
“A Inquietante Estranheza do Lugar do Outro”
Exposição com 13 artistas no Centro Cultural Correios RJ mescla fatos da realidade, fábulas e ficções humanas
Reunindo 13 artistas de diferentes gerações, práticas artísticas e visões de mundo, “A Inquietante Estranheza do Lugar do Outro” propõe cogitar como a arte brasileira lida atualmente com essa conversão do habitual em não-familiar. Sob curadoria de Beth Ferrante e Margaret de Castro, a coletiva será inaugurada no dia 8 de outubro, no Centro Cultural Correios, no Centro.
Ambicionando inesperadas respostas poéticas que mesclam fatos da realidade, fábulas e ficções humanas, trata-se de realizações variáveis da pintura à instalação, passando pela fotografia e escultura. Entre os artistas participantes estão: Alex Matheus da Hora, Beth Ferrante, Capilé, Claudio Montagna, Graça Pizá, Júlia Garcia, Katia Politzer, Luis Bailey, Reitchel Komch, Not a Doctor, Margaret de Castro e Solange Jansen. Haverá um trabalho de Leda Gondim (in memorian), homenagem das curadoras a sua mãe.
Segundo o ensaio ‘Das Unheimliche’ de Freud (publicado em 1919, ano que se segue ao fim da Primeira Grande Guerra), tudo o que nos é familiar, se reprimido, há de retornar de forma assustadora. Viriam daí - sob instante de suspensão entre o que reconhecemos, mas não podemos compreender - os sentimentos de estranheza e inquietação, ambos desestabilizadores de verdades questionáveis ou dogmáticas.
Quer enquanto dispositivos plástico-visuais relacionáveis a uma história da arte contemporânea, quer agentes simbólicos para representação de estranhamentos próprios a uma sociedade ‘fluída’ e de sujeitos sem unidade psíquica (a essa altura da terceira década do século 21), essas obras se pensam hipóteses acerca do custo existencial por transformarmos choques em hábitos; ou ainda, nos indagar sobre a anestesia de cotidianos difusos a que estamos submetidos fatalmente ? e cujas omissões hão de nos assombrar com a fúria dos ressentimentos.
Serviço:
“A Inquietante Estranheza do Lugar do Outro”
Curadoria: Beth Ferrante e Margaret de Castro
Abertura: dia 8 de outubro, quarta-feira, das 16h às 19h
Visitação: de 9 de outubro a 29 de novembro de 2025
Centro Cultural Correios RJ
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – Rio de Janeiro
Horário: de terça a sábado, das 12h às 19h
Entrada gratuita
Informações à imprensa: BriefCom Assessoria de Comunicação: Bia Sampaio: +55 21 98181-8351/ de biasampaio@briefcom.com.br
Saiba mais sobre os artistas
Alex Matheus da Hora é artista visual. Faz graduação em pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ desde 2021. No mesmo ano, recebe o Prêmio Palmares de Arte da Fundação Cultural Palmares, sediada em Brasília. No período 2022-2023, integra a residência artística Diálogos entre Arte e Ciência na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio; e, atualmente, participa da residência artística da Casa da Escada Colorida, no Rio. Desde 2023, integra o grupo de trabalho da oficina Antiformas de Intervenção na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio — sob a orientação de David Cury — com foco em conceitualidade e experimentalidade. Dentre outras coletivas, participa de 'Mata-mata' (2025), 'Onde Certezas Corrompem' (2024) e 'Sismais Sinais' (2024), todas na EAV-Parque Lage, no Rio; e 'Sou(l)' — com curadoria de Melissa Alves e Gabriel Reis — na comunidade do Vidigal, no Rio (2023). Nascido em Camamu (BA), vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Beth Ferrante
Artista visual, carioca, com graduação em História (UCAM/RJ, 2008) e Especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil (PUC, RJ, 2010), a partir de 2003 faz formação em Arte Contemporânea na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. No ateliê-residência ‘Dynamics Encounters’ com Charles Watson, na ‘Escola Sem Sítio’ com Cadu, Efraim Almeida e Marcelo Campos. Atualmente integra o grupo de trabalho da oficina ‘Antiformas de Intervenção’ na EAV- Parque Lage, sob orientação de David Cury, com foco em conceitualidade e experimentalidade.
