
Da Alemanha Nazi a Napoleão Bonaparte, passando pelos colonizadores europeus, os impérios sempre foram construídos a ocupar outros países e a roubar as suas riquezas — incluindo a arte. Este mês, foi inaugurada em Roma, Itália, uma exposição com as obras que o regime de Napoleão roubou entre 1796 e 1814, tudo com o objetivo de criar o museu do Louvre.
Nesta exposição, há um retrato do Papa feito por Rafael, uma escultura de Laocoonte com os filhos, um anjo de Perugino ou um quadro de Correggio a representar Jesus Cristo rodeado de mulheres.
Todas estas peças estão incluídas na exposição “O Museu Universal. Do sonho de Napoleão a Canova”, que também tem pinturas de Ticiano, Carracci, Veronese ou Tintoretto, e podem ser visitadas até 12 de março nas galerias do palácio do Quirinal, em Roma.
A essência desta coleção não é o século, a corrente artística ou até o formato, mas simplesmente o facto de terem sido todas roubadas pelo exército de Napoleão nas suas invasões a outros países, que chegaram a Portugal no século XIX. É como se o antigo imperador francês fosse o curador desta exposição.
O objetivo de Napoleão era criar um museu gigante em Paris, a capital do império francês, naquele que se tornaria um museu embrião para o Louvre. Pretendia glorificar a França, o imperador e tornar-se parte da história. O nome, pouco subtil, seria Museu Napoleão Bonaparte.
O outro nome no título da exposição é o de Antonio Canova, arquiteto, escultor e diplomata italiano que foi um dos principais responsáveis para que cerca de 80% das obras regressassem aos países de origem — especialmente aquelas que pertenciam a igrejas, conventos ou palácios da Igreja Católica.
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