Os desenhos da artista estadunidense Katy Ann Gilmore são um perigo:
misturando matemática e técnicas artísticas, a pintora transforma qualquer parede ou superfície em ilusões de ótica tão intensas que adjetivos como “inebriantes” e principalmente “impactante” podem se tornar literais. Basta olhar para um dos trabalhos criados essencialmente em preto e branco pra se imaginar que é possível de fato tontear ou mesmo dar de cara na parede ao se deixar levar pelo delírio que os desenhos parecem simular em quem os vê.

Movimento, matemática e ilusão de ótica na obra de Katy Ann Gilmore

Com linhas e curvas a artista transforma um ambiente
A combinação entre os traços e os cálculos não é, no caso de Gilmore, simplesmente intuitiva ou metafórica: formada em artes, grego e também em matemática, é essa mistura entre disciplinas de seu repertório que acaba por formar seu processo especialmente metódico de criação e realização dos trabalhos. As formas, padrões, perspectivas, distorções e sensações entre 2D e 3D realizadas pela pena da artista são quase sempre previamente planejadas, calculadas, projetadas, em muitos casos inspiradas diretamente por elementos matemáticos como gráficos, equações ou fórmulas.

As perspectivas se distorcem “dentro” dos desenhos de Gilmore

Curvas e ângulos intensificam as sensações provocadas pelas obras
A artista faz a maioria dos desenhos com caneta tipo pilot
“Eu sempre me interessei por matemática e arte e, sem querer abandonar um interesse por conta do outro, estou feliz em ter encontrado uma maneira de explorar minhas curiosidades sobre as maneiras que percebemos profundidade e compreendemos o espaço ao nosso redor”, comentou a artista em seu site. “Brincando com escalas, criei trabalhos tanto de somente alguns centímetros quanto metros de extensão. Essa flutuação na escala serve para trabalhar ideias e sensações de profundidade tanto em formato pequeno quanto grande”.

A maior parte dos trabalhos é feita em tonalidades de preto e cinza

A obra de Gilmore também é posta como peça de decoração – e vertigem

A sensação de certas obras é de queda e derretimento das linhas
Ângulos precisos fazem um desenho parecer um degrau de verdade
Para criar o incrível efeito de seu trabalho, Gilmore combina linhas retas e curvas , bem como ângulos definidos para criar as impressões de profundidade e tamanho de seus desenhos. Triângulos, retângulos, quadrados e outras formas sugerem não somente a fundura e eventualmente a sensação de três dimensões, como até mesmo movimento e velocidade nas pinturas – que já foram publicadas no New York Times e outras revistas especializadas, e em museus como Art Market San Francisco, Seattle Art Fair, Art Palm Springs, VOLTA em Basel, na Suíça e VOLTA em Nova York.

Na natureza o desenho de Gilmore parece de fato um túnel

Algumas peças também lembram janelas – para outra dimensão