Filho do minerador inglês Frederick James Simmons, e da Ouro Pretana Francisca Walter Hailbulth Simmons.
Em 1935, apenas 18 anos, dedicou-se a dança, especificamente ao Balé Clássico, chegando ao cobiçado posto de primeiro bailarino do Teatro Municipal do Rio Janeiro, o maior posto que alguém poderia almejar no Brasil.
Nesta época ainda fez sapateado e dança moderna trabalhando, como auxilio na forma de sustento, nos grandiosos musicais do Cassino da Urca, Quitandinha e outros.
Um dia, estressado do trabalho contábil que exercia no agitado centro do Rio, ao passar enfrente a Igreja da Candelária resolve entrar para escutar o órgão, neste momento vê uma criança, um coroinha, deitado sobre um degrau de mármore com uma fresta de luz sobre seu rosto. Essa cena, como uma luz divina, o faz optar naquele momento por ser pintor.
Abandonou a dança e o trabalho, de modo súbito, dedicando-se a pintura com Oswaldo Teixeira, na Escola Nacional de Belas artes.
Como um “Faça-se a Luz” nasce, naquele momento o pintor que lidaria como ninguém com raios e frestas de luz.
Apesar do retrato e cenas de gênero, sua especialidade maior tornou-se a paisagem e, embora tenha pintado Inglaterra, Itália, França e Austrália, a Minas Gerais da Ouro preto de sua infância continuou a ser sua maior fonte de inspiração.
No Rio de Janeiro frequentemente ia ao Corcovado pintar a belíssima estrada das Paineiras, que tornou-se seu principal tema. Tamanha assiduidade, que tinha uma espécie de resguardo do atelier no Hotel Paineiras, onde guardava seus equipamentos e fazia suas refeições.
Aos 36 anos, em 1953, conquistou pela primeira vez, o cobiçado Prêmio Vigem ao estrangeiro do LIX Salão Nacional de Belas artes e, também o premio aquisição de outra obra - algo muito raro.
Seguiu primeiro para Tavistock, cidade de seu pai, na Inglaterra, posteriormente para Milão, Roma, Florença, Veneza e Paris, cidades onde convive com outros artistas premiados do Salão: Iberê Camargo em 1947, Clovis Graciano em 1948, Bustamante Sá em 1949, Armando Pacheco em 1950, Aurelio d'Alincourt e Fernando P. em 1951, Sylvio Pinto em 1952.
No Globo noticia:
"Foi um exemplo de disposição para a vitória da arte..." "... aos 18 anos escapou do curso de contabilidade e chegou ao cobiçado posto de bailarino do Teatro Municipal do Rio Janeiro; ninguém dançava melhor que ele, mas largou tudo pelo desejo de ser pintor."
De volta ao Brasil, já em 1959, aos 42 anos conquista no LXIV Salão Nacional de Belas artes o Prêmio Viagem ao Brasil, Viajando para a região norte de onde, posteriormente seque para Maimi onde recebeu o titulo de Membro Emérito da Sociedade de Miami nos Estados Unidos.
Ainda em 1959, já é convidado, não como participante, mas como membro do júri do Salão do Clube Militar e do XVI Salão Paranaense de Belas Artes.
Em 1960, outros artistas não mais queriam concorrer com ele e foi, mais uma vez o convidado hors-concours e membro do júri do Salão Clube Naval.
Com apenas 44 anos, a partir de 1961, devido a sua altíssima qualidade técnica é mais convidado, para os Salões como hors-concours e membro júri. Foi o que aconteceu no Primeiro Salão Fluminense de Belas Artes.
Em 1962, participou da criação do Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro.
Em 1965 é homenageado como hors-concours do festejado Salão do IV Centenário do Rio Janeiro. No Salão da Sociedade Brasileira de Belas Artes recebeu seu segundo Prêmio Viagem ao Estrangeiro. Conquistou ainda, a Medalha de Ouro - Grande Prêmio Governador do Estado do Rio de Janeiro.
