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Ascanio M M M resumo - Guia das Artes
Ascanio M M M
Informações
Nome:
Ascanio M M M
Nasceu:
Fão, Portugal (16/09/1941)
Biografia

Ascânio Maria Martins Monteiro, conhecido como Ascânio MMM (Fão, 16 de setembro de 1941) é um escultor português naturalizado brasileiro.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1959. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes entre 1963 e 1964. Formou-se em Arquitetura pela UFRJ, em 1969. Trabalhou como arquiteto até 1976.

Começou as experimentações artísticas em 1966, trabalhando com madeira pintada de branco. Criou as caixas lúdicas, bases de madeira com molduras vazadas móveis. Mais tarde, na década de 1980, vieram os Fitangulares (relevos e esculturas) e as primeiras Piramidais.

Na década de 1990, ainda na fase das Piramidais, trocou a madeira pelo alumínio, em tubos retangulares cortados gerando esculturas de grandes dimensões com vazios internos. O passo seguinte foi desenvolver os Flexos, substituindo os parafusos das Piramidais por arames de aço inoxidável que transformavam os tubos quadrados em tramas flexíveis. A flexibilidade aumentou na série seguinte, as Qualas, com argolas no lugar dos arames.

Em 1972, foi premiado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo no IV Panorama da Arte Atual Brasileira, por Escultura 2.

