Com o sugestivo nome “Mariza, seus anjos, suas meninas, figuras e abstratos”, a mostra reúne trabalhos de quatro séries da artista, produzidas em épocas distintas.
Os “Anjos” foram pintados há mais de 20 anos, quando a pintora decidiu construir uma casa nas redondezas da bucólica Serra da Moeda. Foi lá que nasceram seus anjos sem qualquer resquício barroco. Os anjos que povoam suas telas estão inseridos no cotidiano, acompanhados de animais, se divertindo. Eles tocam música, brincam ese deliciam comendo frutas. “Foi um parêntesis na minha vida de pintora”, diz a artista.
Já para a série “Meninas”, Mariza buscou inspiração no mestre espanhol Diego Velasquez, de quem é admiradora incondicional. Regressando de uma viagem à Espanha, Mariza foi, como ela diz, costurando suas memórias com a simbologia do Século XVIII e as obras de Velasquez. Não se trata de uma interpretação ou de uma releitura. “Quis fazer uma analogia, e daí surgiu a série ‘As Meninas de Mariza’, conta ela.
Integram também a mostra obras figurativas da série ID, pintadas no início dos anos 2.000, e obras abstratas, nas quais ela utilizou técnica mista (pintura e colagem) em suas criações datadas de 2016 e 2017.
Mesmo nas grandes telas abstratas, Mariza Trancoso se diz uma pintora essencialmente figurativa. “Aqui não tem a figura humana, mas tem a presença do ser humano, através de seus resíduos, as marcas de sua passagem no mundo”.
Para a galerista Beatriz Abi-Acl, promover uma individual de Mariza Trancoso, mostrando uma pouco de sua trajetória artística, é uma honra para a galeria. “Não temos a pretensão de faz uma retrospectiva, mas nosso objetivo é mostrar o talento de uma das artistas mais premiadas de nosso Estado e a sua capacidade de transitar por diferentes temas”, destacou.