Nas comemorações dos 120 anos de JF, O museu Mariano Procópio realizou uma exposição comemorativa - individual de Edgar.
Em 1974, hors-concours, recebeu a “Medalha especial Antônio Parreiras” da Associação Artística Baptista da Costa.
Em 1975, hors-concours, a Sociedade dos Artistas Nacionais confere-lhe a Medalha de Honra, por sua Participação Especial no Salão.
Em 1976, hors-concours, foi o Convidado Especial do Primeiro Salão de Artes Plásticas da Associação Brasileira de Desenho e de Artes Visuais.
Em 1977, recebeu Menção Especial de Honra no Primeiro Salão de Paisagem organizado pela Sociedade Brasileira de Belas Artes.
Em 1978, a Instituição Conexão Brasil-Israel convidou Edgar, como hors-concours, para promover o Salão da Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais no Clube Hebraica.
Em 1985, volta mais uma vez a concorrer, desta vez no Salão da Sociedade Petropolitana de Pintores, um importante salão realizado no Quitandinha Clube e, recebe seu terceiro Prêmio de Viagem ao Estrangeiro e viaja à Alemanha.
Cadeira 36 da Academia Brasileira de Belas Artes, ele não tem mais tempo pois tornou-se imprescindível em todos os salões de arte, e é lembrado como a própria história da arte no Brasil, tanto que em 1988 no Salão organizado pela Associação Brasileira de Desenhos e Artes Visuais, recebe o Diploma de Grande Mestre, Grande Colar de Ouro e Comenda das Artes Visuais.
Outras premiações acumulam-se: Medalha de Ouro da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, Medalha de Ouro da
Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais de 1989 entre muitas outras.
Embora Edgar tenha sido um acadêmico, foi localizado em um documento de 1979 em que o cita até como professor dos Cursos de Verão, da Escola de Artes Visuais do Parque Laje.
Um momento de êxtase, faz a diferença espectadores duros e sensíveis, os iconoclastas e os iconográficos no momento mágico que arte está presente.
Segundo Vitor Braga, autor do livro de Edgar Walter: “Oswaldo Teixeira é uma espécie de hifem; como discípulo de Baptista da Costa, Oswaldo soube transmitir a Edgar toda a força emotiva, técnica e pictórica de seu amigo mais experimentado.”
Sobre os grandes artistas brasileiros Edgar escreveu:
"Por exemplo, no Brasil temos grandes personalidades que poderiam estar lado a lado com Corot no Louvre ou em outros museus: Baptista da Costa, Antonio Parreiras, Pedro Americo, Weingartner, Almeida Junior, Amoedo, Vitor Meireles, Oswaldo Teixeira e tantos outros; cada um em seu tempo específico, e eu fiz questão de colocá-los juntos para mostrar que a arte jamais estará aprisionada em qualquer fresta do tempo; a obra de cada um nunca será comparada em relação à de outros, porque não há motivo para isso; a arte não determina competições, porque na medida em que a consagração chega para cada artista, a sua obra será para sempre preservada, atemporal, e pertencerá inexoravelmente à humanidade."
De Alexandre Paiva Frade Colunista do Guia das Artes
Edgar Walter Simmons (Nova Lima, 20 de novembro de 1917 -- Teresópolis, 14 de maio de 1994) foi um pintor, desenhista e professor brasileiro de origem inglesa, filho de Frederick James Simmons, natural de Tavistock, Devon, e Francisca Walter Hailbulth Simmons. Dedicou-se à dança clássica na juventude, integrando o corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro com Tatiana Leskowa, chegando à condição de primeiro bailarino da casa. Abandonou a dança de modo súbito, dedicando-se ao aprendizado da pintura com Oswaldo Teixeira. Sua especialidade maior tornou-se a paisagem, apesar de reconhecido como retratista e observador de costumes. Tendo trabalhado em diversos países, notadamente Inglaterra, Itália, França e Austrália, tinha nas paisagens rurais de Minas Gerais a sua maior fonte de inspiração.