Em 1887, ano que começam a construir a torre Eiffel em Paris, no auge das discussões abolicionistas em Pelotas, nasce o Filho de Caetano Gotuzzo, Italiano de Porto Fino Liguri e Leopoldina Netto Gotuzzo.
Primeiros estudos no Colégio Gonzaga, onde recebeu distinção em desenho.
Em 1909, viajou para a Europa e estudou em Roma. Esteve na França, Espanha e Portugal. Durante este período enviou periodicamente trabalhos para o Salão Nacional de Belas Artes.
Em 1911, participou ao lado de Antônio Parreiras, Lucio de Albuquerque, Georgina de Albuquerque, Manoel Madruga e outros, da decoração do Pavilhão Brasileiro da Exposição Internacional de Turim
Em 1914, aos 27 anos, iniciou seu trabalho independente em Madri, onde expos seu primeiro trabalho: "Madrileña". Enviou, de lá, obras ao Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e recebeu Menção de Honra. No Salão seguinte do Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro a recebeu a Medalha de Bronze.
Ainda na Espanha, em Segóvia, pinta paisagens e decide transferir-se para Paris, de onde desloca-se para pintar paisagens em Montigny-sur-Loing, Barbizon e Fontainebleau.
Em 1918, de Paris, enviou obras ao Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e, recebe Medalha de Prata.
Em 17 de Março de 1918, há bombardeios sobre Paris e, o artista decide voltar ao Brasil. Enquanto aguarda abertura de fronteira, pinta os Pireneus Orientais.
Ao voltar para a América do Sul, desembarca em Montevidéu e acaba chegando a Pelotas em Novembro.
No ano de 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, monta atelier para pintar marinhas, paisagens e figuras.
Em 1922, ano da efervescente Exposição Internacional em comemoração dos 100 anos da Independência, recebeu, do Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro a cobiçadíssima Medalha de Ouro.
Em 1923, aos 36, anos realiza sua segunda exposição em Pelotas, e uma exposição em Porto Alegre. Ainda em 1923, no salão Nacional de Belas Artes, destaca-se com a obra:“O Antigo forte do Leme”, quadro publicado em cromo na revista “Iluminação Brasileira”.
No ano de 1925 junto com o amigo Osório Belém, frequenta o Curso Livre de Modelo Vivo da Sociedade Brasileira de Belas Artes.
Em 1927, regressa à Europa e fixa-se em Portugal.
Em 1928, participa da Exposição Íbero Americana de Sevilha.
Em 1929, em Lisboa participa do importante Salão Silva Porto, e viaja para a França onde pinta na Bretanha e expõe na Galeria Mona Lisa.
No final do ano de 1930, volta ao Brasil, carregado de obras que pintou em Portugal e na França. E em 1931, participa do Salão Revolucionário, nome que fica conhecida a 38ª Exposição Geral de Belas Artes, realizada na direção de Lucio Costa da Escola Nacional, quando o Salão, pela primeira vez, contou com modernos e modernistas.
Em 1933 O Governo do Rio Grande do Sul, adquire a obra: “Almofada Amarela” para a Biblioteca Pública de Porto Alegre.
Nos idos de 1935 Expõe no Centenário Farroupilha em Pelotas e Porto Alegre.
Em 1939 no Salão Paulista recebe a Grande Medalha de Prata.
Participa do Grande Prêmio do Primeiro Salão de Belas Artes de Porto Alegre, promovido pelo Instituto de Belas Artes, fundado por Libindo Ferrás, para comemorar o Cinquentenário da República.
Em 1940, Expõe Pavilhão Brasileiro da Exposição do Mundo Português.
Em 1949, Gotuzzo torna-se patrono da Escola de Belas Artes de Pelotas.
Em 1950 participou da Exposição “Um Século de Pintura Brasileira: 1850-1950” no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, que posteriormente circulou os estados de Pernambuco, Paraíba e Bahia.
Em 1955, aconteceu o Salão de Arte Leopoldo Gotuzzo, uma homenagem em vida.
Radicado no Rio de Janeiro pintou e expôs até após os 80 anos de idade.
Faleceu aos 96 anos de idade em 1983 e, em 1986, foi inaugurado o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo em Porto Alegre.
De Alexandre Paiva Frade Colunista do Guia das Artes
Inicia sua formação artística em Pelotas, Rio Grande do Sul, em torno de 1900, com o pintor italiano Frederico Trebbi (18-- - 1928?). Vive em Roma, de 1909 a 1915, quando estuda pintura com Joseph Nöel e visita os principais museus italianos. Transfere-se para Madri, em 1915, ano em que, pela primeira vez, envia seus trabalhos ao Salão Nacional de Belas Artes - SNBA do Rio de Janeiro. Retorna ao Brasil em 1919 e passa a expor em Pelotas, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde se radica no ano seguinte. Como participante do SNBA, é premiado em 1916 com medalha de bronze, em 1917 e 1919 com medalhas de prata, e em 1922 com medalha de ouro. Entre 1927 e 1930, viaja novamente à Europa mostrando suas obras em Lisboa, Porto e Paris. Participa de diversas edições do Salão Paulista de Belas Artes, no qual é premiado em 1938 e 1939. Em 1949, Gotuzzo torna-se patrono da Escola de Belas Artes de Pelotas e, em 1955, a instituição cria um salão de arte com seu nome. Após sua morte, em 1983, a Universidade Federal de Pelotas - UFPel recebe sua coleção de quadros e desenhos, legados em testamento. Em 1986, é inaugurado o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo - Malg nessa universidade.
Realizou as seguintes exposições individuais:
1919 – Primeira individual, em Pelotas, onde expôs outras vezes, até 1933.
1919, 23, 33 e 35 – Porto Alegre.
1933 – Rio Grande, RS.
1919-39 – Diversas mostras no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto (Portugal) e Paris.
Participou, entre outras, das seguintes exposições coletivas:
1915-17, 19 e 22 – Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro
1938, 39, 45 e 54 – Salão Paulista de Belas Artes, com diversas premiações.
1939 - 1º Salão de Belas Artes, Porto Alegre.
1943 – Salão Fluminense de Belas Artes, Rio de Janeiro.
1949 – Salão Municipal de Belas Artes, Rio de Janeiro.
1952 – Um Século de Pintura Brasileira, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
1961 – Instituto de Belas Artes, Porto Alegre.
Existem obras suas no Museu Nacional de Belas Artes; no Museu Antônio Parreiras, Niterói, RJ; no Palácio Guanabara, Rio de Janeiro; e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Leopoldo Gotuzzo - Piquenique no moinho - Óleo sobre tela - 48 x 67 - 1929 - Ass. Canto inferior esquerdo