Benjamin Silva (Juazeiro CE 1927). Pintor.
Pintor autodidata, se mudou para o Rio de Janeiro em 1948.
Expôs suas obras em doze edições do Salão Nacional de Arte Moderna entre 1953 e 1969. Recebeu o Prêmio Viagem ao Estrangeiro em 1959, e mudou-se para Paris no ano seguinte. Residiu também, na região do Oriente Próximo.
Voltou ao Brasil em 1962, época em que suas obras passaram a retratar o ambiente urbano.
BENJAMIM SILVA (1927–2009)
O.S.E
ASSINADO E DATADO 1975
MEDIDAS: 68 X 51 CM
Benjamin Silva nasceu em 1927, na cidade de Juazeiro, no Ceará, uma região marcada por forte cultura popular visual, xilogravura e artesanato — tradições que, embora não assumissem forma literal em sua obra adulta, deixaram marcas estruturais em sua sensibilidade: o desenho direto, a síntese de formas e o interesse por cenas cotidianas.
Em 1948, com 21 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital cultural do país, para desenvolver sua formação artística. Ingressou na Escola do Povo, onde estudou com Inimá de Paula, pintor modernista de paleta vibrante e pincelada gestual. Pouco depois, frequentou cursos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com Santa Rosa, cenógrafo e artista visual, de quem absorveu a noção de estrutura compositiva e narrativa da imagem.
Também estudou gravura com Orlando da Silva, no Liceu de Artes e Ofícios — formação essencial para sua carreira de gravador e para o rigor linear que marcaria suas composições.
A década de 1950 consolidou Benjamin Silva que começou a expor regularmente nos Salões Nacionais de Arte Moderna, participando de diversas edições entre 1953 e 1969
O ambiente cultural carioca desse período, com o MAM-RJ recém-fundado, a presença de críticos como Mário Pedrosa e Ferreira Gullar, e o intenso debate entre abstracionistas e figurativos, formou o caldo intelectual no qual sua obra amadureceu.
Sua carreira atinge um ponto decisivo em 1959, quando recebe, no Salão Nacional de Arte Moderna, o prestigioso Prêmio Viagem ao Estrangeiroe embarca para a Europa, instalando-se em Paris, onde ecoavam debates entre a última geração de abstratos líricos, o tachismo e o ressurgimento da figuração crítica. Desloca-se também para regiões do Oriente Médio, ampliando repertórios iconográficos e perceptivos.
De volta ao país por volta de 1962, Benjamin Silva entra em sua fase mais madura.
A partir de 1987, a figura humana intensifica-se novamente, surgindo agora de forma narrativa, quase teatral, em cenários urbanos.
