Carregando... aguarde
Benedito Carneiro Bastos Barreto (Belmonte) arte de - Guia das Artes
Benedito Carneiro Bastos Barreto (Belmonte)
Informações
Nome:
Benedito Carneiro Bastos Barreto (Belmonte)
Nasceu:
São Paulo - SP - Brasil (15/05/1897)
Faleceu:
São Paulo - SP - Brasil (19/04/1947)
Sobre o artista


Biografia

Belmonte nasceu no bairro do Brás, em São Paulo, e iniciou sua carreira publicando suas charges em revistas satíricas de baixa circulação, como “O Pirralho”, fundada por Oswald de Andrade em 1911.


Foi o criador da personagem "Juca Pato": careca "por tanto levar na cabeça", cujo lema era "podia ser pior", e que encarnava as aspirações e frustrações da classe média paulistana. Inconformado, sintetizava a figura do homem comum, trabalhador, honesto, acossado pela burocracia, pelo aumento do custo de vida e pela corrupção. Numa época pré-merchandising, Juca Pato estampou carteiras de cigarros, cadernos escolares, balas, água sanitária, marchinhas de carnaval, além do bar Juca Pato, ponto de encontro de intelectuais e artistas.


Em 1929 e 1930, o personagem "Juca Pato" fez sucesso na "Folha da Manhã", atual Folha de S.Paulo, com suas críticas a Getúlio Vargas e à Aliança Liberal. A Folha da Manhã apoiava o candidato Júlio Prestes. Com a vitória da Revolução de 1930, o jornal foi destruído (empastelado), só voltando a funcionar em 1931, com outra orientação política.


Em 10 de novembro de 1937, dia da instauração do Estado Novo, publicou uma charge em que Juca Pato lia trechos da constituição americana, tendo em segundo plano a Estátua da Liberdade. Posteriormente foi obrigado pelo DIP a tratar somente de temas internacionais. Voltou a tratar de Getúlio Vargas em seu trabalho somente após Eurico Gaspar Dutra assumir o poder.[2] Fez as ilustrações da primeira edição do livro O Poço do Visconde, de Monteiro Lobato, publicado em 1937 e também dos demais livros escritos para o público infantil, até 1947.


Nessa época, Belmonte escreveu e ilustrou sua obra sobre São Paulo dos primeiros séculos: No tempo dos bandeirantes. Publicado pela primeira vez em 1939, pelo Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo, o livro é um ensaio histórico que detalha com riqueza o cotidiano dos antigos moradores da São Paulo, dos séculos XVI até o XVIII.[4] O cartunista descreve e ilustra a vida dos bandeirantes, seus hábitos, crenças, suas maneiras de encarar a coisa pública, a coisa privada, além dos objetos, armas, utensílios, vestes, os ornamentos, as moradias, o que comiam, entre tantos outros pontos na vida daquelas pessoas.


Três anos após a Segunda Guerra Mundial, após seu falecimento em conseqüência de tuberculose, foi publicado o livro Caricatura dos Tempos, republicado pela Editora Melhoramentos em 1982. As caricaturas reunidas nesse livro permanecem até hoje exemplares das relações internacionais do período entre 1936 e 1946, tendo sido traduzido para diversos países da América Latina.


Em janeiro de 1945, às vésperas da rendição alemã, Joseph Goebbels, em uma das derradeiras transmissões pela Rádio de Berlim, atacava o conteúdo do livro de charges estrangeiro: Certamente, disse Goebbels, o artista foi pago pelos aliados ingleses e norte-americanos. Belmonte havia publicado ao menos 450 ilustrações satirizando Hitler e os nazistas.


Além de álbuns de caricatura, escreveu também crônicas e contos humorísticos (Ideias de João Ninguém, 1935) e estudos históricos (No tempo dos bandeirantes; Brasil de outrora; Costumes da América Latina). Foi um dos melhores ilustradores das obras infantis de Monteiro Lobato.


Morreu em 19 de abril de 1947, vitimado pela tuberculose, no Hospital São Lucas, em São Paulo.

Caricaturista, desenhista, ilustrador, jornalista e historiador. Benedito Bastos Barreto, dito (1897: São Paulo, SP – 1947: Idem).

Cronologia

1912 – Começou a colaborar com a revista Rio Branco, em São Paulo. 1921 – Adotou o pseudônimo Belmonte. No Rio de Janeiro trabalhou para D. Quixote, Revista da Semana, Careta e O Cruzeiro. Foi diretor e redator da revista Fon-Fon.. 1922 – Deu início à colaboração com o jornal paulistano Folha da Noite. 1925 – Criou o personagem Juca Pato, divulgado nas páginas da Folha da Noite. 1929-37 – Ilustrou cinco livros de Monteiro Lobato e outros de Egon Shaden, Gioconda Mussolini e Viriato Correia. 1932 – Engajou-se na Revolução Constitucionalista, que eclodiu em São Paulo contra o Governo Provisório de Getúlio Vargas. 1933 – Publicou Assim Falou Juca Pato. 1936 – Iniciou campanha contra o nazismo, com caricaturas e charges, que seriam publicadas até 1946 na Folha da Manhã, de São Paulo. 1939 – Lançou o livro No tempo dos bandeirantes. 1940 – Publicou O Brasil de ontem, inspirado pelos desenhos e gravuras de Rugendas. Participou do Salão Paulista de Belas Artes. 1954 – Alguns de seus trabalhos foram incluídos na mostra A Caricatura na Imprensa do Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. 1982 – As caricaturas do tempo da II Guerra foram reunidas e editadas pela Editora Melhoramentos, sob o título de Caricatura dos Tempos.

Outras imagens
Colabore conosco
Você tem informações sobre este artista ou acredita que algum dos tópicos do conteúdo está errado?
clique aqui e colabore conosco enviando sua sugestão, correção ou comentários.
Nome
Email
Mensagem
Enviar
Obras deste artista