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Iole de FreitasFazer o ar-2025-03-15 - Guia das Artes
Iole de Freitas – Fazer o ar
Iole de Freitas – Fazer o ar
Quando acontece
Sábado, 15 Março até Domingo, 11 Maio
dom
seg
ter
qua
qui
sex
sab
Local
Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial
Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Conteúdo

 

Iole de Freitas – Fazer o ar

Uma das mais importantes artistas plásticas brasileiras apresenta sua mais recente e inédita produção no Paço Imperial

Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial [Terreiro]
Abertura: 15 de março de 2025, das 15h às 19h
Exposição: até 11 de maio de 2025
Entrada gratuita
Curadoria: Eucanaã Ferraz

Com mais de 50 anos de trajetória, Iole de Freitas continua produzindo e experimentando novos materiais. A partir deste sábado, dia 15 de março de 2025, ela apresenta sua mais nova pesquisa na exposição “Fazer o ar”, no Paço Imperial, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz. A mostra terá cerca de 16 trabalhos inéditos, que exploram o volume e o ar. Obras em grandes dimensões chamadas “Mantos”, feitas com papel glassine, com tamanhos que chegam a quase 4 metros, esculturas da série inédita “Algas”, em aço inox, e a obra “Escada”, feita há dois anos, mas que ganhará uma montagem inédita na exposição. Em 2023, o Paço Imperial apresentou uma mostra com trabalhos históricos de Iole de Freitas, feitos na década de 1970; agora, esta nova exposição, totalmente inédita, apresenta a recente produção de uma das mais importantes artistas plásticas brasileiras. 

Grandes volumes brancos da série “Mantos”, produzidos este ano, ocuparão as paredes e o chão das salas da exposição. Originalmente, o papel glassine é usado como embalagem para obras de arte, conservando e acondicionando-as. “É um papel que foi pensado para proteger uma obra, aqui ele não existe como um envoltório, mas como algo que, trabalhado, guarda em si a expressão de uma linguagem. Gosto de deslocar a funcionalidade das coisas, subvertendo-as: tomo a capa da coisa e faço dela substância da forma”, afirma a artista. A pesquisa para estes trabalhos começou há cerca de quatro anos. Para realizá-los, o papel é preenchido com ar, inflando-o e criando grandes superfícies, que então recebem água, areia e cola, que vão moldando, esculpindo e estruturando o papel até formarem os Mantos. Alguns ainda ganham novos elementos, como cobre, palha e pedras gipsitas. “Iole testa em cada obra as verdades físicas de seu corpo e do material que utiliza. Basta ver para inferirmos o quanto as formas nasceram da peleja, da disputa entre o gesto e o papel. É flagrante a atuação de uma inteligência física. O papel era liso, neutro, sem corpo nem memória, sem ar, inerte, ausente. Iole soprou nele. Deu a ele o sopro da vida. O papel, agora, está vivo. Veja: ele respira”, afirma o curador Eucanaã Ferraz.

Os Mantos impressionam por seu tamanho, volume e beleza estética. “Trata-se de um processo e de uma poética sobre como inflar uma matéria para que ela traga ar dentro dela, criando um volume. Trata-se de um grande esforço físico; tem uma atuação corpórea quase coreográfica”, afirma a artista, que ressalta ter tido como referência as obras “O Êxtase de Santa Teresa” e “O Êxtase da Beata Ludovica Albertoni”, de Bernini (1598 - 1680), e as Pietás de Michelangelo (1475 - 1564). “Dos Mantos de Iole irradiam-se imagens dos planejamentos da estatuária grega clássica, levados adiante pelo universo da arte romana e pelo Renascimento. O efeito simulava na pedra a aparência de um tecido folgado ao redor de um corpo, formando pregas, dobras, ondulações, volumes; compunha a própria anatomia, pernas, braços, cinturas, dorso. Era o empenho possível para a representação, impossível, do próprio ar. Nos Mantos, o antiquíssimo problema do ar representado pela matéria esculpida converte-se no problema da incorporação do ar como matéria”, diz o curador.

Um único Manto vermelho fará parte da exposição. “A cor vermelha/ rubra traz uma dramaticidade, que vem também das grandes e pesadas cortinas, que emolduram os palcos como as do Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, onde dancei. Esta experiência ficou impregnada em mim como um momento dramático de determinada cena”, conta a artista que é formada em dança contemporânea. “O Manto vermelho fere-nos como o único ponto de cor em toda a exposição. Contrário ao branco, o vermelho afirma no espaço sua disposição corpórea, material, contrária à vaga espiritualidade da brancura circundante. Centro gravitacional, um fio-terra, uma ferida. Manto Vermelho faz tudo descer à realidade primeira: o corpo. Sangue: vida e morte”, completa Eucanaã Ferraz.

Dialogando com os Mantos, também será apresentada a série inédita de esculturas “Algas”, produzidas em aço inox, também trazendo em sua poética a questão do ar. “Algas e Mantos formam o mesmo espaço. Fundam-se na redescoberta de algo muito primário e vital: a respiração”, afirma Eucanaã Ferraz. “As Algas conversam com o fundo do mar, com a areia e também com o ar, o sopro, a respiração, pois elas também respiram”, ressalta a artista.

Na última sala da exposição, estará a obra “Escada”, composta por uma estrutura em aço inox feita de cortes, dobras e solda, que se assemelham a degraus. Ela será colocada na parede, dividida em duas partes, junto a dois vídeos com registros de performances que a artista realizou com seu neto Bento Dias. Produzida em 2023, a obra terá montagem inédita na exposição. “Desordenada e arquitetonicamente extravagante, verticalizada numa grande parede, a Escada, como as Algas, é arabesco; enorme; é, como os Mantos, um (dois) plano(s) amarrotado(s). Mas o ar parece ser o mais importante ponto em comum: sem um endereçamento místico ou mítico, a verticalização da Escada sugere-nos o alto como pura abertura, movimento desimpedido, circulação, respiração, vento. Tudo tende à verticalização, como se o ar tivesse de ser buscado no alto”, diz Eucanaã Ferraz.

Durante o período da exposição, o grupo Laboratório 60 – formado por Bea Aragão, Bento Dias, Cecília Carvalhosa, Gil Duarte e Ísis Lua – fará uma apresentação de dança no espaço expositivo, interagindo com as obras da artista. A exposição terá um catálogo a ser lançado ao longo do período da mostra.

 

SOBRE A ARTISTA

Iole de Freitas (Belo Horizonte, 1945. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) iniciou sua formação em dança contemporânea no Rio de Janeiro, para onde se mudou aos seis anos de idade. Estudou na Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e, em 1970, mudou-se para Milão (Itália), onde trabalhou como designer no Corporate Image Studio da Olivetti, sob a orientação do arquiteto Hans von Klie. Neste mesmo período, iniciou sua produção artística e sua participação em exposições.

Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, participou de importantes mostras internacionais, como Bienal dos Jovens de Paris (França, 1975), Bienal de São Paulo (1981, 1998), 5ª Bienal do Mercosul (2005) e a Documenta 12, de Kassel (Alemanha, 2007), além de individuais e coletivas em várias cidades do mundo, contando em 2023 as exposições no IMS (Instituto Moreira Salles) e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Seus trabalhos integram importantes coleções, como a do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea de Niterói; Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro; Museu de Arte do Rio; Bronx Museum (EUA); Museu de Arte Contemporânea de Houston (EUA); Museu Winnipeg Art Gallery (Canadá) e Daros Foundation (Suíça).

 

* Os horários podem variar em função de férias e feriados. Recomendamos ligar antes para verificar.
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