A vida de um artista sempre foi invejável pra mim: dias solitários passados num estúdio (sempre num loft muito bem iluminado, sempre usando um macacão largo manchado de tinta) criando algo que você quer criar – e, em alguns casos, sendo muito bem pago pra isso.
Pode haver uma certa fama – não tanta que você não possa sair de casa sem ser seguido por paparazzi – e pode haver uma grande fortuna; a escultura “Rabbit” de Jeff Koons recentemente foi vendida por US$91,1 milhões, a quantia mais alta já paga pelo trabalho de um artista vivo.
Claro, esse estilo de vida tem suas desvantagens, como a pressão esmagadora para criar algo único, algo de importância. Mas até isso pode ser bastante atraente para alguns, como eu, que ficam sentados num escritório digitando no computador oito horas por dia.
Tudo isso pra dizer: o livro Warhol on Basquiat, um vislumbre íntimo da vida dos dois ícones da arte moderna, cimentou minha atração por esse mundo.
Com centenas de fotos inéditas, trechos dos diários de Andy Warhol e trabalhos colaborativos dos artistas, o livro é uma crônica fascinante não só do relacionamento complexo de Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat, mas também do centro de Nova York nos anos 1980. Muitas fotos parecem íntimas e casuais – em uma, Basquiat está atrás de Warhol, com os braços em volta da cintura dele; em outra, Warhol observa um Basquiat sem camisa levantando pesos. Parece quase um álbum pessoal que você faria na faculdade, documentando sua vida e dos seus amigos, se seus amigos fossem Keith Haring, Fab Five Freddy, Grace Jones e Madonna.
O livro é hipnótico, vasto e oferece muito entretenimento. Abaixo você vê algumas das nossas imagens favoritas.