Arquiteto de formação, Roberto Matta Euchaurren se mudou de Santiago para Paris, onde trabalhou no ateliê do grande arquiteto modernista Le Corbusier (1887-1965) e participou do grupo surrealista em 1937.
Junto de artistas como Marcel Duchamp (1887-1968) e Max Ernst (1891-1976), exilou-se em Nova York durante a Segunda Guerra Mundial e fez parte de uma geração cuja intensa produção artística marcou um período de efervescência na cidade.
As pinturas de Matta são “paisagens interiores” [inscapes], espécie de cenas fantasiosas constituídas, muitas vezes, por corpos em movimento, inseridos em ambientes abstratos, sombrios e atravessados por motivos geométricos flutuantes (espiralados e retangulares, por exemplo). Em Let’s Phosphoresce by Intellection #1, surgem quatro figuras, pos sivelmente uma junção de homem e máquina, que poderiam compor uma cena de violência ou sacrifício.
O espaço que as abriga possui painéis que acompanham o movimento dos personagens, o que não permite ao espectador situar-se em lugar algum. O artista se destacou pelo uso de técnicas como a criação de efeitos com escovas e o derramamento de tinta na tela, explorando o traçado de forma aleatória ou mesmo
instintiva. Por esse motivo, sua obra também inspirou jovens artistas americanos que, mais tarde, desenvolveriam a vertente do chamado expressionismo abstrato e da action painting [pintura em ação] —como Jackson Pollock (1912-1956), um de
seus alunos. Por suas pinceladas ágeis, o artista atribui fugacidade à composição, que sugere um percurso pelo seu próprio inconsciente.
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Legenda: Roberto Matta Euchaurren, 'Let’s Phosphoresce by Intellection #1' [Vamos fosforescer pelo intelecto #1],1950, Óleo sobre tela,147, Acervo Museum of Contemporary Art Chicago, Doação Sr. e Sra. E.A. Bergman,1976