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Espelho labirinto-2022-01-19 - Guia das Artes
'Espelho labirinto'
Evento encerrado
'Espelho labirinto'
Quando aconteceu
Quarta, 19 Janeiro até Domingo, 13 Março
Local
Centro Cultural Banco do Brasil
SCES, Trecho 2, Lote 22
Conteúdo

 

Coleção de Sérgio Carvalho ganha exposição no CCBB com uma seleção de 86 artistas e mais de 100 obras

Quando começaram a idealizar uma exposição para a coleção do advogado Sérgio Carvalho, os curadores Vicente de Mello e Aldones Nino perceberam que era preciso levar o olhar do colecionador para a maneira como as obras seriam apresentadas. Assim surgiu a associação da ideia de reflexo com a percepção labiríntica que orienta as escolhas de Carvalho. Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Espelho labirinto reúne mais de 100 obras de 86 artistas que hoje integram a coleção e convida o visitante a costurar as emoções e paixões que servem de guia ao colecionador.

Dono de uma coleção com mais de 2.400 obras, Carvalho costuma adquirir a partir de um olhar afetivo. A relação com os artistas e suas indicações podem ser mais importantes do que a noção de investimento ou a ideia de uma unidade de linguagem. Assim, há de tudo no conjunto, independentemente do suporte ou da narrativa do artista. "Queríamos procurar na coleção uma ideia de reflexo e como ela poderia ser investigada de maneira nova, com uma linha invisível que conectaria as obras", explica Vicente de Mello.

Foram várias visitas à coleção antes de escolher as obras. A própria disposição das peças na casa do colecionador ajudou a elaborar o conceito da montagem levada ao CCBB. "Como a coleção é muito plural, pensamos não em ter um caminho definido, mas em como se perder naquelas obras. Fizemos visitas, tivemos essa experiência de encontrar obras e em um cômodo, em outro, e começamos a ter essa ideia da metáfora do labirinto, como o trajeto poderia possibilitar relações e surpresas", explica Aldones Nino. O labirinto trouxe para o projeto o conceito de caminho não definido, e a metáfora do espelho veio como simulacro capaz de, ao mesmo tempo, revelar e confundir. "E pensamos que, por meio desses dois eixos, a gente pudesse criar esse projeto. E que o visitante pudesse ter essa noção de surpresa que refletisse o gosto do colecionador", avisa Nino.

Entre os artistas selecionados pela dupla de curadores há representantes de várias gerações da arte brasileira e uma quantidade expressiva de brasilienses que andam ganhando destaque em premiações nacionais e internacionais, como o Prêmio PIPA. Com obras em acervos de instituições como Fondation Cartier pour L'art Contemporaine (França), Central Academy of Fine Arte (China) e Museu de Arte do Rio (MAR), Christus Nóbrega assina a série Bibliomania, na qual fotos de corpos humanos aparecem impressas em livros antigos. O artista parte de um ritual ancestral de abrir aleatoriamente livros considerados sagrados para prever o futuro ou interpretar o presente. "Nessa série, uso desse expediente para construir um oráculo com meu próprio corpo e alguns livros mundanos comprados em sebos, herdados, furtados ou que me foram emprestados e nunca devolvidos", explica Nóbrega.

Nazareno, cuja trajetória teve início em Brasília, participa com uma pequena instalação formada por minúsculas caminhas e José Roberto Bassul é o autor da série Concreto abstrato, imagens em preto e branco nas quais o fotógrafo evidencia a monumentalidade da capital federal traduzida por meio de suas fachadas. Intitulada Caravana — ou sobre aquilo que não se diz, a obra de Nazareno é composta por uma  série de camas em diversos formatos, realizadas em miniatura, feitas em madeira com colchões de mármore branco. Junto a elas fica um berço, em tamanho original. "Essa obra fala da perspectiva dos diversos percursos que tomamos em vida desde o nascimento e sobre os distintos formatos desses encaminhamentos, a cama, bem como o berço são mobiliários e aqui se colocam como metáfora de um acolhimento tanto do nascimento, trajetória e morte", explica o artista, que também está na mostra com uma série de desenhos em nanquim.

Nascido em Brasília e radicado em Goiânia, ganhador do prêmio Marcantônio Vilaça e selecionado para a 32ª Bienal de Arte de São Paulo, em 2016, Dalton Paula também está em Espelho labirinto, que tem ainda nomes celebrados da arte brasiliense como João Angelini e Ralph Gehre. A lista de brasilienses na coleção de Carvalho é grande, já que a convivência com os artistas da cidade é um dos gatilhos para o colecionador expandir o acervo, que tem ainda a presença de obras de Luciana Paiva, Raquel Nava, Valéria Pena-Costa, Milton Marques, Wagner Barja, Elder Rocha, Alice Lara, Levy Orthof, Yana Tamayo e Pedro Ivo Verçosa.

Expoentes de uma geração anterior e ícones da arte nacional, Regina Silveira, José Rufino, Efraim Almeida Farnese de Andrade, Eduardo Frota e Sandra Cinto também estão em Espelho labirinto. "Existe, na coleção, esse labirinto na percepção das obras em geral. Elas vão criando caminhos de uma narrativa que o colecionador criou na cabeça dele. É labiríntica a coleção, não tem a intenção de fazer uma coleção com um tipo de pensamento", avisa o curador Vicente de Mello.

Serviço:
Espelho Labirinto

Visitação até 13 de março, de terça-feira a domingo, das 9h às 20h30, no CCBB (SCES, Trecho 2, Lote 22, Brasília, DF). O uso de máscara é obrigatório em todos os espaços do CCBB e há pontos com álcool gel nas entradas. É preciso se identificar para pegar o ingresso gratuito na recepção ou retirá-lo pelo portal do CCBB

 

Fonte: Correio Brasiliense

* Os horários podem variar em função de férias e feriados. Recomendamos ligar antes para verificar.
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