
Para o 5º circuito 10 Contemporâneo de arte, a Lemos de Sá Galeria de Arte apresenta a exposição inédita “Soturnos noturnos” da artista mineira Thaïs Helt. Instalação, objetos e desenhos serão mostrados numa continuação e desdobramento das obras que resultaram na exposição “Ouro Negro” na Oi Futuro no Rio de Janeiro em setembro de 2018.
A artista utilizou de técnicas mistas para feitura das novas obras. O tradicional papel japonês translúcido – com impressões litográficas negras sobrepostas e costuradas com linhas douradas, formando silhuetas entrelaçadas e flutuantes. As impressões ganham formas e contornos a partir de uma variação de nuances de tons de pretos que sobrepostos amenizam os traços dourados obtidos a partir da aplicação da folha de ouro.
A penumbra, o obscuro é a ocupação do espaço de forma silenciosa e bruta. Sua força sobrepõe a luz que, aprisionada, ressalta ainda mais o seu brilho e introspecção.
Trajetória da artista
Thais Salgado Helt (Juiz de Fora MG 1949). Gravadora, pintora, desenhista. Entre 1972 e 1974, cursa litografia com Lótus Lobo (1943) na Escola Guignard, em Belo Horizonte. Gradua-se em Belas Artes, em 1976, e especializa-se em escultura com Amilcar de Castro (1920 - 2002). , entre 1978 e 1979, sempre na Escola Guignard. Em 1981, frequenta curso de especialização em litografia, com Antônio Grosso, sob o patrocínio da Coordenadoria de Cultura de Minas Gerais. Em 1991, é bolsista do Tamarind Institute, em Albuquerque, nos Estados Unidos. Em 1978, funda a oficina de gravura Casa Litográfica, em Belo Horizonte, com George Helt, Lótus Lobo (1943) e Marina Nazareth (1939) . Em 1988, abre a Oficina Cinco, um ateliê de litografia, em Belo Horizonte. Em 1993, transfere a Oficina Cinco para Novo Lima, Minas Gerais, onde imprime gravuras de vários artistas, entre eles Amilcar de Castro (1920 - 2002). Participa do Grupo do Largo do Ó, de Tiradentes.
A pesquisa relacionada às vivências pessoais está na origem do processo criativo de Thaís Helt. Dois anos depois de iniciar os estudos na Escola Guignard, em 1972, começou a trabalhar no ateliê de litografia, como aluna de Lotus Lobo. Nunca mais o processo de impressão, a partir das matrizes realizadas nas pedras, a abandonou.
Os momentos iniciais foram de aprendizado da técnica. Na medida em que passou a dominar os procedimentos, buscou formas pessoais para se expressar. Começou a consolidar linguagem própria ao recortar os suportes em formatos diversos e só depois iniciou as pesquisas de impressão. Mais adiante, ao incorporar elementos como costuras, furos e colagens, o trabalho despertou atenção no meio artístico.
Fundadora da Casa Litográfica e da Oficina Cinco, ateliê de litografia que funciona na cidade de Novo Lima, recebeu premiações importantes como no VIII Salão de Campinas (1972) e no Salão Santos Dumont (1973). Tem sua vida e obra registradas em publicações, como o livro-depoimento do Circuito Atelier, lançado pela Editora C/Arte. Possui obras em diversos museus e coleções particulares no Brasil e no exterior.
A artista já fez diversas exposições individuais e coletivas pelo Brasil.