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Francisco de Paula Ramos de Azevedo - Guia das Artes
Francisco de Paula Ramos de Azevedo
Informações
Nome:
Francisco de Paula Ramos de Azevedo
Nasceu:
São Paulo, SP (08/12/1851)
Faleceu:
Santos, SP (13/06/1928)
Biografia

Engenheiro, arquiteto, administrador, empreendedor e professor. Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851: São Paulo, SP – 1928: Guarujá, SP). “ Ramos não só trouxe os recentes estilos ecléticos compromissados com atualidades técnicas, como também novos programas advindos de outras maneiras de morar à moda europeia, ou melhor, francesa, de distribuir os cômodos dentro de etiqueta diversa da nossa. (...) Sem dúvida, Ramos de Azevedo foi o agente cultural que mostrou aos patrícios a nova ordem, a outra concepção de vida moderna dentro de novo invólucro arquitetônico. Quis varrer das cidades a melancólica fisionomia caipira decorrente da taipa de pilão.” (Carlos A. C. Lemos. Ramos de Azevedo e seu escritório. São Paulo: Editora Pini, 1993).

 

Em 1928, após seu falecimento, o Escritório Técnico F. P. Ramos de Azevedo teve sua razão social alterada para Escritório Técnico Ramos de Azevedo, Severo & Villares, tendo como sócios os engenheiros Ricardo Severo e Arnaldo Dumont Villares, genro de Ramos de Azevedo. Em 1934, foi erguido, em frente ao Liceu de Artes e Ofícios, um monumento em sua homenagem, projeto do escultor Galileu Emendabille, posteriormente transferido para a Praça Ramos de Azevedo, em frente à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Os documentos remanescentes do escritório de Ramos de Azevedo encontram-se depositados na Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e no Arquivo Histórico Municipal Washington Luís. Além de dissertações acadêmicas, a bibliografia sobre sua vida e obra compreende vários livros, entre os quais, Ramos de Azevedo e seu escritório, de Carlos Lemos (São Paulo: Editora Pini, 1993) e Ramos de Azevedo, de Maria Cristina Wolff de Carvalho (São Paulo: Edusp, 2000).

