Dario Mecatti (Florença, Itália, 1909 - São Paulo, SP, 1976). Pintor e desenhista. Em Florença, por volta de 1927, pinta cartazes para a sala de cinema de m primo. Recebe orientação de Camillo Innocenti, pintor e professor italiano, porém não curse nenhuma instituição de ensino direcionado à arte. 1933 é o ano de sua primeira exposição, também na cidade de Florença. Em seguida, parte em viagem para o Norte da África, percorrendo diversos países como Líbia, Tunísia e Argélia e realizando exposições. Visita o Marrocos, entre 1936 e 1939, que lhe serve de inspiração para a produção de trabalhos que retratam os costumes da região. Em 1939, viaja para a Ilha de São Miguel, nos Açores. Em 1940, ao lado de Renzo Gori e Silvio Nigri, também pintores, viaja para o Brasil. É no Rio de Janeiro que realiza sua primeira exposição no país, na Sociedade Brasileira de Belas Artes. Viaja pelo estado de Minas Gerais para depois se fixar na cidade de São Paulo onde trabalha na Galeria Fiorentina entre 1941 e 1945. Em 1941 recebe a medalha de prata no sétimo Salão Paulista de Belas Artes. 1945 é o ano de casamento com a pintora Maria da Paz. Constrói, em 1946, casa-estúdio onde realiza, anualmente, exposições individuais. Retorna à Itália em 1947 e a partir de então, passa a viver e expor entre Brasil e Europa. Também realiza mostras em Buenos Aires e Montevidéu, nas décadas de 1940 e 1950. Entre os anos 1969 e 1978 é artista exclusivo da Galeria Irlandini na cidade do Rio de Janeiro. Em 1978, recebe homenagem póstuma no 42 Salão Paulista de Belas Artes. Apesar de ter transitado pela pintura de paisagens e retratos, Dario Mecatti se destaca, como artista plástico, pela pintura de gênero. As viagens ao Norte da África resultaram em trabalhos que retratam o cotidiano da região, assim como tradições e expressões culturais típicas. Mecatti filia-se, formalmente, ao grupo italiano de pintores italianos como macchiaioli cuja premissa é a reação à rigidez acadêmica. O grupo compreende a pintura como cor, luz e sombra cuja função é enfrentar direta e sinceramente, a realidade. Até os anos 1950, Mecatti compartilha destes princípios, momento em que cede lugar à geometrização das formas numa espécie de assimilação tardia dos paradigmas modernistas.