Pintor e músico. Manuel Pereira de Araújo dito (1910: Cabo, PE – 1993: São Paulo, SP). Praticou a pintura ingênua, com situações e pessoas felizes, em cores alegres e desenho estilizado. “O grande desafio estava lançado. Autodidata, e dizendo-se ‘ceguinho em técnica’, Manezinho começou com aquarela e guache, sem orientação alguma, e culminou pintando com tinta a óleo, quando sua esposa lhe presenteou com um conjunto de tintas, por ocasião do seu aniversário. Em estilo primitivo puro, o artista passava para as telas cenas da infância, da juventude e da maturidade, retratando as raízes do Nordeste (...Nordeste (... ). Ele pintava cidades, paisagens, palafitas, barqueiros, marinhas, pescadores e baianas.” (Semira Adler Vainsencher, pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco).
Adeus, Pernambuco, Hervé Cordovil,Gilberto Gil e Manezinho Araújo - Luiz Gonzaga (1952)
Ai!, Maria, Luperce Miranda e Minona Carneiro (1944)
Coitadinho do Manezinho, Manezinho Araújo (1939)
Como tem Zé lá na Paraíba, Catulo de Paula e Manezinho Araújo - Jackson do Pandeiro (1962)
Cuma é o nome dele?, Manezinho Araújo (1956)
Dezessete e setecentos, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
Há sinceridade nisso?, Dozinho, Carvalhinho e Manezinho Araújo - César de Alencar (1952)
Mulher rendeira, domínio público (1937)
O carreté do coroné, Manezinho Araújo (1939)
O chamego da Guiomar, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
Pra onde vai, valente?, Manezinho Araújo (1934)
Quando eu vejo a Margarida, Manezinho Araújo (1939)
Segura o gato, José Carlos Burle e Manezinho Araújo (1936)
Vatapá, Manezinho Araújo (1956)
Passou sua infância no bairro da Casa Amarela, no Recife. Durante a adolescência, conheceu Minona Carneiro, cantador de emboladas (narrativas folclóricas da literatura de cordel) que se tornou seu professor e incentivador na sua carreira de cantor desse gênero musical. ca.1920 – Cursou a Escola de Comércio de Pernambuco, em Recife. 1930 – Participou, como soldado raso, do movimento armado que levou Getúlio Vargas ao poder, naquele ano. No Rio de Janeiro, já como sargento, começou a cantar em casas noturnas, sendo incentivado por Carmen Miranda e Almirante. Posteriormente, cantou na Rádio Mayrink Veiga. Ao longo de sua trajetória gravou mais de cem discos de música nordestina e jingles para campanhas publicitárias. 1945 – Gravou um de seus maiores sucessos, Dezessete e setecentos, de Luís GonzagaLuís Gonzaga e Miguel Lima. 1950 – Começou a pintar como autodidata. 1954 – Deixou de cantar profissionalmente, passando a se dedicar mais intensamente à pintura. ca. 1957 – Abriu um restaurante de comidas nordestinas, o Cabeça Chata, no Rio de Janeiro. 1968 – Publicou o álbum de serigrafias Meu Brasil, cuja apresentação foi escrita por Aldemir Martins. Realizou as seguintes mostras individuais: 1963 – Galeria Astreia, São Paulo, SP. 1965 – Galeria Capela, São Paulo, SP. 1969 – Galeria Ranulpho, Recife, PE. 1976 – Galeria Bonfiglioli, São Paulo, SP. 1977 - Galeria do Shopping News, São Paulo, SP; Museu da Imagem e do Som, Rio de Janeiro, RJ. 1987 - Galeria Ranulpho, Recife, PE. Participou, entre outras, das seguintes exposições coletivas: 1976 – 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, Fundação Educacional de Penápolis, Penápolis, SP. 1985 – As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, SP. 1990 – Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, SP. 1991 – Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, SP.
Manezinho Araujo . Favela . Serigrafia 88/130 . 40x60 . 1967 .