Agrade Camíz cresceu no conjunto habitacional IAPC, localizado às margens da favela do Jacaré na zona norte carioca. Produz intervenções na rua há 9 anos, pintando murais, graffitis, passando inicialmente pela pichação. Atualmente desenvolve sua pesquisa a partir da estética do subúrbio do Rio de Janeiro, sua cidade natal, utilizando expressões, formas e signos da cultura local e da habitação popular.
Em muitos dos seus títulos faz uma convocação de linguagens e palavras que se conciliam às obras, abordando de forma inesperada, mistura pessoalidades com elementos comuns das estruturas do território suburbano e questiona as normatividades do comportamento. Oferecendo uma crítica sobre modos automáticos e sobre condutas, como uma forma de ativar gatilhos ao contato com as obras, pelo viés das experiências e relações comuns do corpo social, busca trazer reflexões que atravessam sua própria subjetividade.
Incorpora grades (estruturas de proteção) em alguns trabalhos, e explora a grafia da palavra grade, a grade, agrade, agradar evidenciando a ambiguidade dos sentidos de agradar e de limitar, assim como dentro do mesmo recorte, assume assuntos relacionados a sexualidade da mulher e também questões referentes à figura das mesmas no cenário artístico, como construtoras de suas próprias histórias