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Tomie Ohtake quadros do - Guia das Artes
Tomie Ohtake
Informações
Nome:
Tomie Ohtake
Nasceu:
Kyoto - Japão (21/11/1913)
Faleceu:
São Paulo - SP - Brasil (12/02/2015)
Sobre o artista

A sagitariana Tomie Ohtake nasceu na antiga capital imperialdo Japão, Kyoto, em 1913. Filha de madeireiros tradicionais, residia na ruaShijo, no centro de Kyoto, onde aprendeu Ikebana, piano e cerimônia do chá comsua mãe que lhe dava educação tradicionalista. Quando ela tinha cinco anos seupai, Keinosuke, sofreu um ataque cardíaco fulminante.

Em 1936 veio, acompanhada do irmão Teisuke, visitar seuirmão Masutaro Nakakubo, um inquieto jovem, que veio para o São Paulo em 1926,fixou residência na rua da Paz e, se tornou dono de um laboratório quefabricava remédios e o popular fortificante Wakamoto. Foi exatamente ocontrário da rua da Paz, a guerra, que impediu Tomie de retornar e, neste tempoconheceu Ushio Ohtake com quem se casou.

Em suas palavras ao sair do navio Tomie exclamou: “Tudo eraamarelo, até o gosto”. Essa cor temida por pintores foi magistral por toda avida em suas telas.

Em 1952, começa a pintar e um ano depois participa do GrupoSeibi com Mabe, Fukushima, Shiró, Kaminagai, dentre outros e, apenas oito anosdepois, com uma pintura “às cegas”, recebe o Prêmio de Isenção de Júri no SalãoNacional de Arte Moderna de 1960.

Após a Segunda Guerra Mundial, Tomie voltou ao Japão parauma visita à família e semelhante ao seu pai, tragicamente sua mãe, Kimi,sofreu um ataque cardíaco fulminante.

De volta ao Brasil, nos anos 60, chega ao fim o casamentocom Ushio que muda-se para Paraty, onde faleceu em na década de 1970.

Tomie em São Paulo, dedica-se integralmente aos filhos e àpintura que atingiu nível de maturidade ao longo da década de 1960, com o usode tons contrastantes, pinceladas muito diluídas explorando as transparências,chegando assim a um nível magistral no início da década de 1970.

Somente em 1968 naturalizou-se brasileira o que apossibilitou representar o país na Bienal de Arte de Veneza, quando em 1972destacou-se na 36ª Bienal de Veneza. Ainda recebeu o Prêmio Panorama da PinturaBrasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Artistas como Tomie, Fukushima e Mabe, usavam o"ma", em japonês o vazio espacial, para elaborar suas obras e ainda apossível influência, devido a cultura, do ukiyo-e, espécies de gravurasjaponesas que refletem o ensinamento budista de que tudo é ilusão e expressavao prazer fugaz, o que justifica o prazer na concentração de sua mãe:

"essa influência se verifica na procura da síntese:poucos elementos devem dizer muita coisa"

Na década de 1980, Tomie cria cenários para o TeatroMunicipal do Rio de Janeiro, por ocasião da ópera Madame Butterfly, apresentadaem 1983, ano em que o MASP faz uma retrospectiva e lançamento do livro"TOMIE" escrito por Casimiro Xavier de Mendonça, com prefácio dePietro Maria Bardi.

Em 1988, foi agraciada com a Ordem de Rio Branco pelaescultura pública comemorativa dos oitenta anos da imigração japonesa noBrasil. Em São Paulo a escultura em concreto armado na Avenida 23 de Maiotornou-se signo paulistano. Daí por diante, na década de 1990, Tomie sedestacou com esculturas de grandes dimensões em espaços públicos e em 1995 a23ª Bienal Internacional de São Paulo, dedicou-lhe uma sala especial deesculturas e, ainda, recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministérioda Cultura – MinC.

E em 2000, foi criado o Instituto Tomie Ohtake, importantecentro cultural da capital paulista, que em 2004 publicou um grande eabrangente livro sob o nome TOMIE, editado por Ricardo Ohtake.

Em 2004 realizou sua obra pública, considerada uma obraprima, para o Auditório Ibirapuera, num perfeito diálogo com a arquitetura deOscar Niemeyer.

Em 2008, realizou o magnífico monumento comemorativo aocentenário da imigração japonesa na cidade de Santos e outro no AeroportoInternacional de Guarulhos.

