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Armando Mattos quadros do - Guia das Artes
Armando Mattos
Informações
Nome:
Armando Mattos
Nasceu:
Rio de Janeiro - RJ - Brasil (02/02/1957)
Sobre o artista


Biografia

Armando Mattos nasceu no Rio de Janeiro, em 1957. Estudou Direito, Comunicação Social e Educação entre 1976 e 1984. Durante esse período, freq?enta cursos teóricos e práticos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, ingressando em 1980 no Atelier de Gravura do Museu Histórico do Rio de Janeiro (Palácio do Ingá).


No final da década de 70 realiza sua primeira individual, época em que inicia também sua participação em mostras nacionais e internacionais. Em 1986 recebe o Prêmio Fiat e a Bolsa Ivan Serpa da Fundação Nacional de Artes do MinC, obtendo posteriormente prêmios no Salão Carioca de Arte, Salão Nacional de Arte/FUNARTE, Salão Nacional de Belo Horizonte e Salão Paulista de Arte Contemporànea.Em 1991 é convidado à reestruturar a Oficina de Gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, atuando até 1997 como coordenador de Atividades Didáticas e Curador da Coleção Gilberto Chateaubriand. Durante esse período idealiza mostras temáticas para o Museu Nacional de Belas Artes/MNBA, British Council, Centro Cultural Banco do Brasil/CCBB, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo/Fiesp e do Rio de Janeiro/Firjan, além de curadorias para bienais internacionais, na América Latina.


Entre 1994 e 1996 elabora projetos de arte pública para a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Em 1998 é convidado a compor o Conselho Curador do Museu Nacional de Belas Artes. Suas obras mais recentes foram apresentadas na mostra Novas Aquisições, no MAM/RJ e Rio, Mistérios e Fronteiras, no Musée de Pully, Suíça. Em 1999 participa das atividades e workshop com a artista Jenny Holzer, no Rio de Janeiro.


Armando Mattos, a imagem como Campo Experimental - A produção recente de Armando Mattos insere-se numa trajetória que faz da imagem campo experimental. Das pesquisas que transgrediam os limites tradicionais da gravura, passando pelos amassados e pelos trabalhos em xerox da década de 80, a opção do artista sempre foi pelo questionamento de categorias, técnicas e suportes estabelecidos. Essa postura é particularmente importante tendo-se em vista o isolamento da gravura no Brasil em relação às principais discussões da arte contemporànea. A gravura, na opinião de Fernando Cocchiarale, não acompanhou a disponibilidade experimental da arte brasileira da década de 60, tendo se agarrado a uma hipervalorização da técnica como meio de manter o prestígio da década anterior. Nesse sentido, os primeiros trabalhos do artista em metal, do início da década de 80, já constituem uma ruptura com esse solo tecnicista próprio dos gravadores. A produção de uma imagem, como ela pode definir-se através das interferências na reprodução, é o objetivo do artista. No procedimento tradicional da gravura, a matriz é feita supondo uma edição de imagens iguais. Armando Mattos subverte essa lógica ao fazer da matriz o próprio trabalho: uma imagem que vai ser explorada de diversas maneiras. Como a interferência é feita na impressão, não há sentido fazer uma série de antemão. Um trabalho de gravura desafiando as regras da reprodutibilidade e sua complexidade artesanal introduz questões alheias ao meio. As possibilidades da imagem, já naquela época, tornaram-se o foco da investigação do artista.


Seus trabalhos subseq?entes confirmam essa busca experimental. Nos balões, nos amassados, nas instalações com xerox e outdoors, direciona sua atenção para o efêmero e o perecível na arte. Em 1984, momento da explosão da Geração 80, ele coloca gravuras amassadas dentro de balões coloridos e os solta, num evento lúdico e irreverente, na piscina do Parque Lage.


As instalações com impressão xerox ou laser também são trabalhos temporários e dele restaram apenas registros fotográficos. O artista amplia sua investigação dos limites da gravura ao recorrer à técnica e suportes que desafiam a aura da obra de arte, a eternização em museus. São suportes que impedem a circulação e comercialização dos trabalhos e, no entanto, apontam para um tipo de linguagem que evidencia a rapidez das novas formas de comunicação. Nos outdoors utiliza um recurso próprio à publicidade, mas muda sua função principal. A formação inicial do artista em Comunicação e Propaganda torna-se cada vez mais presente, porém, também aqui, Armando deixa a marca: invade, subverte, deprava...


Os trabalhos dessa mostra exploram o potencial da imagem no mundo contemporàneo. Armando utiliza fotografias construídas, imagens digitalizadas e plotadas, obras de arte apropriadas e dispositivos publicitários, como o backlight. As imagens, obtidas através de manipulação digital, partem de fotografias de situações detalhadamente preparadas: são cadeiras, televisões, armários, cobertos por um véu, o que lhes empresta uma atmosfera de mistério. Após escanear a foto, o artista realiza alterações, seja através de uma coloração monocròmica ou pelo acréscimo de palavras. Os termos utilizados como "depravo" ou "velamentum oblivium", ao invés de explicar, relacionam-se muito mais com o que não vemos, reforçam o desejo de desvendamento. Tudo contribui para criar uma opacidade que não nos deixa chegar às coisas, elas mesmas. A imagem que deveria ser captada imediatamente, frustra nossas expectativas de entendimento: aqui ela permanece velada, como um travo que contraria o consumo e introduz um deslocamento num mundo onde tudo é descartável.


A fugacidade, a velocidade das imagens com que somos bombardeados diariamente, impõe uma nova ordem: não se trata mais da estética de contemplação, mas do consumo. A comunicação com o público é o enfoque principal. Com esses trabalhos, Armando Mattos alinha-se a uma tendência de artistas, como Barbara Kruger, Sherrie Levine, Jenny Holzer, Cindy Sherman, cuja identidade é dada muito mais pela manipulação de signos do que pela produção de objetos de arte. Enfatizam mais a manipulação econòmica do objeto de arte - sua circulação e consumo como um signo mercadoria - do que sua determinação física pela moldura. O trabalho "Ceci n'est pas un carré noir" é um exemplo dessa manobra. Armando interfere no sistema de arte pesquisando como as noções de autoria e reprodução assumem outros significados através da circulação e incorporação pelo sistema. O artista escaneia de uma revista de arte uma fotografia da obra de Malévitch, apropriando-se, assim, de uma imagem que já é uma reprodução.


O trabalho de Malévitch, um quadrado negro sobre fundo branco - um conceito que independe da visão para existir e cuja importància reside exatamente no deslocamento da arte para fato mental - é diluído ao tornar-se imagem veiculada e incorporada como informação. Com o título, Armando remete e assume a operação realizada por Magritte, nega o Quadrado, afirma o plágio e dá sentido ao trabalho.


Viviane Matesco.  fonte: http://www.allaboutarts.com.br/default.aspx?PageCode=12&PageGrid=Bio&item=0401P3

Cronologia


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