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Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany - Guia das Artes
Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany
Informações
Nome:
Francisco Biquiba Dy Lafuente Guarany
Nasceu:
Santa Maria da Vitória - BA - Brasil (02/04/1884)
Faleceu:
Santa Maria da Vitória - BA - Brasil (04/05/1985)
Biografia


Francisco Biquiba dy Lafuente Guarany escultor, marceneiro e carpinteiro. Filho do construtor de barcas Cornélio Biquiba dy Lafuente (1844-1898), recebe do pai o apelido Guarany devido a sua bisavó índia. Com 14 anos, inicia na marcenaria. Constrói madeiramentos de telhados, barris e móveis. Também trabalha com o imaginário, fazendo santos, altares e oratórios domésticos.

 

Em 1901, realiza sua primeira carranca para a barca Tamandaré. Desde então, elabora carrancas encomendadas pelos comerciantes da Bacia do Corrente. Após ficar dois anos com a família na cidade de Bauru (São Paulo), volta em 1922 para Santa Maria da Vitória e passa a ser conhecido e respeitado como carranqueiro. Até meados de 1940, produz cerca de 80 carrancas encomendadas para as barcas que navegam no Rio São Francisco. Com o fim do ciclo das barcas de remeiros, Guarany para de receber encomendas.

 

No fim da década de 1940, é descoberto pela imprensa e pela crítica de arte. Em 1947, o jornalista Theóphilo de Andrade escreve o artigo “Carrancas de Proa do São Francisco” na revista O Cruzeiro, publicado junto com imagens do fotógrafo francês Marcel Gautherot (1910-1996). Em 1954, o escultor volta a fazer carrancas sob encomenda para colecionadores. No mesmo ano, algumas delas são exibidas em Salvador, na exposição organizada por Vasconcelos Maia, e no pavilhão de arte popular do Parque Ibirapuera, que sedia os festejos do 4° Centenário de São Paulo. O médico e crítico de arte Clarival do Prado Valladares (1918-1983) dedica às suas carrancas o capítulo “Duendes do São Francisco”, em seu livro Paisagem Redeviva, publicado em 1958.

 

Dois anos mais tarde, seu trabalho faz parte da exposição A Mão do Povo Brasileiro, organizada pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992), no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). As carrancas também ilustram capas dos livros do romancista Osório Alves de Castro (1898-1978), em 1961, e do jornalista Carlos Lacerda (1914-1977), em 1964. Em 1963, o escultor passa a batizar e assinar suas carrancas como “F. Guarany” e recebe, em 1968, o diploma de membro correspondente da Academia Brasileira de Belas Artes.

 

Em 1972, Guarany ministra palestra sobre as carrancas e o Rio São Francisco na faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP). Dois anos mais tarde, o engenheiro Paulo Pardal publica seu livro Carrancas do São Francisco, com biografia e comentários sobre a obra de Guarany. Uma exposição homônima é realizada no Masp em 1975. Em 1977, recebe convite para participar da Exposição Internacional de Arte e Cultura Negra, realizada na Nigéria pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Após sua morte, as carrancas são expostas no Museu Flutuante, em Paris, e na Mostra do Redescobrimento, na Bienal de São Paulo, em 2000. Em 2010, o neto de Guarany, Junior Guarany, e o carranqueiro Reinaldo Moreira criam a oficina Francisco dy Lafuente Guarany.

Cronologia

Mostras individuais:

 

1981 – Guarany – 80 anos de carrancas, em Brasília

1983 – Exposição de carrancas, no Serviço de Documentação Geral da Bahia, em Salvador (posteriormente apresentada no Rio, São Paulo, Brasília, Recife e Petrolina).

 

Mostras individuais póstumas:

Participações póstumas em Salões, Bienais e coletivas:

2008 – Rio de Janeiro, RJ – Exposição Arte Popular, na Casa França-Brasil.

2011 – Santa Maria da Vitória, BA – Mostra Audiovisual Carrancas: A Arte. Barranqueira do Mestre Guarany, no Centro de Múltiplo, no Centro de Múltiplo.

2016 – São Paulo, SP –Entreolhares – poéticas d’alma brasileira, no Museu Afro-Brasil.

 

Premiações:

 

1981 – Prêmio Revelação, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em São Paulo, SP.

1982 – Homenagem por seu centenário, em Salvador, BA

1982 – Medalha Tamandaré, do Ministério da Marinha, entregue em solenidade, no salão nobre da Prefeitura de Santa Maria da Vitória, BA.

1983 – Concessão de pensão especial de três salários mínimos vigentes na Bahia, pelo Congresso Nacional, através do projeto de lei nº. 5.850, de 2/3/1982.

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