupas, mas também de obras de arte.

Desdobrando de uma das mais importantes indústrias da história e da evolução da humanidade, a manufatura de tecidos e o uso de outras técnicas é também parte importante da história da afirmação feminina – profissional, estética, artística e humana. O predomínio feminino, claro, parte de puro preconceito: sobre manufaturas e os chamados artesanatos, mas o fato é que a combinação entre arte e o têxtil criou algumas das mais vigorosas obras da história – e tal combinação segue hoje como meio efervescente para a criação da fina arte.

“She Prevails” (Ela prevalece, em tradução livre), da artista Simone Saunders

No mundo e ao longo dos anos, porém, a população desse tipo de artista – assim como entre as trabalhadoras têxteis propriamente – é majoritariamente feminina, e o mesmo preconceito que move tal isolamento também faz com que tais obras não recebam o reconhecimento devido – curiosamente e não por acaso, no Brasil, dois dos maiores e mais reconhecido artistas têxteis são homens: Arthur Bispo do Rosário e, contemporâneo, Ernesto Neto.

Trata-se, é claro, de reconhecimento justo, mas são muitas as grandes artistas que, em todo o mundo, usam tecidos e técnicas de tecelagem para criar algumas das mais belas e pungentes obras de arte atuais e em todos os tempos.

“She Grows” (Ela cresce, em tradução livre), também de Simone Saunders

Assim, como parte da celebração do mês da mulher, mas em posição que precisa ser mantida ao longo do ano e por todos os anos, nos inspiramos em matéria original do site My Modern Met para comemorar 5 grandes artistas têxteis. Vindas dos EUA, de Portugal, da Suécia, da Austrália – e, por adição especial do Hypeness, do Brasil.

Bisa Butler (EUA)

“Broom Jumpers”, de Bisa Butler

A estadunidense Bisa Butler deixou os pinceis de lado para recorrer aos fios, tecidos e costuras a fim de retratar de forma instigante e impactante as representações históricas de homens e mulheres negras ao longo da história. “Minha comunidade vem sendo marginalizada há séculos. Eu convido a repensarmos em um diálogo contemporâneo sobre questões ainda problemáticas em nossa cultura, através do reconfortante e abrangente meio do acolchoado. Ainda que estivéssemos ao lado de nossos interlocutores brancos criando e vivenciando a história, nossas contribuições e perspectivas foram ignoradas, não foram registradas, e se perderam. Eu expresso o que acredito ser os valores iguais entre os seres humanos”, diz.

“Africa The Land Of Hope and Promise For Negro People’s of the World” (África, terra de esperança e promessa para o povo negro do mundo, em tradução livre)

Adrianna eu (Brasil)

“A costura do erro”, de Adrianna eu

A carioca Adrianna eu utiliza em seu nome artístico o ponto de partida de sua provocação essencial para sua arte têxtil: a relação com o outro. O nome é pensado também como um trabalho artístico, a fim de levantar o debate sobre os limites do outro e do eu, e a própria questão da identificação nesse ou em outro idioma. A relação com o universo têxtil está na base do próprio trabalho, com os instrumentos como linhas, carretéis, botões, tesouras e máquinas, se tornando elementos – bordados ou concretos – de sua obras, movida pelo “desejo, a vontade de afetar e ser afetado pelo mundo”.

“As amarras”, de Adrianna eu

Vanessa Barragão (Portugal)

“Spiralis”, de Vanessa Barragão

A textura das grandes tapeçarias da portuguesa Vanessa Barragão remetem à aparência de corais maritmos não por acaso: a homenagem aos oceanos em seu trabalho começa na escolha do material e da própria técnica. A mira de sua motivação ecológica, porém, também se vira para a própria indústria: “A indústria têxtil é uma das mais poluentes do mundo, e em quase todo processo são utilizadas químicas, especialmente no tratamento de fibras e no tingimento, além de toda a maquinaria utilizada, que consome toneladas de energia especialmente prejudiciais ao planeta”.

Coral Garden, obra de Vanessa Barragão

“Coral Garden” (Jardim Coral, em tradução livre)

Ulla Stina-Wikander (Suécia)

Objetos de costura são suporta para o ponto-cruz da obra de Ulla Stina-Wikander

Objetos de costura são suporta para o ponto-cruz da obra de Ulla Stina-Wikander

O posicionamento crítico do trabalho da sueca Ulla Stina-Wikander não se restringe à técnica de ponto-cruz utilizada pela artista, mas também na escolha do suporte: seus bordados cobrem objetos que justamente também foram símbolos do trabalho cotidiano e familiar feminino – e que se tornaram obsoletos ou antigos de certa forma, como ferros de passar, batedeiras e até mesmo instrumentos do universo têxtil, como máquinas de costura e tesouras. “Eu quero que as pessoas olhem melhor às coisas que jogamos fora, que tratamos como inúteis. Meus itens se transformam em artefatos de uma era passada, mas disfarçados, vestidos, camuflados. Eu dou a eles uma segunda vida em um novo contexto”.

Batedeira e formas cobertas por ponto-cruz na obra da sueca

Batedeira e formas cobertas por ponto-cruz na obra da sueca

Tammy Kanat (Austrália)

Obra da australiana Tammy Kanat

A australiana Tammy Kanat vê suas obras como flores brotando das paredes

As formas orgânicas do trabalho da australiana Tammy Kanat não se restringem ao suporte retângulo que normalmente traça as obras têxteis – e se ampliam em contornos que se parecem de fato com a natureza. Feito flores que brotam da parede, as obras combinam técnicas de tecelagem diversas para que a artista possa ser guiada por seu impulso na hora da criação. “Eu sigo meu instinto para criar desenhos que pareçam balanceados. Sou muito visual, sempre anotando sobre o que me rodeia, e isso se reflete no meu trabalho”.

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