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Karin Bustamante da Silva Costa - Guia das Artes
Karin Bustamante da Silva Costa
Informações
Nome:
Karin Bustamante da Silva Costa
Nasceu:
São Paulo, SP (15/01/1965)
Sobre o artista

Karin Bustamante da Silva Costa (1965) é uma artista visual paulistana. 

Biografia

Através da pintura, vou me descobrindo e me surpreendendo comigo mesma ao ver como minha técnica é um espelho de como funciono. Não gosto de programar, ou desenhar ou imaginar o que vou pintar ou as cores que utilizarei. Gosto de iniciar o processo de qualquer forma. Ao iniciar, vou seguindo e a inspiração vai me levando. Não penso, apenas faço. O “Algo Anterior” me guia. Sou levada pelos movimentos e cores que vão dirigindo a seguir um caminho. 


Meus painéis são feitos de camadas, muitas camadas de pintura e de destruição. É uma luta profunda, uma briga. Muitas vezes perco a visão. Me dá vontade de desistir. Chego ao ponto de lavar o painel ou abandoná-lo por meses, de odiá-lo. Mas em algum momento, ele me chama e volto para ele. 


Neste momento do retorno, minha mente entra junto e consigo enxergar algo que não conseguia. Início, então, uma fase mais racional onde percebo a necessidade de cores e formas mais específicas. O processo da pintura começa a criar corpo e meu entendimento das obscuridades profundas permite que todo o caos que havia se formado anteriormente passe a fazer sentido. Neste momento, vejo que o trabalho está completo e me sinto muito gratificada.


Meu processo de aprendizado, desde sempre, foi inusitado. Desde criança, vivia em um estado de consciência aparentemente desligado de tudo. Talvez tivesse algum grau de dislexia que nunca tenha sido diagnosticado. Com 6 anos de idade, eu e uma prima fomos ler um livro juntas. Li a primeira parte do livro com uma estória muito linda e encantadora. Quando minha prima foi ler a parte dela, descobriu que o enredo era completamente diferente daquele que eu estava contando. As figuras conferiam, mas o texto era bem outro. Foi então que descobri que ler não era inventar a minha própria história através das figuras do livro, mas sim através daqueles sinaizinhos alinhados abaixo das figuras. Minha professora logo ficou sabendo do acontecido. E para me ajudar, deu-me uma folha de papel com as letras do alfabeto e figuras que as correspondiam. Foi quando entrei em meu quarto, fechei as janelas, acendi o abajur, e em uma tarde, memorizei aquelas sílabas que magicamente formavam palavras... e aquelas letrinhas sob as ilustrações do meu livro, começaram a fazer sentido. Esta história diz muito da forma como eu, até hoje, percebo a realidade e me relaciono com o mundo.


Estudei na escola Vera Cruz, da qual minha mãe Sônia Bustamante foi uma das fundadoras. No Vera, podia fazer as minhas buscas do conhecimento à minha maneira, e sempre fui muito livre para elaborar meu próprio método de aprendizagem, principalmente nas aulas de artes. Aos 16 anos de idade, fui estudar no Colégio Equipe, que também tem um método de ensino muito ligado às artes em geral. Eu amava aquelas aulas de Artes que eram dadas ao som de Bolero de Ravel.


Passei grande parte das minhas férias, no período de infância e adolescência, na pequena cidade mineira chamada Itanhandu, na casa de meus avós paternos. Meu avô, Ignácio Lopes Fortes Bustamante, influenciou muito minha visão do mundo. Ele não permitia que minha avó, Noemi Mota Bustamante utilizasse luz elétrica em casa. Abominava os progressismos profetizando que acabariam por destruir a humanidade. Ele, um Agrônomo aposentado, era um amante das árvores e na sua velhice dedicou-se a esculpir seus próprios móveis na varanda de sua casa. Foi esta atmosfera que moldou minha essência.  Desde então, sempre fui ligada à natureza, aos animais e ao “fac te ipsum”, faça você mesma.

 

Depois de formada na faculdade de Veterinária, casei-me com Paulo Hoyer da Silva Costa em 1993, e tivemos duas filhas, Sabrina e Paloma que foram criadas neste encantado recanto da serra da Mantiqueira, onde nasceu meu pai Gladstone Motta Bustamante. Foi nesse período que Paulo e eu tivemos uma fábrica de sofás que utilizava tecidos importados de vários produtores americanos e europeus. Incrivelmente, algo aconteceu quando trabalhava com esses tecidos com estampas maravilhosas. Suas cores e formas foram despertando algo vivo dentro de mim, algo que estava há muito tempo presente, mas que eu não tinha consciência. Nesta mesma época, toda família teve aulas de pintura e desenho e foi então que comecei a pintar meus primeiros painéis. 


Depois de uma temporada nos EUA e Rio de Janeiro, voltamos para Minas em 2018. Desde então, tenho trabalhado intensamente na busca de minha verdade interior através das cores, texturas, tintas, pincéis e formas.


Texto provido pela própria artista. 

Cronologia


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