Participa de exposições no Brasil e no exterior dentre elas a individual ‘Não Sou Teus Olhos’ (Galeria Candido Mendes, RJ, 2025) e as coletivas ‘Fernet com Caipirinha’ (Museu Metropolitano de Arte Urbana, Córdoba, Argentina, 2025); ‘Caminho de Devaneios’ (Centro Cultural dos Correios, RJ, 2024); ‘Tempo, Tempo, Tempo’ (Galeria Pop-Up, RJ); ‘Giro Abissal’ (Galeria do Consulado Argentino, RJ, 2024); 2º lugar no concurso realizado pela Bricklane Gallery London (2021); Flutuantes (Paço Imperial, RJ, 2018); Progetto Imago Mundi (Veneza, 2016).
Para a exposição A Inquietante Estranheza do Lugar do Outro apresenta uma pintura em grande formato feita a partir de retratos de crianças sírio-libanesas que vivem em um dos maiores campos de refugiados do mundo, Al Zaatari, na Jordânia.
Capilé
Artista visual e designer (formado pela Esdi/Uerj), integra o grupo de trabalho ‘Antiformas de Intervenção’ da EAV-Parque Lage, sob orientação de David Cury, com foco em conceitualidade e experimentalidade. Participou de ‘Assoma’ (EAV, 2023), ‘Notícias à boca miúda de um mundo sem rumo’ (Galeria Paulo Branquinho, 2023), ‘Sinais sismais’ (EAV, 2023), ‘Onde certezas corrompem’ (EAV, 2024).
Com foco na objetualidade da pintura, busca mudar a perspectiva dos cânones da arte e cultura ocidental, questionando o que valorizamos em uma obra de arte assim como em nossa sociedade. Nos seus trabalhos mais recentes, utiliza de materiais descartáveis como suporte, que são evidenciados nas figuras que são omitidas em nossa sociedade, objeto central destas obras.
Claudio Montagna
Mora e trabalha no Rio, formação na EAV/Parque Lage (2000/2023). Principais exposições
Individual: 2011-Vida Liquida /CCJF/Rui-RJ; Coletivas: 2022-Gavetas, Cofres e Armários /CCCorreios/Rio-RJ; 2018-CorposIntransito/Galpão Bela Maré/Rio-RJ; 2017- Conexões Tropicais/CBAE/UFRJ/Rio-RJ; 2010-Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand/ MAM/ Rio-RJ.
Graça Pizá é artista visual. Faz ARTE DA PINTURA com Ronaldo Macedo (2007-2009), e desde 2020 integra o grupo de trabalho ANTIFORMAS DE INTERVENÇÃO - com foco em conceitualidade e experimentalidade, sob orientação de David Cury - ambas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio. Entre outras mostras coletivas no Brasil e no exterior, participa de 'Mata-mata' e 'Onde verdades corrompem' (EAV-Parque Lage, Rio, 2024);
'Notícias à boca miúda de um Mundo sem rumo' (Galeria Paulo Branquinho, Rio, 2023); 'Assoma' (EAV-Parque Lage, Rio, 2023); 'Territórios Insustentáveis' (Galeria do Consulado da Argentina, Rio, 2022); 'Carnaval' (Espaço Zagut, Rio, 2021); 'Borders/Future Landscapes' (Itsliquid Art Space, Veneza, 2020); e 'Para Todos' (Carpintaria, Rio, 2017). Nascida em Porto Alegre, vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Julia Garcia é carioca, artista visual e psiquiatra, atuando nas zonas de fricção entre arte e clínica. Participou das coletivas Notícias à Boca Miúda de um Mundo sem Rumo (Galeria Paulo Branquinho/RJ 2023), Onde Certezas Corrompem (EAV Parque Lage/2024), Sismais Sinais (EAV Parque Lage/RJ 2023), Cola+ (Casa 33/RJ 2023), Assoma (EAV Parque Lage/RJ 2023), Ocupação EAV (EAV Parque Lage/RJ 2022), Territórios Insustentáveis (Consulado Geral da Argentina/RJ 2022); Elaborou a videoinstalação Quintal do Samba, em parceria com Not a Doctor (Palacio Rio 450, 2024); Elaborou instalação de arte no Baile de Primavera SVRVRV (RJ 2021).
Katia Politzer é artista visual. Cursou arte contemporânea nos EUA (Uncool Artist, De Cordova Museum e Northeastern University) e Rio de Janeiro (EAV Parque Lage e Escola Sem Sitio – com David Cury, Efrain Almeida, Franz Manata, Marcelo Campos, Celeida Tostes, Lelia Gonzalez). Graduação em Artes EBA/UFRJ. Exposições coletivas no Brasil, Portugal, EUA e Itália. Exposições individuais no Rio desde 1982, sendo a mais recente OPTCHÁ - A ESTRADA É O DESTINO no Centro Cult. Correios RJ - 2025. Seu trabalho se desenvolve em projetos, com forte hibridismo material (vidro, cerâmica, tecido, pão). A partir de objetos do cotidiano investiga questões da Diversidade, incluindo repertórios marginalizados, e da Memória (Mitologia e Ancestralidade). Há anos pesquisa sua ancestralidade romani (cigana). Carioca, vive e trabalha no Rio.