Entre 2009 e 2010, realizou uma escultura monumental para osjardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio.

Em 2013, um grande incêndio atingiu o Auditório do Memorialda América Latina com capacidade de 1,8 mil pessoas, onde sua tapeçaria de 800metros quadrados encomendada por Niemeyer foi destruída.

Em 2014, foi lançado o documentário Tomie, dirigido pelacineasta Tizuka Yamasaki, com depoimentos de críticos como Agnaldo Farias ePaulo Herkenhoff.

Tomie faleceu no dia 12 de fevereiro de 2015, aos 101 anos,depois de ter exposto por 541 vezes, sendo a primeira vez, em 1952, no 2º SalãoPaulista de Arte Moderna de São Paulo e, daí por diante fez parte de 464importantes coletivas e aproximadamente 77 exposições individuais. Sua suaprimeira Individual se deu em 1957, no MAM de São Paulo, cidade onde em 2013,expôs pela última vez.

No exterior expôs individualmente em Nova York, Washington,Mayaguëz, Roma, Milão, Lima, Tóquio, Londres, Miami, Guayaquil e Quito.

Também no exterior expôs coletivamente, participando deSalões e exposições representativas, nas cidades de Bruxelas, Viena, Córdoba,Calle, Londres, Washington, Oakland, Tóquio, Bonn, Lima, Manágua, Medellín,Milão, Kyoto, Birmingham, Buenos Aires, Atami, Madrid, Mendoza, Osaka, Lisboa,Haia, Havana, Paris, Roma, Copenhague, Lausanne, Tokushima, Cuenca, Gifu e naDinamarca, Suécia e Finlândia.

Tomie ganhou reconhecimento, tendo sua obra espalhada pormuseus como o Masp, o MAM, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e a Pinacoteca,no Brasil, o Museu Hara, em Tóquio, Japão, e o Museu da Mulher e no Museu deArte das Américas, ambos em Washington, Estados Unidos.

Tomie recebeu quase trinta prêmios, incluindo o daAssociação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2000

Criou mais de 30 obras públicas

Participou de 20 Bienais Internacionais, seis de São Paulo,Bienal de Veneza, Tóquio …

Recebeu inúmeros prêmios e é uma referência na produçãobrasileira de artes plásticas da segunda metade do século XX.

Alexandre Paiva Frade

Biografia

   Vem para o Brasil em 1936, fixando-se em São Paulo. Em 1952, inicia-se em pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, integra o Grupo Seibi, do qual participam Manabu Mabe (1924-1997), Tikashi Fukushima (1920-2001), Flavio-Shiró (1928) e Tadashi Kaminagai (1899-1982), entre outros. Após um breve período de arte figurativa, a artista define-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970, trabalha com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Surgem em suas obras as formas orgânicas e a sugestão de paisagens. Na década de 1980, passa a utilizar uma gama cromática mais intensa e contrastante. Dedica-se também à escultura, e realiza algumas delas para espaços públicos. Recebe, em Brasília, o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura - Minc, em 1995. Em 2000, é criado o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

   Após breve passagem pela pintura figurativa, Tomie Ohtake define-se pelo abstracionismo. No início da década de 1960, emprega uma gama cromática reduzida, com predominância de duas ou três cores. Leva o olhar do espectador a percorrer superfícies em telas que muitas vezes lembram nebulosas. Utiliza, em algumas obras, pinceladas "rarefeitas" e tintas muito diluídas, explorando as transparências. Posteriormente, surgem em seus quadros formas coloridas, grandes retângulos, que parecem flutuar no espaço. Ao longo da década de 1960 emprega mais freqüentemente tons contrastantes. Revela afinidade com a obra do pintor Mark Rothko (1903-1970), na pulsação obtida em suas telas pelo uso da cor e nos refinados jogos de equilíbrio. A artista explora a expressividade da matéria pictórica, mais densa, em texturas rugosas, ou mais diluída e transparente.

Cronologia


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TOMIE OHTAKE - "Abstrato" - serigrafia PA - 100 x 72 cm - a.c.i.d. 1997
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Tomie Ohtake


Pintura I, 1971


Óleo sobre tela


Assinado canto inferior esquerdo 


156 x 130 cm.


Obra reproduzida no livro da artista - Edições Pinakotheke à página 185; E no livro "IVAN SERPA a expressão do concreto" na página 36.

Obras deste artista