
iArremate leilões
18 de Março às 20:00
KARL ERNST PAPF (Dresden, Alemanha 1833 – São Paulo 1910
RETRATO DA PRINCESA ISABEL TENDO AO COLO O PRÍNCIPE DO GRÃO PARÁ
Óleo s/ tela, ass. dat. 1885 lat. esq.
Medidas: 89 x 76 cm com moldura
70 x 57 cm sem moldura
Com Etiqueta da Exposição Karl Ernst Papf na Pinacoteca do Estado de São Paulo em setembro de 1980.
TEXTO TRANSCRITO DO CATÁLOGO DO LEILÃO do Sesquicentenário da Independência do Brasil, celebração ocorrida no ano de 1972, dos 150 anos da Independência do Brasil do Reino de Portugal.
"Isabel, Princesa e Mãe
Entre as preciosidades, que irão fazer do "Primeiro Leilão do Sesquicentenário" um acontecimento histórico, figura um retrato oval da Princesa Isabel, de autoria de Ernst Papf.
A Princesa é apresentada na tela como uma simples mulher, trazendo nos braços o filho pequeno. Toda a grandeza, todo o enlevo e doçura da maternidade transparecem na delicada pintura. Confessamos nada ter visto de semelhante na vastíssima iconografia da Princesa Imperial.
É sabido que Papf pintou, por volta de 1877, retratos de Dona Isabel, do conde D'Eu e do príncipe do Grão-Pará, primogênito do casal. Este deve ser o bebê da tela em questão.
Em 15 de outubro de 1864, realizara-se o casamento da Princesa Isabel com Gaston d'Orleans, episódio magnificamente retra- tado por Vítor Meireles e Pedro Américo. Entretanto, durante 11 anos Isabel viu frustradas suas esperanças de maternidade. Em 1868 chegaram, mesmo, os Condes D'Eu a efetuar uma viagem ao sul de Minas. As águas virtuosas de Campanha e de Caxambu, onde a princesa fêz uma promessa, representavam um novo alento a seu desejo de ser mãe. Isto, contudo, só seria conseguido a 15 de outubro de 1875. Os insucessos anteriores foram amplamente compensados com mais duas maternidades: uma em 78, outra em 81.
O Príncipe do Grão-Pará e D. Luiz, os dois primeiros filhos, nasceram em Petrópolis, no Palácio da Princesa e ali viveram os mais claros e belos dias de sua infância. O filho mais moço, D. Antônio, nasceu em Paris.
Tudo indica, portanto, ter Papf, no seu óleo, retratado a pri meira maternidade da Princesa, tão ansiosamente esperada.
A "Redentora" está representada na tela vivendo, pois, a mais completa realização de sua vida de mulher.
Ernst Papf (1833 Dresden, 1910 São Paulo). Pintor e fotógrafo alemão, veio para o Brasil em 1867. Viveu em Recife e Salvador, transferindo-se mais tarde para o Rio de Janeiro.
Foi pintor de paisagem e, sobretudo, retratista conceituado em sua época. Dedicou-se à fotografia, tendo tido um florescente ateliê em Petrópolis.
Em 1899 mudou-se para São Paulo, onde faleceu em 1910."
Gilda Marina de Almeida Lopes
(Chefe da Seção de Pesquisas do Museu da República)

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18 de Março às 20:00
Ernst PAPF (1833 – 1910) BARÃO DE DUPRAT pelo retratista da Família Real
Retrato de Raymundo da Silva Duprat,
Datado de 1903, ocasião em que foi o segundo prefeito republicano de São Paulo.
Medidas: 48 x 38 cm. Emoldurado: 68,5 x 59 cm.
Óleo sobre tela.
BIOGRAFIA:
Karl Ernst Papf
Retratista oficial da Família Real
Dresden, 1833 – São Paulo 1910
Estudou na Academia de Dresden uma das melhores do mundo até os dias atuais.
No Império Brasileiro recebeu encomendas oficiais para retratar a família imperial, o que consolida sua reputação como retratista oficial do Brasil.
Suas obras eram muito caras, acessíveis à apenas aristocratas e comerciantes muito abastados.
No início da República, mudou-se para São Paulo, onde tornou-se rapidamente no mais requisitado e prestigiado da sociedade, retratando endinheirados e novos dirigentes republicanos - como Duprat em 1903.
Em 1980, o Museu Imperial e a Pinacoteca do Estado de São Paulo realizaram retrospectivas em sua homenagem.
SOBRE BARÃO DE DUPRAT:
TITULO: Recebeu o título de barão, concedido, não pelo Imperador, mas pelo papa Pio X, em 1907 o que torna-se ad-eterno.
Filho mais ilustre de Pernambuco a dirigir São Paulo.
Aos 17 anos, no Rio de Janeiro, trabalhou no banco de seu tio, o Visconde de Duprat. Depois, morou em Santos e São Paulo.
Conhecido como prefeito das Grande Obras, deixou um legado:
•Responsável pela inauguração do Theatro Municipal,
•Modernização do Vale do Anhangabaú,
•Construção do Viaduto Santa Ifigênia,
•Ampliação da Avenida São João, entre outras obras que modernizaram São Paulo.
•Sob sua gestão, a capital testemunhou o primeiro engarrafamento de automóveis.
•Regulamentou a caça, proibindo a morte de “animais insetívoros e de pássaros canoros”.
•Ordenou que só carros da polícia e do Corpo de Bombeiros usassem sirenes.
Em relatório enviado à Câmara Municipal de São Paulo em 1914, afirmou que suas obras prepararam a cidade para que, no futuro, pudesse mostrar “a beleza de suas grandes praças e avenidas”.