A artista visual carioca Panmela Castro é um dos nomes de destaque da exposição “Dos Brasis – arte e pensamento negro”, com curadoria de Igor Simões, Marcelo Campos e Lorraine Mendes, considerada a maior já montada no Brasil de artistas negros.

Em cartaz a partir do dia 2 de agosto, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, o evento vai reunir cerca de 250 artistas nas áreas de pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações produzidos entre o fim do século XVIII até o século XXI, entre eles, Panmela, presente com a criação inédita, “Máquina de Pelúcia da Panmela Castro”.

Os trabalhos de Panmela sempre estiveram ligados ao afeto e à empatia.  Há tempos, ela vem colecionando imagens de amigos, como uma espécie de inventário de artistas de sua época, dando origem à série “Artistas no Ateliê”. A obra participativa é uma continuação deste trabalho em forma de objeto. Consiste numa máquina de grua, similar às tradicionais de bonecos de pelúcia, mas com um diferencial: nela, os bonecos são miniaturas dos artistas que fazem parte da exposição, tais como, Rosana Paulino, Dalton Paula e da própria artista. "Esta obra transpassou a pintura, a tela, para se tornar um objeto. É uma forma das pessoas, assim como eu, também colecionarem afetos", explica Panmela.

Além da “Máquina de Pelúcia de Panmela Castro”, o retrato de Rosana Paulino, parte da série “Artistas no Ateliê”, de Panmela, também está entre as obras de “Dos Brasis”. O quadro (150 x 110 cm), pintado em óleo, foi feito sob encomenda, em 2022, e faz parte do acervo que Rosana vai apresentar na exposição, além da série “Geometria à Brasileira”. Vale lembrar que o retrato é uma das especialidades de Panmela e já deu origem a diferentes séries. Uma delas, “Retratos Relatos”, está agora em cartaz, em Paraty, e vai rodar o Brasil por 10 anos através do Circuito Sesc. A próxima parada é a Escola Sesc, em Jacarepaguá, no Rio.