PINTURA PERDIDA DE BOTICELLI É ENCONTRADA E APREENDIDA EM CASA DE FAMÍLIA E SERÁ RESTAURADA
Uma família que foi encarregada de cuidar de um quadro de Sandro Botticelli por mais de um século pode perder a posse da obra, avaliada em cerca de US$ 109 milhões.
A agência governamental em Nápoles anunciou em um comunicado à imprensa que foi encarregada de proteger o patrimônio cultural e assumiu a custódia de uma Madona e Menino (1481-82) pelo mestre renascentista.
A obra estava originalmente localizada na capela de Santa Maria delle Grazie, na cidade de S. Maria la Carità, mas foi transferida em algum momento e confiada à família Somma, disseram as autoridades.
Outras informações de identificação sobre a família não foram fornecidas e as autoridades não informaram por que a pintura foi originalmente confiada a eles ou exatamente quando entrou na casa da família.
A última vez em que autoridades do governo italiano visitaram a família Somma para inspecionar a pintura foi há mais de 50 anos, e aparentemente perderam o controle da obra ao longo do tempo. Não ficou imediatamente claro como a obra voltou ao radar do governo.
A família entregou a pintura ao superintendente Mariano Nuzzo, no que a agência chamou de “ato final de um processo” liderado por Massimiliano Croce, da unidade de proteção artística dos Carabinieri em Nápoles. Nello D’Aurioa, prefeito de Gragnano, onde a família mora, intermediou a entrega do quadro.
O Estado citou o artigo 43 do Código do Patrimônio Cultural do país para o motivo da apreensão, ou seja, para garantir a segurança da pintura e garantir sua preservação.
“A pintura encontra-se em péssimo estado de conservação, apresentando descolamentos da película de tinta, quedas e alterações cromáticas devido tanto à repintura quanto à oxidação de vernizes protetores sobrepintados”, disse o órgão em nota.
Uma análise usando luz ultravioleta mostrou extensa repintura e adulteração, o que as autoridades disseram ser o que levou a uma retirada imediata da obra sob custódia do governo.
Mas ainda não está claro se a família ou a igreja poderiam eventualmente recuperar a pintura. Conforme relatado pelo The Guardian, os Carabinieri estão investigando se a pintura realmente pertence à família.
“Se verificarmos que a família que o possuía não tinha o direito de mantê-la, ela passará para as mãos do Estado”, disse Croce ao The Guardian. “Caso contrário, poderia continuar sendo propriedade da família, mas [ser] exposta em um museu para garantir maior segurança”.
