Moça pobre, filha de camponeses, nasceu em 1916 na cidade de Campos, Rio de Janeiro. Fez o curso primário e aprendeu variados trabalhos manuais numa escola profissional. Era tímida e sem vaidade, obediente aos pais, especialmente apegada à mãe. Aos 18 anos apaixonou-se por um homem que não é aceito por sua mãe. Tornou-se cada vez mais retraída, sendo internada em 1937, aos 21 anos.
Apesar de sua atitude agressiva, negativista, não houve dificuldade para que aceitasse pintar quando começou a frequentar o ateliê de pintura em 1946. Inicialmente dedicou-se ao trabalho em barro, modelando figuras que impressionam pela sua semelhança com imagens datadas do período neolítico.
Na sua pintura pode-se acompanhar passo a passo as incríveis metamorfoses vegetais que ela vivenciou. Dedicou-se também à confecção de flores de papel e aos trabalhos de crochê, tornando-se uma pessoa dócil e simpática, sempre concentrada em suas atividades, produzindo com intensa força de expressão cerca de 17 mil e 500 obras.
Adelina faleceu em 1984. Sua produção plástica, e as importantes pesquisas daí desenvolvidas pela Dra. Nise ao longo de muitos anos, tornaram-se objeto de exposições, filmes, documentários e publicações.
Adelina Gomes (Rio de Janeiro RJ, 1916 - idem 1984). Pintora e escultora. É internada em 1937, aos 21 anos de idade, no Centro Psiquiátrico D. Pedro II, no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro. Freqüenta o Ateliê de Pintura e Modelagem desse Centro a partir de sua criação, em 1946, na Seção de Terapêutica Ocupacional. Lá dedica-se inicialmente ao trabalho em barro e em seguida à pintura. Produz até sua morte cerca de 17.500 obras que são tema de um importante estudo da Dra. Nise da Silveira, criadora dos ateliês e do Museu de Imagens do Inconsciente, fundado em 1952 para preservar essas obras.