A Família Stuckert no Brasil

No início do século passado, chegava ao Brasil, precisamente à Paraíba, no porto de Cabedelo a bordo de um navio francês oriundo da Suíça o fotógrafo, pintor e desenhista, Eduard Francis Rodolf Stuckert. Sua função no paquete, (assim, era denominada a embarcação, à época) era elaborar as cartas náuticas em desenho exclusivamente manual, pois, então, não havia radar, computador ou outros equipamentos da tecnologia moderna.

Na Praia de Camboinha, no vizinho município de Cabedelo, conheceu a Srta. Maria Brito Lyra, com quem se casou, resultando da união nove filhos: Manfrêdo, Roberto, Gilberto, Ivone, Alayde, Elza, Lizete, Lucia e Sílvia.

Junto com os filhos homens, montou o “Foto Íris”, que, posteriormente, foi mudado para “Foto Stuckert”, na Rua Duque de Caxias, no centro da capital paraibana. Faleceu em 1945, permanecendo seu filho, Gilberto Lyra Stuckert Filho, com a responsabilidade de continuar com os negócios de fotografia até os anos 80. No período de 1940 a 1960, Gilberto Stuckert foi o profissional que mais registrou, através da câmara fotográfica, em postais PXB a cidade de João Pessoa.

Juntando as fotos de Eduardo (avô) 1900 a 1940 e de Gilberto (pai) 1930 a 1970, chegou-se a um acervo de mais de dois mil exemplares da cidade de João Pessoa e de personalidades de nossa História.

Manfrêdo, fotógrafo artístico e pintor, era o primogênito do patriarca do clã. Morreu no Rio de Janeiro com pouco mais de 30 anos de idade.

Roberto o mais novo, era fotógrafo jornalístico. Trabalhou na fundação de Brasília e foi fotógrafo-oficial da Presidência do Brasil por muitos. Faleceu naquela cidade com mais de 60 anos. Seus filhos e netos perpetuam seu ofício na Capital Federal.

Gilberto ficou na Paraíba. Exerceu a arte, desde 1930 até meados de 1980. Faleceu, no dia 20 de outubro de 1986, deixando todo o seu acervo fotográfico da cidade de João Pessoa e alhures, com o continuador de sua obra, o seu rebento, Stuckert Filho. São registros, desde 1845.

A arte de fotografar é muito mais do que apenas retratar uma cena. É eternizar um momento, que pode durar pouco mais do que um segundo, retratando o cotidiano, registrando um fato ou revelando uma emoção. Fotografar é fazer a história e contribuir para que ela não seja esquecida, seja pelo fotojornalismo, pela publicidade, seja por um simples retrato de família.

Francisco Stuckert é um desses profissionais que se rendeu ao fascínio da fotografia, especializando-se em fotojornalismo. Vindo de uma família tradicional dentro da fotografia, decidiu dar a sua parcela de contribuição nesta arte que, mesmo com todos os avanços tecnológicos, não perdeu a poesia.

Acostumado a ver a vida pelas lentes do seu equipamento, Stuckert vem captando, com suas objetivas, fatos históricos e sociais, belezas naturais, tragédias e brincadeiras. Sua única preocupação é retratar este cotidiano de forma real, mas sem perder a sensibilidade. Em seu trabalho, ele transforma as fotos em um patrimônio contemporâneo da cultura nacional, enriquecendo a arte e a história do País.