Os desenhos da artista estadunidense Katy Ann Gilmore são um perigo:
misturando matemática e técnicas artísticas, a pintora transforma qualquer parede ou superfície em ilusões de ótica tão intensas que adjetivos como “inebriantes” e principalmente “impactante” podem se tornar literais. Basta olhar para um dos trabalhos criados essencialmente em preto e branco pra se imaginar que é possível de fato tontear ou mesmo dar de cara na parede ao se deixar levar pelo delírio que os desenhos parecem simular em quem os vê.
A combinação entre os traços e os cálculos não é, no caso de Gilmore, simplesmente intuitiva ou metafórica: formada em artes, grego e também em matemática, é essa mistura entre disciplinas de seu repertório que acaba por formar seu processo especialmente metódico de criação e realização dos trabalhos. As formas, padrões, perspectivas, distorções e sensações entre 2D e 3D realizadas pela pena da artista são quase sempre previamente planejadas, calculadas, projetadas, em muitos casos inspiradas diretamente por elementos matemáticos como gráficos, equações ou fórmulas.