Cronologia

1959 – Após passar a infância e a adolescência numa pequena cidade do interior de Portugal, mudou-se para o Rio de Janeiro, residindo no bairro do Estácio; nos anos seguintes, trabalhou numa loja de ferragem e num escritório de construção civil, e realizou curso supletivo à noite. 1963 – Ingressou no curso de pintura da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). 1965 – Ainda na ENBA, aproximou-se da estética moderna ao frequentar uma exposição de Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna (MAM-RJ); ali, impressionou também com a obra do escultor inglês Henry Moore, marcada pela tensão entre o compacto e o vazio. No mesmo ano, matriculou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU-UFRJ). 1966 – Estabeleceu ateliê no bairro da Tijuca, em parceria com Antônio Manuel e outros escultores que conhecera na ENBA; no mesmo ano, tomou contato com a obra do inglês Victor Pasmore, em exposição no MAM-RJ, impressionando-se com a conjugação de abstrações geométricas e morfologias orgânicas nela contida. Começou a produzir suas Composições (sólidos geométricos de madeira), em que já se notava a preferência pela linguagem abstrata e construtiva, e iniciou participação em mostras coletivas nacionais, obtendo o primeiro prêmio de escultura não figurativa na 2ª Exposição Geral de Belas Artes, promovida pela ENBA. 1967 – Participou da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967) e conquistou o primeiro prêmio de pintura e escultura do 1° Salão de Artes Plásticas da FAU/UFRJ, ocasião em que conheceu o crítico de arte Mário Pedrosa. 1968 – Engajou-se nas manifestações estudantis de oposição ao regime militar vigente no país; ao mesmo tempo em que passou a frequentar a casa de Ivan Serpa e se aproximou de jovens artistas que fizeram do MAM o centro da produção de artes plásticas do Rio de Janeiro. Integrou, então, o grupo de artistas neoconcretistas que reagiam contra os excessos figurativistas da Arte Pop e revalorizam o caráter construtivo da obra de arte. Segundo o crítico Frederico Moraes, de todos os de sua geração, Ascânio é o que mais optou pela linguagem abstrata e geométrica. Por essa época, começou a produzir obras com ripas de madeira pintadas de branco (algumas de formato helicóide), nas quais explorava jogos óticos derivados de molduras vazadas, que indicavam a influência da op-art. 1969 – Realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Celina, no Rio de Janeiro, coordenada por Walmir Ayala, com texto de apresentação de Frederico Morais. Início dos anos 70: concluiu o curso universitário e passou a trabalhar como arquiteto. Paralelamente, manteve atividade sua atividade artística, dando prosseguimento às investigações com rotações, sinuosidades e alternâncias no escalonamento das ripas de madeira. São dessa época também as suas caixas lúdicas, construídas de forma a serem manuseadas pelo espectador. Em 1970, participou do 2° Salão Nacional de Arte Contemporânea, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, ao final do qual ocorreu o desaparecimento de três obras suas, fato ocorrido provavelmente em represália à sua postura de oposição ao regime militar. 1972 – Realizou exposição individual na Galeria Grupo B, no Rio de Janeiro, onde apresentou relevos e esculturas em alumínio. Nessa época, incorporou também o acrílico às suas obras escultóricas. 1976 – Abandonou a arquitetura e passou a se dedicar exclusivamente à arte. 1977 – Participou do Encontro Nacional de Escultores, realizado por ocasião da 10ª Semana do Aleijadinho, em Ouro Preto (MG), que teve a participação também de Amílcar de Castro, Francisco Stockinger, Frans Krajcberg, Luiz Baravelle e outros grandes nomes da escultura brasileira. 1978 – Recebeu o Prêmio Viagem ao Exterior no 1° Salão Nacional de Artes Plásticas, realizado no Rio de Janeiro, por sua escultura em madeira Formação I. 1979 – Instalou escultura em ferro pintado, de grandes dimensões, na praça da Sé, em São Paulo, atendendo ao convite da Prefeitura da cidade. 1981-82 – Participou da criação e dirigiu a galeria de arte da seção fluminense do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), onde promoveu debates entre arte e arquitetura. Durante sua curta existência, a galeria promoveu mostras de Franz Weissmann, Maria Leontina, Joaquim Tenreiro, Abraham Palatinik e Ione Saldanha, entre outras. 1983-90 – Dirigiu, junto com o pintor Ronaldo Macedo e o empresário João Augusto Fortes, a Galeria do Centro Empresarial Rio, que abrigou as primeiras exposições individuais de alguns artistas da Geração 80, como Ângelo Venosa, Daniel Senise e Jorge Barrão, além de projetar novos artistas, como Adriana Varejão, Márcia X, Cristina Canale e Sálvio Daré; abrindo-se ainda para mostras de nomes já consagrados, como Aloísio Carvão, Lygia Pape e Artur Barrio. 1984 – Realizou a exposição individual Fitangulares, no MAM-RJ, na qual foram apresentadas esculturas em madeira mais compactas e pesadas, com certa monumentalidade; nesse mesmo, Lygia Pape dirigiu um vídeo documentário sobre sua obra. Final dos anos 80 – Iniciou a produção das suas Piramidais, esculturas construídas a partir de ripas de madeira ou tubos de alumínio que geram vazios internos ao se deslocarem, proporcionando uma alternância entre solidez e leveza na configuração das estruturas. Nesse período, e nos primeiros anos da década seguinte, escreveu artigos na imprensa criticando a falta de apoio público às artes plásticas no Rio de Janeiro e conclamando os artistas a se posicionarem sobre a questão; como parte desse esforço, passou a defender a reutilização dos armazéns abandonados da região portuária da cidade como espaços destinados às artes. 2005 – Foi editado o livro Ascânio MMM, com textos de Paulo Sergio Duarte, Marcio Doctors, Lauro Cavalcanti e Fernando Cocchiarale. Principais exposições individuais: 1976 – MAM, Rio de Janeiro, RJ. 1979 – Galeria Skultura, São Paulo, SP. 1981 – Galeria Paulo Klabin, Rio de Janeiro, RJ. 1986 – Petite Galerie, Rio de Janeiro, RJ. 1989 – Galeria 111, Lisboa, Portugal. 1994 – Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG. 1996 – Museu de Arte de São Paulo (Masp), São Paulo, SP. 2005 – Dan Galeria, São Paulo, SP. Principais exposições coletivas: 1966-73 – Diversas edições do Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro, RJ. 1967/79 – 9ª e 15ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo, SP. 1968 – 2º Bienal da Bahia Salvador, BA. 1970-85 – Diversas edições do Panorama de Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP - grande prêmio em escultura (1972). 1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Lisboa / Barbican Art Gallery, Londres. 1997 – 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre, RS. 1997 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural, São Paulo / Belo Horizonte, Brasília / Penápolis, SP. 2002 – Caminhos do Contemporâneo: 1952-2002, Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ.

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