Luis Bailey é artista visual. Estudou desenho e pintura na Paris Academy of Art (França, 2019). Com formação em desenho industrial pela UniverCidade (Rio de Janeiro, 2010), no mesmo ano, recebeu o Prêmio nacional Ford/Novos Talentos do Design. Atuou como designer para a Indústria Automobilística no Brasil e na França. Realiza pinturas em que a figuração humana tem linhagem no Naturalismo Fotográfico, para em seguida admitir explícitos graus de abstração favoráveis a comportamentos da sociedade contemporânea.
Atualmente integra o grupo de trabalho 'Antiformas de Intervenção' ? com foco em conceitualidade e experimentalidade ? sob orientação de David Cury, na EAV-Parque Lage. Participa das mostras coletivas 'Sismais Sinais' (EAV-Parque Lage, Rio, 2023), ‘Onde Certezas Corrompem’ (EAV-Parque Lage, Rio, 2024) e mostra individual ‘Brain Rot’ (Gallery 121, Londres, 2025). Carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Margaret de Castro é artista visual carioca que vive e trabalha no Rio de Janeiro.
A partir de 2013, ingressa na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde realiza cursos e oficinas de arte contemporânea com orientação de David Cury, Daniel Lannes, João Magalhães, Bruno Miguel, entre outros.
Participa de mostras e coletivas no Brasil e no exterior, destacando-se a exposição individual Habitantes da Floresta de Nós Mesmos (Centro Cultural Correios RJ, 2024), El Arte que Nos Une (Museu Metropolitano de Arte Urbana – Córdoba, AR), o prêmio de 1º lugar no XXV Salão Curitibano de Artes Visuais (Curitiba – PR), Gavetas, Cofres e Armários (CCCorreios RJ), Para Todos (Carpintaria – Fortes D’Aloia & Gabriel).
Para a exposição Inquietante Estranheza do Lugar do Outro, Margaret de Castro apresenta trabalhos em grande escala pertencentes à sua nova pesquisa, Pequenos Afetos Ficcionais, série em que revisita a infância sob o viés da memória afetiva - fragmentada, disfuncional e parcialmente inventada. Em Mula sem Cabeça, desloca uma lembrança antiga - marcada pela boneca decapitada - para o campo simbólico do afeto ferido, transformando-a em metáfora das perdas que não soubemos nomear, nem proteger.
Not a Doctor é o pseudônimo de Felipe Queiroz, artista visual baiano e psiquiatra formado pela UFRJ. Atualmente integra o grupo de trabalho da oficina “Antiformas de Intervenção” sob a orientação de David Cury e o grupo “Pintura Além do Quadro” sob a orientação de Bernardo Magina, ambos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Comunica-se através do desenho e da pintura explorando o uso de diversos materiais em sua composição. Participou de Mostras Coletivas: ‘’Ocupação EAV’/ Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, 2022; Coletiva Oficina Espaço-Tempo / Arte de Portas Abertas, Rio de Janeiro, 2022; ‘’Assoma’’/ Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, 2023, “Sismais Sinais’’/ Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, 2023.
Solange Jansen é artista visual. Nos anos 1970, cursa desenho e pintura no atelie de Ivan Serpa. A partir de 1990, faz oficinas com Celeida Tostes, Charles Watson, Katie van Scherpenberg, Joao Magalhaes e Nelson Leirner - e formação teorica com Reynaldo Roels Jr., Guilherme Gutman, Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no Museu de Arte Moderna do Rio. Desde 2017, integra o grupo de trabalho da oficina 'Antiformas de Intervenção' na EAV-Parque Lage, no Rio - sob a orientacao de David Cury, com foco em conceitualidade e experimentalidade. Entre outras, integra as mostras coletivas Noite de Autógrafos (1997) e O Ovo (1998), ambas com curadoria de Nelson Leirner, na EAV-Parque Lage, Rio; Ocupação EAV (Parque Lage, Rio, 2015/2016/2019 e 2022); Para Todos (Carpintaria, Rio, 2017); Gavetas, Cofres e Armários (Centro Cultural Correios, Rio, 2022); Territórios Insustentáveis (Galeria do Consulado Argentino, Rio, 2022); e Assoma (EAV-Parque Lage, Rio, 2023).