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35ª BIENAL: QUILOMBO IMAGINÁRIO - Guia das Artes
35ª BIENAL: QUILOMBO IMAGINÁRIO
35ª BIENAL: QUILOMBO IMAGINÁRIO
inserido em 2023-05-19 19:21:23
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Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel compartilham os processos curatoriais da 35ª edição

A Fundação Bienal de São Paulo anunciou hoje a lista parcial de artistas participantes da 35ª edição da mostra de arte mais importante do país. O anúncio oficial, em formato de conversa aberta com o público, é realizado pelo coletivo curatorial, formado por Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, no edifício que abrigará a exposição de 6 de setembro até 10/12. São 43 nomes, entre artistas solo, coletivos e duos; 13 artistes autodeclarades brasileres, maioria de pessoas não-brancas.

Coreografias do Impossível, título da 35ª Bienal de São Paulo, tratará de fomentar os espaços comunais e as práticas artísticas voltadas a descolonizar o imaginário, os saberes e os territórios hegemônicos. A contra-hegemonia vem em uma multiplicidade de formas de “dançar”, desde artistas da dança e artes do corpo, até o entendimento de um objeto – seja escultura, pintura ou instalação – como inscrição do corpo no espaço e no tempo. Em entrevista à seLecT_ceLesTe na Fundação Bienal, os quatro integrantes do coletivo curatorial detalham alguns aspectos do projeto.

Diane Lima explica que “coreografia” tem tanto o sentido de “disciplinamento do corpo” quanto de “habilidade do corpo de questionar o contexto social em que vive”, e que “impossível” se refere à estratégia de desobedecer, prever e antecipar. “A possibilidade de escapar, resistir, combater como uma estratégia coreográfica abarca a capacidade de imaginar e mesmo acelerar um fim do mundo que torna a liberdade e a justiça impossíveis”, define. O paradoxo do título não se resolve, mas mantém friccionada a relação entre disciplinar e evocar o deslocamento, de modo que as duas palavras do título podem ser pensadas poeticamente em sua miríade de sentidos conflitantes.

“Uma bienal não pode, sozinha, enfrentar uma estrutura, mas pode operar nos entre-tempos e entre-espaços em que corpos em movimento modificam frações de tempo e espaço”, afirma Hélio Menezes. O curador chama a atenção para um alargamento da ideia de “corpo”, que pode incluir corpos humanos e não-humanos também. “Esse corpo como categoria abstrata não existe. Importa pensar o que acontece, por exemplo, quando um corpo envelhece ou adoece. Parar também é coreografar”, diz, evocando a participação de nomes como Inaicyra Falcão e Luiz de Abreu nesta edição da Bienal. De uma ideia alargada de “corpo” a uma ideia alargada de “coreografia”, a mostra se move em um sentido de gerar perguntas, mais do que oferecer respostas, inclusive na decisão de não organizar as obras no pavilhão a partir de núcleos ou temas.

“A urgência do agora não é repetir o que nós sabemos, é abandonar o que sabemos, desaprender, para que novas formas de viver e pensar – ou outras muito antigas – possam aflorar”, resume Grada Kilomba sobre o não esgotamento de sentidos muito caro ao coletivo curatorial. “A nossa atuação acontece como um grande quilombo imaginário, com a urgência de experimentar danças infinitas.” Manuel Borja-Villel conta que mesmo os artistas históricos, como Elizabeth Catlett e Wilfredo Lam, presentificam corpos em movimento quando uma nova dança de leituras faz reviver suas obras.

Conheça a lista parcial dos artistas e coletivos:

Aline Motta
Ana Pi e Taata Kwa Nkisi Mutá Imê
Anna Boghiguian
Ayrson Heráclito e Tiganá Santana
Bouchra Ouizguen
Castiel Vitorino Brasileiro
Daniel Lie
Dayanita Singh
Deborah Anzinger
Denilson Baniwa
Duane Linklater
Elda Cerrato (1930-2023)
Elizabeth Catlett (1915-2021)
Ellen Gallagher
Frente 3 de Fevereiro
Gabriel Gentil Tukano (1953-2006)
Geraldine Javier
Igshaan Adams
Inaicyra Falcão
Julien Creuzet
Leilah Weinraub
Luiz de Abreu
Manuel Chavajay
Marilyn Boror Bor
Mounira Al-Solh
Nadal Walcott (1945-2021)
Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed
Niño de Elche
Nontsikelelo Mutiti
Pauline Boudry e Renate Lorenz
Philip Rizk
Rolando Castellón
Rosana Paulino
Sammy Baloji
Santu Mofokeng (1956-2020)
Sarah Maldoror (1929-2020)
Stanley Brouwn (1935-2017)
Tadáskía
Tejal Shah
The Living and the Dead Ensemble
Torkwase Dyson
Trinh T. Minh-ha
Wilfredo Lam (1902-1982)

 

Por: PAULA ALZUGARAYJULIANA MONACHESI

Fonte: Select

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