O Museu da II Guerra Mundial, de Maceió, foi criado em 14 de março de 1996 pela Major Elza Cansanção Medeiros, a qual nos referimos antes. Entre este relevante acervo de peças originais, destaca-se o espólio do Itapagé, navio brasileiro torpedeado no litoral alagoano. O material resgatado do fundo do mar pela Major Elza serviu como base para a montagem do Museu. A história da participação das Forças Armadas Brasileiras na 2ª Guerra Mundial, principalmente por meio do Exército, está preservada em fotos, livros, objetos de uso pessoal de combatentes e material bélico. A Major Elza fez um belo trabalho na reunião dos objetos pessoais usados pelos combatentes e o acervo de armamento e fotos. Neste momento, o Museu está aos cuidados do Cap. José Cláudio Martins Teixeira, um especialista em museologia militar, tendo servido em outros estados que havia museus da II Guerra Mundial e onde, por meio de pesquisas e"garimpagem", junto aos familiares de expedicionários conseguiu aumentar - significativamente - os acervos destes museus. Nas matérias"Vamos aos Museus", sempre colho impressões pessoais do meu filho Marcos Paulo, como ponto de partida para uma análise sobre a visita e o que recomendar aos nossos leitores como fonte de lazer e cultura. Até porque, um dos objetivos dos museus é incentivar as visitas de alunos dentro da faixa etária dele. A visita: Após a emoção de ser recebido pelo Comandante da 20ªCSM, ser presenteado com um boné da instituição e fotografado para o"Cartão de Recordação da Visita ao Museu da II Guerra Mundial", Marquinhos entrou no ambiente do Museu observando tudo em silêncio e atento às palavras do Capitão Teixeira, nosso guia. O que chama a atenção no Museu, na primeira impressão, é a limpeza em geral, sobretudo às dispensada às armas... Algumas parecem que saíram de fábrica há pouco tempo. Foram poucas as perguntas de:"o que é isto?.." Parecia desanimado... um tanto quanto melancólico. Ao chegarmos ao setor de maquetes - feitas por sócios do Club de Plastimodelistas de Maceió, as quais mostram cenários compostos por soldados e veículos militares, na escala de 1/72 -o garoto parou e seus olhos encheram-se de curiosidade e euforia...Observava-o tentando decifrar se era o seu lado lúdico de criança ao ver um brinquedo ou se ele viu aquelas maravilhosas maquetes como eu as vejo: um cenário onde foram desprendidos conhecimentos técnicos e feitas com muita arte pelos seus criadores... Embora cada maquete parta de um kit de plástico para montar, segue os mesmos princípios de engenharia da montagem e pinturas de um veículo real, onde nele são aplicados praticamente todos os tipos de conhecimento humano. Como ex-plastimodelista, vejo como uma ótima estratégia dos museus utilizarem os conhecimentos e as habilidades desses artistas para contarem uma história, como é o caso da II Guerra Mundial... Além dos museus lhes conferirem o devido valor do trabalho aplicado e das horas dedicadas às pesquisas - com a finalidade de chegarem próximo ao máximo do realismo - abrem espaço para aqueles que não têm mais lugar para guardar suas peças prontas - além, é claro - de poderem visitar o museu e levarem amigos para ver a própria coleção.Perguntei-lhe, na saída: gostou da visita ao Museu? A resposta foi um"gostei", um tanto pensativo... Já em casa, Marquinhos me contou que viu muita tristeza e sofrimento nos rostos que apareciam nas fotos do Museu...Argumentei que as guerras trazem muitas tristezas, seja porque o combatente está longe da família, seja pela morte de um companheiro. OsMuseus da II Guerra Mundial lembram e reverenciam a memória daquelesque participaram da Guerra - na Itália ou defendendo o litoral brasileiro. Mostram ainda que as Forças Armadas Brasileira estão aí para difundir a Cultura da Paz ... mas que, se preciso for, «verás que um filho teu não foge à luta»...