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Alberto da Veiga Guignard - Guia das Artes
Alberto da Veiga Guignard
Informações
Nome:
Alberto da Veiga Guignard
Nasceu:
Nova Friburgo - RJ - Brasil (25/02/1896)
Faleceu:
Belo Horizonte - MG - Brasil (25/06/1962)
Sobre o artista

Alberto da Veiga Guignard (1886 - 1962) foi um pintor, professor, desenhista e gravador fluminense. Notavelmente, se dedicou a vários gêneros da pintura, como retrato, autorretrato, paisagem, natureza-morta, flor, pinturas de gênero e temática religiosa.

Biografia

O pai de Guignard faleceu em 1906 devido a um acidente com uma arma de fogo. Sua mãe Leonor, então, casou-se com um nobre alemão falido chamado Barão Von Schilgen. Por conta disso o artista se mudou para a europa em 1907, se fixando em Munique no que, na época, era o Império Alemão, onde começa sua educação artística na Königliche Akademie der Bildenden Künste (Real Academia de Belas Artes), após sua mãe ter visto seus desenhos e matriculado-o. Guignard nasceu com uma má formação chamada de lábio leporino, com a qual conviveu para o resto de sua vida, afetando principalmente sua fala. Em 1922, participou da Mostra de Arte Oficial de Munique com um de seus desenhos.



Em 1924 viajou de volta ao Brasil em um estágio probatório, por indicação da própria academia de Munique, onde inscreve alguns de seus desenhos e um retrato na XXXI exposição de belas artes do Rio de Janeiro. Recebeu menção honrosa de segundo grau pelo seu retrato. Voltou, no mesmo ano, à Europa, se fixando em Florença, na Itália, onde conheceu pintores famosos como Picasso e Matisse. Em 1928 participou da Bienal de Veneza, também na Itália.



Em 1929 voltou permanentemente ao Brasil, vindo a morar na cidade do Rio de Janeiro. Por seu contato com Ismael Nery, se integrou ao cenário artístico nacional. Ganhou a medalha de bronze no 36º Salão Nacional de Belas Artes, com o retrato de Glorinha Estrobel. Enquanto no Rio, o artista se tornou amigo de artistas como Cândido Portinari, Ismael Nery,  Pedro Correia de Araujo, e Di Cavalcant, entre outros. Em 1930, instalou seu ateliê no Jardim Botânico e, em 1931, participou do Salão Revolucionário, sendo destacado por Mário de Andrade como uma das revelações da mostra.



Em 1932 o artista conheceu a pianista Amalita Fontenelle, com quem se apaixonou. Trocava cartas com a musicista, tanto de amor platônico quanto de amizade. Cobriam várias línguas, como alemão, francês, e latim, assim como datas comemorativas como natal e páscoa, e eram cuidadosamente ilustradas pelo artista. Guignard também trocava cartas com suas irmãs. Em 1937 o artista cuidadosamente reuniu as cartas em um grande álbum.



Entre 1931 e 1943 foi professor de desenho e gravura na Fundação Osório, no Rio de Janeiro. Era respeitado tanto como artista quanto como educador, sendo chamado de mestre por Cândido Portinari. Entre 1940 e 1942 residiu em um hotel em Itatiaia, estado do Rio de Janeiro, onde pinta a paisagem local e decora o hotel. Foi lá que recebeu a notícia que uma de suas obras, a Noite de São João, havia sido comprada pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.



Em 1941, integrou a Comissão Organizadora da Divisão de Arte Moderna do Salão de Belas Artes, juntamente com Oscar Niemeyer e Aníbal Machado. Em 1943 passou a lecionar em seu ateliê e criou o Grupo Guignard, também conhecido como A Nova Flor do Abacate. Lá, teve como alunos Iberê Camargo, Geza Heller, entre outros. Fizeram apenas uma mostra, no Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), que foi barrada por conservadores, que chegaram a destruir uma das obras. No mesmo ano, realizaram uma remontagem da exposição anterior, chamada de Anti-Eixo, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI)



Em 1944 Guignard se mudou para Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais, para lecionar no curso livre de desenho e pintura da Escola de Belas Artes (atualmente chamada de Escola Guignard, uma unidade da UFMG), por conta de uma proposta de renovação do então prefeito Juscelino Kubitschek, e por indicação de Niemeyer e Portinari.



Junto de Guimarães Mengele, Guignard promoveu a Exposição de Arte Moderna, também chamada de “a Semaninha de Arte Moderna de 1944”, pela prefeitura de Belo Horizonte, no Edifício Mariana. A exposição contou com obras de artistas de 1920 a 1940. Oito quadros da mostra foram rasgados, e teve início uma grande polêmica entre acadêmicos e modernistas, onde Guignard e sua escola foram protagonistas. Em 1951 o artista recebeu a Medalha de Honra do Salão Nacional de Belas Artes, sua maior premiação.



Durante seus últimos 18 anos, o artista viveu em Minas Gerais, viajando por entre as cidades do interior e a capital, pintando tanto as cidades quanto as paisagens, e contribuindo com a sociedade como professor e artista. Em 1961 um grupo de intelectuais, professores, artistas e políticos ajudaram o artista a criar a Fundação Guignard, a fim de “zelar pelo bem-estar físico e moral e pelo patrimônio artístico do pintor”. No ano seguinte, assinou um contrato de exclusividade de venda com a Petite Galerie, que se comprometeu em adquirir todos os seus quadros e promover exposições, e publicar um livro sobre a obra do artista. Com parte do dinheiro recebido pelo contrato, o artista construiu uma casa em Ouro preto, onde viveu e teve seu ateliê. Mais tarde a casa se tornou um museu dedicado ao mesmo.



Alberto da Veiga Guignard faleceu no dia 25 de junho de 1962, em Belo Horizonte, tendo sido um dos grandes mestres de sua geração.



  • GUIGNARD. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8669/guignard. Acesso em: 01 de novembro de 2023. Verbete da Enciclopédia.
    ISBN: 978-85-7979-060-7

  • Referência: MUSEU GUIGNARD (Brasil). Alberto da Veiga Guignard. 20--. Disponível em: https://www.guignard.com.br/biografia . Acesso em: 01 nov. 2023.

  • Referência: FRADE, Alexandre Paiva; RIBEIRO, Simone. GUIGNARD. 3 f. São Lourenço.

Texto por Paulo Lorenzo Villela.

Cronologia


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Alberto da Veiga Guignard


Casario com igreja, 1952


Óleo sobre madeira


Assinado canto inferior direito


38 x 46 cm.

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Alberto Da Veiga Guignard


Morros de Belo Horizonte, 1946


Óleo sobre madeira


Assinado verso


40 x 50 cm.


Exposições:


- Retrospectiva no Museu de Arte de Belo Horizonte em 1961;


- Exposição "Humanismo lírico de Guignard" no Palácio das Artes em Belo Horizonte.


- Retrospectiva "pós mortem" no Museu de Arte da Pampulha em Belo Horizonte.


Reproduções:


- Reproduzido no livro "Guignard", de Lélia Coelho Frota, na pág. 202;


Informações adicionais:


- Foto original de época com manuscrito assinado pelo artista no verso;


- Carimbo do "LII" Salão Nacional de Belas Artes 1946;


- Cachet da divisão Moderna;


- Cachet da retrospectiva do artista na Galeria de Arte Almeida e Dale em 2014;


 

Obras deste artista