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Edson Motta bibliografia - Guia das Artes
Edson Motta
Informações
Nome:
Edson Motta
Biografia

Inicia estudos de pintura com seu tio, o artista Cesar Turatti. Por volta de 1927, transfere-se para o Rio de Janeiro e ingressa na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, onde tem aulas de pintura com Rodolfo Chambelland (1879 - 1967) e Marques Júnior (1887 - 1960). Em 1931, funda o Núcleo Bernardelli com Ado Malagoli (1906 - 1994), José Pancetti (1902 - 1958), Milton Dacosta (1915 - 1988), Quirino Campofiorito (1902 - 1993), Manoel Santiago (1897 - 1987), Bruno Lechowski (1887 - 1941), entre outros artistas. Em 1936, recebe medalha de prata no 42º Salão Nacional de Belas Artes e, em 1939, é contemplado com o prêmio de viagem ao exterior. Na Europa, desenvolve estudos sobre técnicas de pintura. Ao voltar ao Brasil, executa afrescos na igreja matriz da cidade Dores do Turvo, em Minas Gerais. Em 1944, de volta ao Rio de Janeiro, é convidado a organizar o Setor de Recuperação de Obras de Arte do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Sphan, permanecendo no cargo de diretor e conservador-chefe até 1976. Entre 1945 e 1980, é professor de teoria, técnica e conservação da pintura, na Enba, da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Entre suas publicações estão O Papel: Problemas de Conservação e Restauração, de 1971, eIniciação à Pintura, de 1976, ambos escritos em parceria com Maria Luiza Salgado.

Cronologia

Entre suas coletivas: o Núcleo Bernardelli promoveu quatro exposições, em todas havendo participação de Motta em 1932, 33, 34 e 35.
O artista participou da Exposição Geral de Belas Artes em 1928 e 30; fez parte do Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, em 1934, 36, 37, 38, 39, 44 e 50; do Salão Paulista de Belas Artes em1936 e 37; do Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, em 1952, 53, 55, 56, 57, 58 e 59.
Esteve presente em outras coletivas: 1930 - Brazilian Artists, Nicholas Roerich Museum, Nova York;
1931 – No chamado Salão Revolucionário, promovido pela Escola Nacional de Belas Artes no curto período em que Lúcio Costa foi seu presidente.
1939 – No Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, onde ganhou o 1º Prêmio de pintura.
1951 – 1ª Bienal de São Paulo.
1954 - Salão Preto e Branco, no antigo edifício do Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro.
1958 - 1º Salão Pan-Americano de Arte, Porto Alegre.
Em homenagens póstumas, suas obras estiveram expostas:
1982 – Retrospectiva, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
1982 - Núcleo Bernardelli: arte brasileira nos anos 30 e 40, Acervo Galeria de Arte, São Paulo.
1994 – Bienal de São Paulo.
2000 – Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo e Santa Maria, todos no RS. A sua obra como orientador e restaurador, no Brasil e no exterior (Peru, Paraguai, Venezuela e Argentina) lhe confere um lugar de extraordinária importância no mundo das artes nacionais, trabalho em que consumiu trinta anos de sua vida.

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18 de Dezembro às 20:30

EDSON MOTTA (1910-1981)
"CALABOUÇO", Rio de Janeiro, 1930. A ponta do Calabouço, antigo Arsenal da Guerra....
Após o aterro para a Exposição 1922, vê-se os pavilhões.....
Óleo sobre tela.
33X41 cm./ 44x52 cm.

“Calabouço”, Rio de Janeiro, 1930. Na ponta do antigo Arsenal da Guerra, após o aterro da Exposição de 1922, os pavilhões — hoje desaparecidos — compunham a paisagem que um rapaz de vinte anos, nascido em Juiz de Fora (MG), registrava à maneira impressionista: à la prima, com cavalete armado, pinceladas fugazes e o correr ágil da espátula.
Edson Motta (1910–1981): o homem de mil ofícios, sempre em defesa da arte

Foi assim que a imprensa noticiou seu falecimento. Edson deixava um legado luminoso — e uma trajetória que começara décadas antes, quando fundou o Núcleo Bernardelli, marco da renovação artística no Brasil, que nasceu no contexto tenso após a Revolução de 1930, em 1931, dentro da antiga Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), como um gesto de resistência, liberdade e renovação estética.

A importância de Edson Motta para o Núcleo foi intelectual e institucional dando forma e solidez ao ateliê coletivo, instalado nos porões do prédio da Escola, onde tornou-se um verdadeiro laboratório da arte moderna no Brasil e um dos grandes semeadores do Modernismo no Rio de Janeiro. Paralelo aos movimentos paulistas liderados por Tarsila, Anita e Di Cavalcanti o Núcleo contava, dentre outros com Edson Motta, Pancetti, Mabe, Bonadei, Manoel Santiago, Campofiorito, Bruno Giorgi, Milton Dacosta e Aldemir Martins,

Edson iniciou seus estudos de pintura com o tio, o artista Cesar Turatti, e em 1927 transferiu-se para o Rio de Janeiro, ingressando na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1936, recebeu a medalha de prata no 42º Salão Nacional de Belas Artes, e em 1939, o prêmio de viagem ao exterior. De volta ao Brasil, executou afrescos na igreja matriz de Dores do Turvo (MG).

Sua obra de 1930 já anunciava os grandes feitos que viriam. Exibiu em Nova York, na mostra The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum, e recebeu menção honrosa na 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Escola Nacional.

Em 1939 recebeu prêmio de viagem ao estrangeiro, com a obra “O Banho no 45º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

Em 1951 participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon.

Como restaurador, Edson Motta marcou seu nome na história da arte brasileira, sendo um dos pioneiros no estudo científico do restauro. Organizou o Setor de Recuperação de Obras de Arte do SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), onde atuou como diretor e conservador-chefe até 1976. Entre 1945 e 1980, lecionou Teoria, Técnica e Conservação da Pintura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Por volta de 1968, pintou na pequena igrejinha da Penha, em Barbacena, um mural da Sagrada Família e uma Via Sacra de grande impacto visual; anos depois, o templo seria reformado e ampliado.

Publicou, em parceria com Maria Luiza Salgado, os livros O Papel: Problemas de Conservação e Restauração (1971) e Iniciação à Pintura (1976).

Falecido em 1981, recebeu, no ano seguinte, uma homenagem no Museu Nacional de Belas Artes, com texto escrito por Carlos Drummond de Andrade.

Edson Motta foi o mediador entre a herança da ENBA e o futuro da arte moderna e sua importância ultrapassa o papel de pintor e restaurador: Edson Motta foi um articulador histórico, aquele que transformou o desejo de liberdade estética de uma geração em um movimento organizado — o embrião do modernismo carioca, que fez o Brasil olhar para si mesmo com olhos novos.

Seu legado segue vivo na pessoa do filho, Edson Motta Jr., doutor em Conservación y Restauración de Patrimonio pela Universidade Politécnica de Valência (2004), mestre em História e Crítica da Arte pela UFRJ (1996), especialista em Conservation of Paintings pelo Courtauld Institute, Universidade de Londres (1985), pós-doutor pelo Art Conservation Boca Raton Museum of Art e Vizcaya Museum and Gardens.

Atualmente é Professor Associado IV da Escola de Belas Artes da UFRJ, atuando nas áreas de restauração de pinturas, arte moderna e arte brasileira. Assim, o nome Edson Motta permanece, não apenas na memória, mas nas mãos que continuam a proteger o que o tempo insiste em apagar — a própria alma da arte

Obras deste artista