Aos 74 anos de idade, o artista plástico Antônio Dias foi vencido nesta quarta-feira (1º), no Rio, pela batalha que travava contra um tumor cerebral.
Era ainda um jovem de mente livre e pensamento pulsante. Sinal de problemas naquele tempo. Quando Antonio Dias, embarcou com destino à Paris, em 1965, o Brasil já vivia uma ditadura.
Não era bem um exílio. O artista que aprendeu a desenhar com os modernistas nos anos 50 tinha recebido uma bolsa para estudar na França e por lá ficou.
Criou na Europa uma série de trabalhos que fizeram dele nos anos seguintes um dos principais nomes da história da arte brasileira.
Tendo a França como trampolim, Antonio Dias saltou para o mundo. O paraibano de Campina Grande foi parar até em Katmandu, no Nepal, só para descobrir novos jeitos de fazer papel e tinta.
Preto no branco, a verdade é que a arte de Antonio Dias extrapola as dimensões normais de uma tela. Além de pintar, ele ainda produzia esculturas e gostava de experimentar usando vídeos.
Nessa longa trajetória, foi tema de mais de uma centena de exposições. No mercado das artes, suas obras sempre foram muito bem avaliadas e negociadas.
Mas o artista, que vivia de dar aulas, dizia não dar muita atenção para essas coisas. Antonio Dias queria manter as rédeas firmes. Dizia que era artista para ser, antes de tudo, independente.
“Para a arte brasileira ele deixou esse compromisso de cada um querer fazer melhor e não se acomodar”, diz a galerista Nara Roesler.
Fonte: G1