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Eugenio Proença Sigaud obras principais - Guia das Artes
Eugenio Proença Sigaud
Informações
Nome:
Eugenio Proença Sigaud
Sobre o artista

O comunista e ateu foi que pintou uma catedral


Os templos, sempre abertos ao publico, de certa forma, não tem dono, nem valor daquilo que não se pode vender, apenas ser contemplado.


A igreja católica é por vezes criticada, devido ao não entendimento, de seus magnânimos templos, na verdade são hoje o único acesso popular à arte dos séculos. Uma espécie de museus abertos ao publico mostrando o que de melhor o homem pode criar em arte e custeada a preservação por ela própria. É um conjunto de edificações, que exaltam o melhor da humanidade para a posteridade. Exemplo disso é Michelangelo, Davinci e agora Sigaud, contraditoriamente um comunista e ateu foi quem pintou a catedral.


Nacionalista, influenciado pelo muralismo mexicano, usa a dramaticidade do expressionismo, reforçado de ângulos que ostensivamente deformam os personagens, para pintar e exaltar uma categoria que se arrisca muito e recebe pouco - os trabalhadores da construção civil.


 “Sempre exaltei o operário anônimo, sempre denunciei a vida massacrada pelo sistema. Sempre tive consciência da função social da arte.”


Contraditoriamente um comunista e ateu foi quem pintou a catedral. Em 1954 chega à cidade o pintor Eugênio de Proença Sigaud, a convite de seu irmão Geraldo Sigaud, bispo anticomunista e conservador sendo um dos fundadores da TLP, Tradição, Família e Propriedade.


Sigaud contou a historia da primeira metade do século XX, misturando o sagrado e o profano, no interior da nave, as paredes laterais do transepto e a cúpula, aproximadamente 600 m², utilizando como modelos, pessoas da comunidade local de Jacarezinho. 


Nascido no século XIX, em 1899, Sigaud estudou em Belo Horizonte onde forma em engenharia agronômica e, na Escola Nacional de Belas Artes, na cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal, forma-se arquiteto e pintor.


A partir de 1924, passou a figurar no Salão Nacional de Belas Artes, nele obtendo as medalhas de bronze e prata, participou do 38.º Salão Nacional de Belas Artes, organizado em 1931 pelo urbanista Lúcio Costa, conhecido como Salão Revolucionário, da Divisão Moderna em 1942 e, integrou o chamado Núcleo Bernardelli.


Foi um dos artistas brasileiros selecionados para a 1.ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon e dos Salões Nacionais de Arte Moderna, entre 1952 e 1967.


No salão do Riverside Museum em 1939, na cidade de Nova Iorque, obteve menção honrosa expondo a obra Êxodo de Escravos. 


Tido como uma espécie de seu contemporâneo Rivera do Brasil, a Galeria da Universidad Obrera, no Mexico, possui em seu acervo a tela intitulada “A Obra”.


Apesar de se auto denominar como ateu, é também o autor dos vitrais da Igreja dos Mártires São Gonçalo Garcia e São Jorge, no Campo de Santana, Rio de Janeiro.


Sua ultima exposição foi em 1976, ano que uma embolia cerebral lhe ceifou a vida. Seu corpo foi encomendado por seu irmão, o bispo Dom Geraldo de Proença Sigaud.

De Alexandre Paiva Frade Colunista do Guia das Artes

Biografia

Mudou-se com a família para Belo Horizonte, em 1904. Em 1920 gradua-se como engenheiro agrônomo pela Escola de Agronomia de Belo Horizonte.  Fixou-se no Rio de Janeiro no ano de 1921. No mesmo período, matricula-se no curso livre da Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, tendo sido aluno de Modesto Brocos. Entre 1927 e 1932 cursa arquitetura na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro. No ano de 1931 foi um dos criadores, junto com Tenreiro Da Costa e outros, do Núcleo Bernardelli, no Rio de Janeiro. Filiou-se ao Partido Comunista do Brasil. É aluno de Portinari no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federa entre 1935 e 1937. Em 1944 atua como jurado no Salão Nacional de Belas Artes, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Em 1949 é lançado álbum de águas fortes do artista. Reside em Jacarezinho, PR, entre 1954 e 1958 onde fez mural para a catedral local, a pedido de seu irmão, o bispo Geraldo Sigaud.

Cronologia

Realizou as seguintes exposições individuais:
1941 – Palace Hotel, Rio de Janeiro.
1946 – Universidade do Chile, Santiago, Chile.
1947 – Galeria Muller, Buenos Aires, Argentina; Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño, Montevidéu, Uruguai; Instituto dos Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro.
1972 – Galeria da Praça, Rio de Janeiro.
1973 – A Galeria, São Paulo.
1977 – Galeria B-75 Concorde, Rio de Janeiro.

Participou, entre outras, das seguintes exposições coletivas:
1923 – Salão da Primavera, Rio de Janeiro.
1924-27, 29, 30, 34 – Exposição Geral de Belas Artes, Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
1926 – Salão dos Novos, Rio de Janeiro.
1931 – Salão Revolucionário, Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
1934, 36, 42 e 44 – Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (medalha de bronze na edição de 1936 e de prata na de 1942).
1937, 39 – Salão Paulista de Belas Artes.
1939 – Mostra de arte brasileira, Riverside Museum, Nova York, Estados Unidos, menção honrosa.
1940 – Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, medalha de bronze.
1948 – South African National Gallery, Cidade do Cabo, África do Sul.
1951 – Bienal de São Paulo, São Paulo.
1952, 53, 62 e 67 – Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro (prêmio aquisição na edição de 1953).
1974 – Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.

Trabalhos do artista foram exibidos postumamente, entre outras, nas seguintes mostras:
1980 – Desenhos de Sigaud, Galeria Andréa Sigaud, Rio de Janeiro.
1982 – Exposição Núcleo Bernardelli: arte brasileira nos anos 30 e 40, Acervo Galeria de Arte, São Paulo.
1985 – Sigaud, 1899-1979: 60 anos de linguagem gráfica, Espaço Cultural Chap Chap, São Paulo.
1991 – Museu Municipal de Arte: acervo, Museu Municipal de Arte, Curitiba, PR.
1996 – Visões do Rio, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
2000 – Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, Paço Imperial, Rio de Janeiro.
2003 – Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro.
2004 – Gabinete de Papel, Centro Cultural São Paulo, São Paulo.

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Eugênio Proença Sigaud - Operário de manganês - Tempera D’ovo - 22 x 12 - 1975 - Ass. Canto inferior esquerdo - Foi um dos grandes nomes do “Núcleo Bernardelli” nos anos 1930, ao lado de José Pancetti, Malagoli, Takaoka, Manoel Santiago, Milton Dacosta, entre outros. A sua temática voltou-se sempre para a figura do trabalhador, sua vida e suas agruras diárias.


 

Obras deste artista