A centelha inicial de sua carreira de artista foi durante a visita de uma exposição das obras do expressionista Kandinsky quando estudava na Alemanha. Autodidata, adotou técnicas de outro expressionista, o francês Louis Toffoli e suas pinturas transparentes pós-cubistas e rostos sem traços.

Rubens da Silva mostra em suas obras cenas do cotidiano da população brasileira, com cores fortes e contornos característicos.

Rubens da Silva nasceu em Recife em 23 de dezembro de 1925, e mudou-se para o Rio de Janeiro quando completava dois anos. Ele perdeu seu pai aos sete anos de idade. Rubens da Silva cresceu em circunstâncias muito modestas. No entanto, sua mãe viúva lutou muito para proporcionar condições para que ele e suas duas irmãs frequentassem escola em todos os graus e universidade.

Devido a seu empenho estudantil, Rubens da Silva recebeu uma bolsa de estudos no exterior e estudou engenharia mecânica em Munique, Alemanha, de 1954 a 1958. Interessado em arte, ele aproveitou a ampla gama de atividades culturais da cidade alemã para visitar museus e exposições em seu tempo livre. Rubens se encantou particularmente com o trabalho dos artistas expressionistas.

Sua visita a uma exposição de Kandinsky em 1958 foi a centelha inicial para sua ativa carreira artística. De volta ao Brasil em 1959, o artista autodidata pintou seus primeiros quadros. Inicialmente os trabalhos foram realizados em guache, depois óleo. Para adaptar a pintura ao clima brasileiro,

Rubens da Silva desenvolveu com o tempo uma mistura de óleo e acrílico, o que permitia que as cores secassem mais rapidamente sobre a tela. Rubens da Silva começou como um “pintor de fim de semana” consistente, mas só pôde realmente viver seu hobby quando se aposentou em 1990. Estilisticamente, ele foi influenciado tanto por suas experiências e contatos na Alemanha quanto por um pintor francês pós-cubista do século 20 (Louis Toffoli, com suas cores fortes e os rostos sem traços).

Após aposentar-se Rubens da Silva realizou várias exposições no Brasil. Em janeiro/fevereiro de 1996 ele organizou sua primeira exposição beneficente em favor de uma escola primária para crianças carentes em área rural perto de Nova Friburgo, na qual ele estava ativamente envolvido sem fins lucrativos. Desde então, em suas exposições, o princípio sempre foi de que parte da receita com a venda de seus quadros fosse doada para a Escola Primária Kubitschek, na cerra do Estado do Rio de Janeiro.

As telas de Rubens da Silva mostram frequentemente cenas do cotidiano da população brasileira, com cores fortes e contornos característicos. Sejam os temas de sua pintura paisagens, a diversidade da arquitetura brasileira ou pessoas humildes como agricultores, feirantes, artesãos ou pescadores - seus quadros encontraram um lar em muitos países: Alemanha, Argentina, Brasil, Coréia, EUA, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Suíça. Sua arte expressa seu compromisso apaixonado pelo povo brasileiro e pela natureza brasileira.

Porém o grande amor na vida de Rubens da Silva foi a suíça Francine, a qual ele conheceu ao retornar da Alemanha e logo se casou. O casal viveu no Rio de Janeiro e após sua aposentadoria dividindo o tempo entre o sítio em Nova Friburgo e o apartamento em Copacabana, até a morte de Rubens em Nova Friburgo, em 2008. O casal teve três filhos.