Cronologia

1851-68 – Morou com a família em Campinas (SP), onde realizou os estudos básicos. 1869-71 – Prosseguiu os estudos no Rio de Janeiro, disposto a seguir a carreira militar, frequentando o curso de fortificação (não concluído) da Escola Central, única instituição de ensino de engenharia então existente no país. 1872 – Retornou a Campinas e iniciou a vida profissional como auxiliar de engenheiro nas obras da Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, conquistando a amizade do presidente da empresa, Antônio Queiroz Telles, Barão de Parnaíba e, mais tarde, presidente da província de São Paulo. 1875-78 – Estudou na Bélgica com o apoio de Antônio Queiroz Teles, realizando o curso de engenharia-arquitetura na Ecole Spéciale du Génie Civil et des Arts et Manufactures da Universidade de Gand. Durante sua estadia na Bélgica, também estudou na Academia de Belas Artes de Gand. 1879-86 – Trabalhou em Campinas, associando-se ao engenheiro Antônio Francisco de Paula Souza em projetos de saneamento urbano, residências e prédios públicos em várias cidades do interior paulista. Realizou o projeto da Escola Ferreira Penteado e concluiu a construção da igreja matriz de Campinas, obra monumental que contribuiu para sua reputação de construtor eficiente, na qual ainda empregou a técnica da taipa de pilão. 1881 – Casou-se com Eugênia Lacaze, sobrinha do líder republicano paulista Francisco Glicério. 1884 – Foi premiado no concurso para construção do Monumento do Ipiranga, em São Paulo. 1886 – Transferiu-se para a cidade de São Paulo e abriu o Escritório F. P. Ramos de Azevedo e Cia., tornando-se responsável pela construção de importantes prédios públicos em estilo neoclássico, que modificaram completamente a fisionomia da região central da capital. 1886-96 – Projetou e coordenou a construção dos edifícios da Tesouraria da Fazenda, da Secretaria da Agricultura e da Secretaria de Polícia, bem como a reforma e ampliação do Palácio do Governo, no Pátio do Colégio. No projeto do edifício da Tesouraria da Fazenda, contou com a colaboração do arquiteto Maximilian Hehl. Projetou outros prédios públicos na capital paulista, como o Quartel da Luz (atual sede do Batalhão Tobias de Aguiar), a Escola Modelo da Luz (atual Escola Prudente de Morais) e a Escola Normal Caetano de Campos (atual Secretaria Estadual de Educação), o Fórum, Câmara e Cadeia de Campinas e o Asilo dos Alienados do Juqueri, em Franco da Rocha. Também projetou residências particulares na capital, como os palacetes de Alfredo Ellis e Alexandre Siciliano. 1890 – Participou da criação do Banco União de São Paulo, assumindo a chefia de sua carteira imobiliária. Com projetos financiados pelo Banco União, construiu vários palacetes nos bairros paulistanos dos Campos Elíseos e Higienópolis, como a residência de Henrique Santos Dumont (atual sede do Museu de Energia de São Paulo). 1894 – Foi um dos membros fundadores da Escola Politécnica de São Paulo e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, iniciando longa carreira docente na Escola Politécnica. 1895-97 – Realizou o projeto do prédio destinado aos laboratórios da Escola Politécnica de São Paulo (atual Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT). 1897-1900 – Realizou o projeto do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (atual Pinacoteca do Estado), com a colaboração de Domiziano Rossi. 1900 – Assumiu o cargo de vice-diretor da Escola Politécnica de São Paulo. 1902 – Realizou o portal e necrotério do Cemitério da Consolação, em São Paulo. 1903-11 – Chefiou a construção do Theatro Municipal de São Paulo, projetado por Cláudio Rossi, com detalhamento artístico de Domiziano Rossi. 1904 – Foi eleito senador estadual, renunciando ao mandato no ano seguinte. 1907 – Fundou o Escritório Técnico F. P. Ramos de Azevedo em sociedade com engenheiro português Ricardo Severo. Projetou edifício para abrigar os laboratórios de eletrotécnica e mecânica do curso de engenharia da Escola Politécnica de São Paulo, conhecido como edifício Ramos de Azevedo (atual sede do Departamento do Patrimônio Histórico da prefeitura de São Paulo). 1908-13 – Fundou a Companhia Iniciadora Predial, a Companhia Cerâmica da Vila Prudente, em sociedade com Rodolfo Crespi e outros empresários de origem italiana, o Banco Ítalo-Belga, com Ermelindo Matarazzo, Antônio Carlos da Silva Telles, Francisco Ferreira Ramos e outros sócios, e a Companhia Suburbana Paulista, responsável pelo loteamento de uma grande extensão de terras entre Butantã e Osasco. 1908 – Seu escritório projetou o Pavilhão Paulista da Exposição Comemorativa da Abertura dos Portos, no Rio de Janeiro. 1912 – Participou da criação e tornou-se vice-presidente da União Escolar Franco-Paulista. 1914 – Foi eleito diretor da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. 1914-24 – Seu escritório realizou projetos de prédios públicos e particulares na capital paulista, como o Belvedere Trianon, o Grupo Escolar Rodrigues Alves, a sede da Estrada de Ferro Sorocabana (posteriormente sede do Departamento de Ordem Política e Social), o Palácio das Indústrias (atual Prefeitura Municipal de São Paulo), a agência central dos Correios, o edifício da União Escolar Franco-Paulista e o Palácio da Justiça. 1917 – Assumiu o cargo de diretor da Escola Politécnica de São Paulo e foi um dos membros fundadores e primeiro presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo. 1924-28 – Seu escritório realizou os projetos do Liceu Pasteur, do Mercado Municipal de São Paulo, também conhecido como Mercado Municipal da Cantareira, e deu início à construção do edifício Alexander Mackenzie (atual Shopping Light) para a empresa canadense Light. 1925 – Foi eleito presidente do Conselho Administrativo da Caixa Econômica do Estado de São Paulo.

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