
Abriga duas novas exposições: “Mãe Terra”, da artista Tânia Pardo e “Alicergia”, de MiHell. Tânia explora os cenários naturais enquanto MiHell conduz os visitantes a um ambiente de fantasia.
Em cartaz: “Mãe Terra”
No piso superior do MAMT, 18 telas literalmente pintadas com as mãos da artista Tânia Pardo compõe a exposição “Mãe Terra”. Paulista de Arco-Íris, Tânia reside em Mato Grosso há anos, e foi aqui que a artista trocou os pinceis pelos dedos para realizar suas pinturas.
“Tânia atingiu grande maturidade em seu trabalho. Hoje, executa suas obras de corpo e alma, de forma solta, totalmente livre das amarras convencionais da tradição acadêmica da pintura. Com as mãos e o auxílio de pincéis de borracha consegue atingir efeitos visuais incríveis em seus trabalhos”, adianta o Prof. Dr. Laudenir Antonio Gonçalves, crítico de Arte e curador da exposição.
Auto intitulada “artista da flora”, Tânia retrata de maneira impressionista uma natureza abundante, rica em cores e formas, inspirada nos biomas do Centro-Oeste do Brasil. Para a exposição, suas obras inéditas receberam títulos característicos a adjetivos maternos como “Ternura”, “Resiliência”, “Surpreendente”, “Soberana”.
“Percebi que, intuitivamente, toda minha obra tem muitos troncos. Mais tarde, pesquisando, notei que a Mãe Terra tem uma ligação direta com os troncos. A agricultura e tudo que a natureza proporciona me inspira. Dos campos de algodão, milho e soja aos frutos do Cerrado como o jatobá, o pequi e a mangaba”, revela Tânia Pardo.
A exposição “Mãe Terra” apresenta ainda duas instalações conceituais, “Ciclo da Vida” e “Linha da Vida”. “Licença poética à multiplicidade de espécies e suas relações com o todo, interligadas na teia da vida. São metáforas aos obstáculos da vida, teias que ligam o nascimento e a própria existência, o casulo que abriga o novo”, complementa Tânia.
Na ação educativa da exposição estão previstas visitas mediadas, com a artista Tânia que trocará ideias com estudantes de ensino fundamental, médio e universitário em bate-papos sobre os desafios enfrentados pela Mãe Terra no século 21, desenvolvimento sustentável e artes plásticas.
A diretora do MAMT, Viviene Lozi ressalta a importância da exposição e das atividades educativas de interação com o público. “Cada vez mais vêm ocorrendo debates e estudos relacionando a ação humana à degradação do meio ambiente, ressaltando a extrema importância de se trabalhar o conceito de Educação Ambiental. Em consonância com esses pensamentos, a artista plástica Tânia Pardo volta ao Museu de Arte de Mato Grosso apresentando um novo trabalho que revela ao público as riquezas que a Terra oferece para a conservação e a manutenção da vida”.
Também em cartaz: “Alicergia”
No piso térreo do MAMT, antecipando a vivência com os temas da exposição de Tânia, Michel Pereira, que assina parte de seu trabalho conceitual como MiHell, conduz o visitante a uma experiência quase onírica. Um momento que ele mesmo traduz, como lisérgico.
Em 20 obras inéditas, estão universos surreais que trazem mundos fantásticos, elementos em miniaturas e obras bastante detalhadas. “Gosto de ir desenhando sem planejar muito, freehand mesmo, imaginando cada próximo detalhe durante a produção. Essa exposição deixará o visitante reflexivo pela ilusão dos efeitos em computação gráfica que preparamos”, antecipa MiHell. Os famosos “elementos surpresa”, muito presentes no trabalho do artista pipocam por entre as telas e garantem uma divertida exploração dos cenários.
A personagem de Lewis Carroll, Alice, também norteia a fantasia de algumas obras e inspira o trocadilho que MiHell idealizou para dar nome à exposição que conta ainda com efeitos sonoros e projeções. “Os efeitos sonoros e projeções acentuam o clima hipnótico. É uma exposição sensorial, pensada para mexer com o emocional, de várias formas. É para parar e observar com cuidado”, provoca MiHell.
Email: museudeartemt@gmail.com